5 jogos marcantes do futebol sul-americano para ver na quarentena

Com o futebol em modo de espera em 2020, os VT's de partidas do passado são a pedida para matar a vontade de ver a bola balançando a rede com jogos marcantes

Os campeonatos parados mundo afora tem sido uma verdadeira provação para os futeboleiros e futeboleiras. Com a paralisação dos torneios devido ao Covid-19 (não esqueça, #JogueEmCasa), a saudade da bola rolando aumenta a cada dia. A saída mais comum encontrada neste momento é rever algumas partidas do passado para atenuar a falta de um bom jogo passando na TV. As próprias emissoras apostam em reprises de jogos marcantes, fazendo o torcedor revisitar a memória e sentir novamente o encanto por equipes que marcaram época, o sabor doce de vitórias marcantes e, por óbvio, o amargor de duras derrotas.

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Aqui, elencaremos cinco embates emblemáticos do futebol sul-americano, dos tempos da telinha em preto e branco até os dias atuais. Do contundente Estudiantes dos anos 60, passando por um jovem Juan Román Riquelme e chegando à Seleção Uruguaia encerrando sua seca de títulos, relembraremos jogadores e times que moldaram a história do esporte no continente. Todas as partidas estão disponíveis no site Footballia.

Estudiantes 2 x 0 Nacional – Final da Libertadores de 1969 (Jogo de volta)

jogos marcantes

1969 foi a consagração absoluta do Estudiantes de La Plata e a afirmação da dinastia que o técnico Osvaldo Zubeldía viria a construir na reta final da década de 60 e início da década de 70. Naquele ano, a equipe argentina chegava a sua segunda decisão consecutiva de Libertadores. Na edição anterior, já haviam derrotado o poderoso Palmeiras de Valdir de Morais, Ademir da Guia, Dudu e Tupãzinho. Desta vez, teriam o Nacional do Uruguai pela frente.

Você pode assistir a partida completa clicando aqui.

Após vencer os tricolores por 1 a 0 na ida, em pleno Estádio Centenário, o Estudiantes confirmou o título dentro de casa vencendo por 2 a 0. Era o bicampeonato para a geração de Óscar Malbernat, Juan Ramón “La Bruja” Verón e Carlos Bilardo – que se inspiraria nas ideias de seu mentor Zubeldía para construir uma carreira vitoriosa na casamata.

A rispidez e a fisicalidade de Nacional e, principalmente, de Estudiantes, chamam a atenção. Muitos até hoje encaram a equipe de Zubeldía como a síntese perfeita do antijogo, baseando suas ações em campo dentro de um modelo defensivo a partir da violência. Se a interpretação quanto a isso é aberta, o fato consumado é de que os pincharratas ainda levantariam mais uma taça continental no ano seguinte e voltariam a disputar uma final contra o Nacional em 1971, desta vez sem repetir o sucesso. Entretanto, os bons ou maus olhos sempre importaram pouco em La Plata. O resultado está marcado na história.

Atlético Nacional 2 (5) x (4) 0 Olímpia – Final da Libertadores de 1989 (Jogo de volta)

A decisão da Libertadores de 1989, entre Atlético Nacional e Olimpia, pode ser considerada tranquilamente como uma das mais eletrizantes de todos os tempos. De um lado, o habilidoso e controverso – devido a sua relação com o narcotráfico – time verdolaga. De outro, a experiente e altamente competitiva equipe comandada por Luís Cubilla que buscava a sua segunda taça na história.

Você assiste ao jogo completo clicando aqui

E o Olimpia se aproximou bastante dela no jogo de ida, vencendo o Atlético Nacional por 2 a 0 dentro do Defensores del Chaco. Porém, era sabido que os colombianos eram outro tipo de problema atuando em seus domínios. Naquela Libertadores, o time de Francisco Maturana havia vencido cinco partidas e perdido apenas uma em casa, ainda na fase de grupos.

Sem capacidade para abrigar a final, o Atanásio Girardot foi deixado de lado e deu lugar ao El Campín, em Bogotá, como palco para o jogo derradeiro. Na volta, os envolventes colombianos devolveram os 2 a 0 e levaram tudo para a marca da cal. Apenas depois de 18 penalidades, Leonel Álvarez colocou a bola na rede para dar o primeiro título a um clube fora do eixo Mercosul. Vale destacar o desempenho de René Higuita na disputa, defendendo quatro pênaltis. Além da taça, a vitória valeu a vaga para a então Copa Intercontinental, onde o Atlético Nacional travaria um disputado duelo com o Milan de Arrigo Sacchi.

Newell’s Old Boys 4 x 0 San Lorenzo – Quartas de final da Libertadores de 1992 (Jogo de ida)

O confronto em si não possui nada de tão memorável. Entretanto, é a oportunidade para se acompanhar uma grande atuação de um dos times mais cultuados do futebol sul-americano: o Newell’s Old Boys de Marcelo Bielsa. Asfixiante, elétrico, intenso. Era a primeira amostra em termos de trabalho daquele que viria a influenciar diversos treinadores nas décadas seguintes.

Para assistir ao confronto, você clica aqui.

Inclusive, muitos dos jogadores que estavam no elenco de 1992 e que cairia apenas para o São Paulo na decisão da Libertadores, acabaram tomando o rumo da área técnica após a aposentadoria. Eduardo Berrizo, Juan Manuel Llop, Tata Martino e Maurício Pochettino são os mais notáveis desta leva, sendo possível notar muitos dos conceitos empregados por Bielsa em seus modelos de jogo ao longo da carreira.

No mais, esta partida marca o troco da equipe de Rosário em cima do San Lorenzo. Na fase de grupos, o time de Boedo aplicou uma goleada histórica por 6 a 0 na casa adversária, logo no jogo de estreia. A devolução não poderia vir em momento mais oportuno, construindo a vantagem no jogo de ida das quartas de final dentro do Colosso Del Parque e confirmando, posteriormente, a classificação para a semifinal na volta.

River Plate 3 x 3 Boca Juniors – Campeonato Argentino 1996/1997

Qualquer clássico entre River Plate e Boca Juniors já é digno de ser revisto apenas pela magnitude que tem no futebol mundial. Mas este em especial marca pelo movimento no placar, com o Boca abrindo 3 a 0 fora de casa e o River buscando o empate, e pelos momentos das duas equipes em 1997.

Quer assistir a partida? Basta clicar aqui.

Dentro do Monumental de Nuñez, o River ainda saboreava a fase positiva que vivia, tendo conquistado a Libertadores no ano anterior e contando com jogadores como Leonardo Astrada, Santiago Solari e o eterno ídolo Enzo Francescoli, já na sua última temporada como atleta, em seu elenco. Mais do que isso, os millonarios haviam conquistado o Apertura no segundo semestre de 1996 e se encaminhavam também para o título do Clausura no primeiro semestre de 1997, tendo uma temporada absoluta no cenário nacional.

Já o Boca Juniors vivia um período bastante ruim. Acumulava cinco anos sem levantar uma taça no Argentino e tentava recuperar seu prestígio continental, já que o último título da Libertadores tinha acontecido há praticamente 20 anos. E a esperança para mudar este panorama tinha nome e sobrenome: Juan Román Riquelme. Aquele 23 de março de 1997 marcou o primeiro Superclássico do então garoto de 19 anos. E o resto, bem… o resto é história. Apreciem.

Uruguai 3 x 0 Paraguai – Final da Copa América 2011

A Copa América de 2011 significou a glória para uma geração extremamente talentosa, porém até então carente de títulos na Seleção Uruguaia. Um ano antes, já haviam surpreendido o mundo e por muito pouco não chegaram à final da Copa do Mundo na África do Sul, caindo para a Holanda na semi. Agora, tinham a chance de afirmar que a campanha não era obra do acaso.

Para fechar com chave de ouro? Assista ao jogo clicando aqui.

O último passo para a equipe de Óscar Tabárez era superar o pouco brilhante, mas eficiente Paraguai de Tata Martino. A albirroja também vinha de uma grande Copa do Mundo em 2010, sendo eliminada apenas nas quartas de final e vendendo muito caro a derrota para a Espanha, com gol de David Villa nos minutos finais da partida. A Seleção Paraguaia chegava à decisão de modo histórico: sem vencer nenhuma partida em toda a campanha. Nos cinco jogos antes da final, cinco empates somando fase de grupos, quartas e semi.

Essa incapacidade de vencer partidas acabou cobrando seu preço. O letal Uruguai de Suárez e Forlán não tomou conhecimento de quem estava no lado oposto do gramado do Monumental de Nuñez e aplicou 3 a 0, garantindo o primeiro título para a Celeste depois de 16 anos e escrevendo o seu nome na história.

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