Um jogo de intenções e limitações entre PSG e Lyon

Paris Saint-Germain e Olympique Lyonnais se enfrentaram na 24ª rodada, disputada no último final de semana e a dificuldade das equipes em manter um plano coletivo estruturado foi evidente, com grande desvantagem para o time treinado por Rudi Garcia, no jogo que terminou em 4 x 2 para o PSG.

O domínio parisiense

Na primeira etapa, um Lyon ambicioso mostrou suas intenções logo nos primeiros minutos de jogo. Com uma postura agressiva, a equipe de Rudi Garcia buscou incomodar e limitar a saída curta desde a defesa do rival e seu objetivo foi atingido, de certa forma, se o plano era colocar dificuldades para o PSG envolvendo a troca de passes desde a defesa. Entretanto, três detalhes fizeram a partida pesar a favor do time da casa com o passar do tempo: sem uma organização ofensiva estruturada para dar continuidade aos ataques e sem jogadores com grande capacidade com a bola no pé para se associar, as tentativas do OL em agredir o gol de Keylor Navas foram raras. Mas, o mais importante foi a participação quase que nula de Moussa Dembélé ao exercer a pressão coletiva. Sem um comprometimento total do atacante, a equipe ficou sobrecarregada e, com o passar dos minutos, os espaços foram surgindo na frente da linha defensiva do Lyon.

O PSG resistiu contra o trabalho defensivo do OL em suas fases de construção e um imenso espaço foi criado entre as linhas do time visitante quando atraíram o rival.

Após alguns minutos de adaptação contra a postura agressiva do Lyon, o desenho do primeiro tempo foi traçado em relação ao jogo a favor do PSG: com sua capacidade de resistência à pressão somada ao poder de construção desde a defesa, a equipe de Thomas Tuchel desestruturou o adversário ao deixar a última linha exposta e vulnerável atrair suas duas primeiras linhas de marcação e tudo que o Paris precisava era de um passe para romper linhas e um apoio no espaço para ter continuidade e atacar o espaço.

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Com Kehrer, Kimpembe, Kurzawa, Verratti e Gueye, o Paris Saint-Germain acabou colocando um grande obstáculo nas intenções do Lyon e, com um grande Ángel Di María, chegou até o 2 x 0 sem grandes problemas até o árbitro assinalar o fim do primeiro tempo.

Os treinadores e gestão dos momentos

Segundos após o início da etapa final, o Paris Saint-Germain ampliou o placar ao transformar uma recuperação de posse perto da própria área num dos gols mais tragicômicos de toda a temporada e, com três a menos, Rudi Garcia buscou a reação ao promover a entrada de Karl Toko-Ekambi no mesmo momento em que os parisienses baixaram a guarda.

Agressivos por natureza, Kehrer e Kimpembe foram um problema nos momentos de dificuldade da equipe, que já sofria para recuperar a segunda bola frente ao jogo mais direto do OL pela falta de solidez defensiva.

A entrada do antigo jogador do Villarreal foi essencial para dar mais profundidade ao ataque do OL e, aproveitando a incapacidade do Paris em se reposicionar na partida, principalmente em relação à forma como protegeram seu próprio campo, Moussa Dembélé teve o 3 a 3 em suas mãos aos 63 minutos. Mas, sem concretizar a ocasião, Thomas Tuchel optou pela ordem com a entrada de Pablo Sarabia e e partir daí o PSG utilizou a estratégia que já caracterizou o seu jogo de forma global tempos atrás com o uso da posse defensiva.

Do minuto 64 até o fim da partida, o PSG teve 76,2% da posse de bola contra 23,8% por parte do Lyon e o domínio da posse e do território acabou recompensando a equipe com mais um gol para selar o resultado final.

Número fornecido pelo Whoscored

Considerando a incapacidade do Lyon em ter a bola por períodos mais longos em zonas mais altas do campo, o ritmo da partida esfriou. Dembélé voltou a ser um problema na organização defensiva dos vistantes e, com uma construção elaborada sem oposição, o placar foi protegido, a entrada de Pablo Sarabia deu mais consistência ao sistema e, por fim, o gol da vitória foi marcado por Edinson Cavani. Se a reta final da partida exigia mais uma reação do OL em relação ao seu poder em ter a posse e criar algo com a bola para tentar buscar o resultado, Thomas Tuchel levou a melhor sobre Rudi Garcia nos minutos finais e o Paris Saint-Germain realizou, pelo menos com a bola, uma boa partida a nível coletivo sem Neymar, sua principal estrela e fator determinante na busca do sucesso.

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