OITAVAS DA COPA - DIA 1

Por @_GabrielCorrea, @RGomesRodrigues e @Maiiron_ França 4 x 3 Argentina O favoritismo da França foi confirmado desde os primeiros minutos contra a Argentina e a partida de Mbappé foi a síntese disso: ao enfrentar um adversário que preza pela organização de seus ataques pela utilização da posse, mas que possui problemas sérios em sua estrutura, […]

Por @_GabrielCorrea, @RGomesRodrigues e @Maiiron_

França 4 x 3 Argentina

O favoritismo da França foi confirmado desde os primeiros minutos contra a Argentina e a partida de Mbappé foi a síntese disso: ao enfrentar um adversário que preza pela organização de seus ataques pela utilização da posse, mas que possui problemas sérios em sua estrutura, o cenário estava pronto para todo o cartel ofensivo da EdF explorar espaços e contra-atacar de forma fatal.

A explosão do jovem atacante do Paris Saint-Germain foi mais do que suficiente para plantar o terror no sistema defensivo argentino e uma perda de posse dentro do campo do adversário acabou causando o pênalti contra os sul-americanos que originou o 1 a 0. Segura, considerando a dificuldade da Argentina para produzir futebol, a França seguiu com a postura cautelosa. Se com a bola rolando as coisas funcionam bem, contando com a solidez do esquema para proteger a área de Hugo Lloris, em duas ocasiões que partiram de bola parada a Argentina virou o jogo.

Numa cobrança de lateral partindo da esquerda para dentro, numa situação que lembra bastante o gol de Éder na final da Eurocopa de 2016, Ángel Di María aproveitou a desorganização e os momentos de indefinição da França no centro do campo para finalizar direto para o gol de Lloris no 1 a 1 e, já próximo do fim da primeira etapa, Gabriel Mercado virou o placar em 2 a 1 para os sul-americanos ao desviar uma finalização de Messi, considerando que a bola caiu no pé do camisa 10 foi uma segunda bola recuperada após o desvio de Paul Pogba numa cobrança de falta.

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O placar, que era improvável de certa forma, considerando o que a Argentina produziu durante a Copa e de toda a capacidade da França em punir um futebol sem estrutura para competir ao longo dos noventa minutos como o praticado pelos “hermanos”, logo foi corrigido no retorno para o segundo tempo com Lucas Hernández surgindo como protagonista. O lateral do Atlético de Madrid foi fundamental no 2 a 2 ao ser acionado em profundidade por Blaise Matuidi na esquerda e lançar a bola direto para o lado contrário do campo antes de Benjamin Pavard marcar o gol que pode ser o maior e mais bonito de toda a sua carreira até então. A participação de Lucas na criação de gols não parou por aí e mais uma vez acionado em profundidade, colocou a bola na grande área e viu Mbappé aproveitar o rebote para executar um movimento que só o jovem é capaz de realizar num espaço tão pequeno para marcar o 3 a 2.

Sem forças para frear o ataque poderoso da França, a Argentina sucumbiu durante a segunda etapa e ainda viu Kylian marcar seu hattrick num belo gol coletivo, finalizado numa jogada que partiu dos pés de Lloris desde a sua pequena área e só parou dentro das redes de Franco Armani com Mbappé rompendo pela enésima vez diante da defesa argentina antes de colocar a bola no gol.

Com o placar largo e mais condizente com o resultado, restou à França segurar as pontas e resistir até o fim da partida, o que ficou claro com a saída de gente como Antoine Griezmann e Blaise Matuidi. Mas, o que era pra ser um fim de jogo tranquilo, acabou se tornando uma lição para o futuro, já que a Argentina chegou ao 4 a 3 com Sergio Agüero.

No fim, a vitória e a passagem para as quartas é mais do que merecida por conta da grande atuação de gente como Mbappé e Pogba e pela forma como o estilo completamente frágil da Argentina contrastou com os ataques fatais da França, mas fica a ressalva pelos três gols sofridos. Didier Deschamps é um treinador que preza sempre pela solidez defensiva no primeiro momento e ter a sua meta ultrapassada como tiveram neste sábado é um grande sinal de alerta para competir contra adversários mais organizados e competitivos como são Uruguai e Portugal.

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Desorganização. Caos. Desordem. Escolha a palavra que achar melhor para a eliminação da Argentina. Em sua quarta formação diferente no quarto jogo disputado na Copa do Mundo, Jorge Sampaoli errou. Perdeu a profundidade e o pivô de Higuain, para contar com um Messi ao centro, mas que acabou cercado por Umtiti, Varene, Pogba e Kanté. Sem esse espaço, Lionel abria pela direita, fugindo dos confrontos físicos, mas o centro da área ficou vazio durante muitos períodos.

Argentina durante a Copa do Mundo:

4-3-3 contra Islândia

3-4-3 contra Croácia

4-3-3 contra Nigéria

4-3-3 com Messi de falso 9 contra França

É chegado o fim de uma geração. Foram muitas derrotas sofridas e três finais perdidas (Copa do Mundo 2014, Copa América 2015 e 2016). Os hermanos tentaram se reerguer. Sem a pressão e sabendo que poderia ser sua participação, dois gols deram aquele fio de esperança para Léo, Mascherano, Banega e cia. mas do outro lado estava um time mais jovem, mais forte, melhor treinador… era o fim.

O segundo tempo chegou e o trator Mbappé passou por cima dos defensores da Argentina. Pogba dominou o meio de campo. Varane e Umtiti seguraram atrás. Mal formatada, a Argentina até conseguiu marcar três vezes, mas teve muitos problemas atrás na desorganização e qualidade individual em si. Chegou a hora de olhar pra frente. Uma geração que se vai – Mascherano e Biglia já anunciaram sua saída. Haverá uma última tentativa? A Copa América de 2019 bate na porta e não há um futuro em vista. Esta geração quer terminar conquistando algo. Esta geração com sonhos.


Uruguai 2 x 1 Portugal

Obrigado, Maestro. Primeiro é preciso agradecer à Óscar Tabárez por nos permitir ver um Uruguai tão grande em Copas do Mundo. Soube se adaptar ao que o Mundial da Rússia pedia, formou uma defesa sólida com Cáceres-Godín-Giménez-Laxault, aproveitou os jovens Lucas Torreira, Vecino, Nández e Bentancur para criarem e destruirem na mesma proporção ao meio de campo. No ataque? Quem diria que num país com 3 milhões de habitantes, dois dos melhores centroavantes do mundo nasceriam no mesmo ano e na mesma cidade: Suárez e Cavani formam uma dupla complementar.

Vamos começar pelo 9 do Barcelona. Hoje, teve um primeiro tempo de gala. Apesar de não marcar, soube segurar a bola quando necessário, criou superioridade e chamou o jogo para si. Foi dele a assistência para o primeiro gol de Cavani em um lindo cruzamento (ou seria chute) para área, quando o 9 do PSG atacou a bola com tanta vontade que não havia chances para Rui Patrício.

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Cavani é o símbolo de um centroavante que sabe das suas capacidades e debilidades. Nem por isso ele desiste. Do minuto 1 até o momento de sua lesão na panturrilha foi visto dando carrinho na lateral do campo. Os dois coroaram a boa atuação de quem soube aproveitar muito bem as falhas defensivas que Portugal apresentou desde o início da Copa do Mundo.

No meio de campo, olhos em Lucas Torreira. O baixinho da Sampdoria é incansável. Cobriu todas as partes do campo com muito vigor físico apesar do tamanho, qualidade para sair da pressão com a bola e jogar com os pés. Brigou com CR7 pela posse, deixou a alma charrúa em campo ao dar carrinho com a cabeça.

O Uruguai chega com muita solidez neste movediço 4-4-2/4-3-1-2 e fará um duelo muito interessante contra a França. Resta saber se Cavani poderá retornar. Sem ele, o artilheiro do Girona em La Liga, Stuani deve receber chance para atuar.

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Na primeira rodada eu perguntei: quanto pesa um craque? Sabemos que o peso é gigantesco, ter um ou mais em seu time é algo que todo treinador/torcedor gostariam de ter. Portugal tem Cristiano Ronaldo, um atleta maravilhoso e cheio de valências. Mas até que ponto o jogo de Fernando Santos influencia em potencializar Cristiano? Hoje, na derrota para o Uruguai, o jogo na primeira parte foi extremamente incoerente com o que potencializa Cristiano. Bolas laterais e cruzamentos contra a defesa de Godín e Gimenez. Vejam bem: contra Godin e Gimenez.

William Carvalho, de grande Copa, ativava o time pelo centro com seus passes verticais. Mas João Mário, de péssima copa, não dava seguimento. E aí já começam os elogios ao jogo uruguaio; o trio Vecino, Nandez e Torreira foi perfeito na primeira parte. Os embates na zona central do jogo não eram perdidos pelos charruas sob nenhuma hipótese, muito pelo escrete lusitano ter o seu jogador mais cerebral na zona lateral. Falo de Bernardo Silva. O jogo direto português não fazia efeito, Gonçalo Guedes fez mais uma partida abaixo do normal e Cristiano era apagado pela dupla Godín e Gimenez.

O jogo português melhorou de grande forma, o sistema ficou mais ajustado com William Carvalho organizando ofensivamente e destruindo defensivamente, o leonino vai ser bem cotado pós-Copa. Os laterais, Ricardo e Cedric, davam a largura necessária e o melhor: Bernardo pegou a bola por dentro, o que fez Portugal jogar mais no campo adversário. Mas faltava o punch. Quando eu falo do punch, falo de Cristiano Ronaldo. O sistema não deixou o gajo em situações de chute, mas ele não se omitiu. O sistema forçou a situação, o oponente forçou a situação com vigilâncias perfeitas e com atuações grandiosas, principalmente a de José Maria Gímenez.

Um craque condicionado, assim como Messi, a ter situações de jogo limitada graças a escolhas dos seus comandantes. Em um cenário de seleções cada vez jogando menos e o futebol delas sendo menos importante no contexto histórico, azar da Copa. Cristiano, de fato, sairá sem nenhuma. Portugal nunca produziu tantos bons jogadores, mas é hora de problematizar: ter bons jogadores em um sistema que não os potencializam, não ajuda. Poderia ter ido mais longe, mas não em um jogo contra os uruguaios. Contra eles não adianta jogar, tem que transpirar.

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