Um furacão que controla, acelera e pausa
Por um longo período de nossa história, a formação de jogadores no meio de campo separou nossos atletas em categorias: sabe marcar ou sabe atacar. Porém, com o tempo, as coisas começaram a mudar. O Brasil voltou a produzir jogadores como Arthur Melo, Léo Sena, Matheus Henrique, Diego Pituca, Lucas Paquetá e Bruno Guimarães. O último citado, […]
Por um longo período de nossa história, a formação de jogadores no meio de campo separou nossos atletas em categorias: sabe marcar ou sabe atacar. Porém, com o tempo, as coisas começaram a mudar. O Brasil voltou a produzir jogadores como Arthur Melo, Léo Sena, Matheus Henrique, Diego Pituca, Lucas Paquetá e Bruno Guimarães. O último citado, será o tema da análise de hoje.
Dentro de todo trabalho realizado pelo Athletico Paranaense para chegar ao título da Copa Sul-Americana e, atualmente, estar na final da Copa do Brasil, alguns peças acabam se sobressaindo e virando destaque. Renan Lodi, por exemplo, já foi vendido ao Atlético de Madrid. Bruno Guimarães é alvo e, inclusive, se fala em preferência de compra por parte dos colchoneros.
Aos 21 anos, Bruno vive um grande momento no Furacão, isso é inegável. Mas o seu trabalho começou a ser visto em 2015, quando estreou pelos profissionais do Audax, naquele momento comandado por Fernando Diniz. Chegou ao Athletico para atuar primeiramente na equipe sub-23 que, prioritariamente, focava no Campeonato Estadual. De qualquer forma, fez cinco partidas pela equipe principal durante a temporada de 2017. Foi então que a virada chegou.
Bruno foi titular na campanha do título estadual e, na sequência, virou titular na equipe de seu antigo treinador no Audax. Não viveu seus melhores momentos naquele início atuando como um dos volantes no 1-3-5-2. Num dado momento, jogou como zagueiro da esquerda. O que afetou suas principais virtudes.
A mudança de comando para Tiago Nunes, técnico que conquistou o estadual com o Athletico sub-23, foi benéfica em todos os sentidos. Bruno passou a atuar mais adiantado, como interior esquerdo no 1-4-3-3 e pode pôr em prática sua virtude mais destacável: o passe em profundidade.
Até o meio de 2019, quem recebia estes passes era Renan Lodi, sua saída fez o Furacão mudar um pouco sua estrutura. O lado esquerdo voltou a ter um ponta de mais profundidade e velocidade (Rony). E cabe ao camisa 39 dar estes passes para acelerar o jogo, mas também deixar em vantagem seu companheiro para o 1×1. Sempre de frente, Bruno também tem um elevado número de key passes¹, como podemos ver no mapa abaixo.
Entretanto, citei na abertura do texto que não estamos mais produzindo jogadores que se diferenciam por apenas defender ou atacar. Bruno Guimarães é do tipo todocampista e está presente nas duas fases do jogo. Não por acaso, é um dos homens importantes quando falamos em interceptações. Sua leitura de jogo é acima da média na fase defensiva, também. Ao longo de 2019 foram mais de 100 interceptações. Um número importante quando falamos de um meio-campista que atua em zonas mais adiantas e para uma equipe que gosta bastante de ter a posse de bola.
Sendo assim, ele é um jogador que todo o treinador gostaria de ter em seu time. Aos 21 anos, está afirmado entre os ótimos jogadores do país e como uma das grande promessas não só da posição. Na atual edição da Libertadores fez grandes partidas contra o Boca Juniors; ou então os ótimos jogos contra o River Plate na Recopa Sul-Americana; sem contar duelos de Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil contra o Cruzeiro, Grêmio, Palmeiras e outros afirmados do futebol brasileiro.
Bruno Guimarães ama ter a bola em seus pés, se inspira em jogadores como Andrés Iniesta, ao mesmo tempo que sabe ser preciso muito mais do que ter a bola para vencer uma partida. Num contexto favorável e que pode coroar sua passagem pelo futebol brasileiro, o camisa 39 é peça vital para Tiago Nunes impor seu ritmo na Arena da Baixada e fazer uma boa vantagem ou então controlar a velocidade do jogo no estádio Beira-Rio para não deixar sua equipe em desvantagem.
¹ No literal, “passes chave”. Aquele que deixa o companheiro em condições de finalizar. No InStat, se contabilizam os lances de bola parada como faltas e escanteios.
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