O regresso de Jorge Jesus - Ano 2

Jorge Jesus inicia a segunda temporada no seu regresso ao Benfica e depara-se com um quadro diferente no que toca à forma como é visto pela concorrência. Será este o ano da maturidade do técnico português?

O regresso a Portugal foi, para Jorge Jesus, o entrar num novo nível de entendimento da sua posição perante a concorrência. Como um produto que faz o seu percurso, o treinador português teve que deixar para trás algumas das características que o fizeram ter sucesso no passado, para se mostrar consolidado e maduro na forma de encarar os jogos. É certo que 2020/21 teve um início traumático, com a eliminação no acesso à Liga dos Campeões, e um percurso acidentado que nunca permitiu ao Benfica estar no máximo do seu potencial. A porta de entrada de 2021/22 deixa outras perspetivas em mente. 

Na terceira pré-eliminatória da qualificação para a Liga dos Campeões, Jorge Jesus reencontrou Rui Vitória, agora como treinador do Spartak de Moscovo. Os dois jogos acabaram por se transformar num desafio acessível, tal a diferença de qualidade entre as duas equipas. Ao trabalho realizado durante a temporada passada, Jorge Jesus adicionou um trunfo na forma de João Mário, campeão pelo Sporting e resgatado ao Inter de Milão, com quem ainda tinha contrato. O agora camisola 20 da equipa da Luz demonstrou que com o seu controlo posicional e qualidade técnica em posse, o Benfica consegue encontrar melhores caminhos para vencer. 

Mas a mudança de contexto na carreira de Jorge Jesus está aí para ser vivida. Numa Liga Portuguesa cada vez mais equilibrada no topo, com um Sporting que se mantém muito forte e resistente perante as ameaças do mercado, um FC Porto com capacidade para se regenerar e um SC Braga que continuará a tentar colocar em cheque os três grandes, o Benfica é apenas mais um concorrente. E Jorge Jesus, no confronto com técnicos todos eles ganhadores de títulos num passado recente, não marca a diferença só por si, precisa de o demonstrar no desenvolvimento estratégico do seu modelo. 

Entre o Benfica e a Liga dos Campeões existe ainda um difícil obstáculo, nos neerlandeses do PSV Eindhoven. A entrada na prova dos milhões é, de novo, essencial para assumir o sucesso de um trabalho que, em termos futebolísticos, demonstra solidez. Mas o enorme desafio do Benfica estará na estabilidade perante uma concorrência feroz. Voltar a ser campeão pelos encarnados não é apenas o objetivo de Jorge Jesus – é a razão que tornará aceitável a saída do Flamengo para regressar a casa. 

Compartilhe

Comente!

Tem algo a dizer?

Últimas Postagens

A prospecção do Grêmio ao mercado Sul-Americano

A prospecção do Grêmio ao mercado Sul-Americano

Lucas Goulart
Cinco jogadores que se destacaram na Copa América

Cinco jogadores que se destacaram na Copa América

André Andrade
As influências dos campos reduzidos na Copa América

As influências dos campos reduzidos na Copa América

Douglas Batista
FIQUE DE OLHO: Jogadores Sub-23 que podem se destacar na Copa América 2024
André Andrade

FIQUE DE OLHO: Jogadores Sub-23 que podem se destacar na Copa América 2024

A EVOLUÇÃO DE GABRIEL SARA NA INGLATERRA

A EVOLUÇÃO DE GABRIEL SARA NA INGLATERRA

Douglas Batista
EURO 2024 | COMO CHEGA PORTUGAL

EURO 2024 | COMO CHEGA PORTUGAL

Gabriel Mota
EURO 2024 | COMO CHEGA A BÉLGICA

EURO 2024 | COMO CHEGA A BÉLGICA

Vinícius Dutra
EURO 2024 | COMO CHEGA A FRANÇA

EURO 2024 | COMO CHEGA A FRANÇA

Gabriel Mota
EURO 2024 | COMO CHEGA A HOLANDA

EURO 2024 | COMO CHEGA A HOLANDA

Lucas Goulart
EURO 2024 | COMO CHEGA A INGLATERRA

EURO 2024 | COMO CHEGA A INGLATERRA

Vinícius Dutra
EURO 2024 | COMO CHEGA A ITÁLIA

EURO 2024 | COMO CHEGA A ITÁLIA

Lucas Goulart
EURO 2024 | COMO CHEGA A ESPANHA

EURO 2024 | COMO CHEGA A ESPANHA

Vinícius Dutra
EURO 2024 | COMO CHEGA A ALEMANHA

EURO 2024 | COMO CHEGA A ALEMANHA

Lucas Goulart
O crescimento de Andrey Santos no Strasbourg

O crescimento de Andrey Santos no Strasbourg

Douglas Batista
Os treinadores de bolas paradas no futebol e a importância de Nicolas Jover no Arsenal

Os treinadores de bolas paradas no futebol e a importância de Nicolas Jover no Arsenal

André Andrade