Daniel Paulista recorre as influências do frevo, para impor ritmo alucinante e resgatar conexão com a torcida

O ritmo do frevo se confunde com a forma com que os pernambucanos, e principalmente, os recifenses enxergam a vida e o jogo de futebol. E o torcedor do Sport que carrega o nome da cidade em seu peito, não está alheio a essa forma peculiar de observar a vida. E é estabelecendo um ritmo frenético, com solidariedade, paixão e alegria, que Daniel Paulista busca reconectar o Sport com a sua comunidade.

A sociedade é composta por esferas (artes, educação, economia, política, religião e mídia) que se relacionam e influenciam o modo de viver e enxergar a vida de indivíduos de determinada região. E o esporte (artes) não está alheio. O futebol é uma grande ferramenta de expressão identitária de um povo. O lado tático, técnico e físico – apesar de ter trabalhado por anos separados – não pode se desvincular do emocional. Não existe sentido em responder as perguntas: o quê? quem? quando? como? onde? por quê? – que precedem uma tomada de decisão em campo – se não tiver o para quem! O futebol é produzido pelos jogadores e comissões técnicas tendo finalidade os torcedores e a representação e preservação de uma identidade cultural.

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A contratação de Daniel Paulista para o comando técnico do Sport, teve como mote central externalizado a falta de desempenho e resultados do antecessor Guto Ferreira no início da temporada. Mas foi apenas a ponta do iceberg. A chegada do ídolo e campeão da Copa do Brasil, visava restabelecer uma conexão com o torcedor. Pois o Leão da Ilha havia perdido abruptamente lideranças técnicas e de grupo como Magrão e Durval que atravessaram gerações.

Daniel Paulista sendo ovacionado em 2016 e resgatando a paixão adormecida do torcedor do Sport na reta final da Série A (Imagens/Tv Sport)

Além da figura que acarinha o âmago do torcedor rubro-negro e preenche o vazio da representatividade. A chegada de Daniel Paulista tem outro importante pilar: resgatar o DNA vencedor do Sport. O atual técnico e ex-volante esteve na equipe que sagrou-se campeão da Copa do Brasil 2008 e que superou e desbancou o grupo da morte da Libertadores 2009 com Palmeiras, Colo-Colo e LDU (atual campeão).

Futebol e o frevo como expressão identitária

E como deu pra perceber no final do vídeo acima, o Frevo é um elemento crucial no desenvolvimento cultural de Pernambuco. Um fenômeno que tem origem no século XIX na “batalha” travada entre escravos libertos e militares e, que se tornou Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas (Unesco) em 2012.

E o Sport por ser o único clube a levar o nome da cidade (Sport Club do Recife) que se orgulha de ter o maior carnaval do mundo, carrega no nome toda a representatividade de uma forma de ser, pensar e agir do povo recifense. Além disso, Recife e todo o seu arcabouço multicultural está intimamente ligado com a maneira que a legião de milhões de torcedores do Leão da Praça da Bandeira querem se sentir representados dentro das quatro linhas.

Antes de seguir o texto, ouça ao menos um trecho da música abaixo.

Essa cidade vai tremer
A galera vai suar
Arrea, arrea, arrea, arrea, arrea iá

Vem, aqui só rolar gente de bem
Tem brecha pra você pular também
Eu vou arrebentar o corredor
Eu quero é mais pegar na sua mão
Sentir esse bater no coração
E a gente vai mandar no corredor
ÔÔÔÔÔ

O teu olhar é luz do sol que incendeia
Me deixa doido lobisomem em lua cheia
Apaixonado eu quero é mais
Fazer você pular, cantar, de amor
Fazer zoeira

Arrêa Lenha – Marrom Brasileiro

E a música do compositor e intérprete, Marrom Brasileiro, traduz bem o sentimento que emana do frevo e retroalimenta toda a cadeia biopsicossocial do indivíduo recifense e pernambucano. A letra e o arranjo de “Arrêa a Lenha” traz o fervor correndo nas veias, o espírito solidário, a perspectiva de encarar os desafios com resiliência e paixão, o instrumental jogando a intensidade da música lá pra cima e tudo isso tendo a alegria como pedra fundamental.

Planificações, plataformas e ideias de Daniel Paulista

É reativando a conexão com a identidade recifense que está entrelaçada com a do Sport Club do Recife, que Daniel Paulista tem pautado as ideias que alimentam o modelo de jogo da equipe. Assim como o frevo, o jogar do Sport detém grande complexidade de movimentos e comportamentos. E se configuram por exprimir ações de alta intensidade, coletividade, resiliência em um ritmo frenético.

Daniel Paulista utiliza o 4-2-3-1 como plataforma base, mas não impede que variações para o 4-4-2 e 4-1-4-1 ocorram.

Durante os 6 jogos que ficou à frente do Sport até a interrupção, devido a pandemia de Covid-19, Daniel buscou moldar principalmente comportamentos de pós-perda e de conferir maior verticalidade ao recuperar a posse de bola. A pressão ao homem da bola teve uma leve melhora e, o Sport passou a liderar o quesito na Copa do Nordeste e Pernambucano com uma média de 70 recuperações por jogo. Potencializando, assim, a organização defensiva por encaixes setorizados.

Anteriormente com Guto Ferreira, o Sport trocava em média 405 passes. Já sob o comando do novo técnico, com a exceção do jogo de estreia contra o América de Natal (577 passes), a equipe passou a trocar 353 passes. Uma demonstração da busca pela verticalização das jogadas de ataque. O que é evidenciado pela propensão ao ataque direto e ataque rápido.

A agressividade na mudança de comportamento com a bola e sem a bola, é que molda a certa medida à planificação da equipe de Daniel Paulista no Sport. No gol, Luan Polli é um goleiro que sabe “agredir” melhor a bola nos cruzamentos em relação a Maílson. No entanto, está pouco inserido no modelo de jogo e se resume a defender o gol e a participações pontuais na construção ofensiva.

Adryelson é o novo xerife da zaga do Sport
(Foto: Anderson Stevens/Sport)

A linha de defesa tem sido formada por atletas que em sua maioria apresentam boa capacidade de recuperação. No miolo de zaga, Adryelson é titular absoluto e se destaca por ser combativo e ganhar duelos por baixo. Além disso, por ter ótima impulsão vence duelos aéreos e protege bem a área. Cleberson defende bem a área e é agressivo na abordagem ao portador da bola. Os dois apresentam limitações em ações com a bola.

Nas laterais, Daniel Paulista tem optado por Raúl Prata e Sander. o lateral direito detém mais recursos com a bola para auxiliar na construção ou criação ofensiva. Porém, não consegue realizar com frequência ações de alta intensidade de ir de área a área. Já o lateral esquerdo, possui excelente capacidade física e combatividade, o que lhe credencia a vencer duelos por baixo e por cima. No entanto, não tem um acabamento das jogadas com bola tão bom quanto apresenta sem ela.

A primeira linha no meio-campo é formada pelos dois volantes: Rithely e Willian Farias. Dois atletas com alta capacidade física, noção espacial e leitura de jogo. Os dois são os atletas que exercem muita pressão ao portador da bola. Com a bola, Willian Farias participa do jogo em zonas mais baixas do campo para auxiliar na construção ofensiva. Já Rithely, participa em zonas intermediárias e de último terço criando ou finalizando as jogadas.

Marquinhos em velocidade pelo corredor esquerdo
(Foto: Anderson Stevens/Sport)

segunda linha de meio-campo no 4-2-3-1, é formada por Yan, Lucas Mugni e Marquinhos. Yan e Marquinhos representam a ideia de Daniel Paulista de ter dois jogadores de ótima condução, drible, finalização e que aportem agressividade aos lados do campo. Já Lucas Mugni é o camisa 10. Mas longe de ser aquele clássico. É um meia-atacante puro que busca associação pelos lados e que pisa a área com enorme frequência para finalizar.

No ataque, Hernane Brocador. Um atacante que evoluiu bastante ao longo dos últimos anos. Continua um finalizador nato. Mas agora, busca participar da criação das jogadas saindo da área e abrindo espaço para quem vem de trás. Se tornou um autêntico 9 móvel.

Willian Farias o facilitador da construção ofensiva curta

Willian Farias é principal organizador da fase de construção ofensiva do Sport
Edição: KlipDraw

Nos seis jogos que teve, Daniel Paulista já pôde ter uma amostragem interessante do que deve vir na continuidade do Pernambucano e Copa do Nordeste e também ao longo do Brasileiro Série A. Contra o Santa Cruz, enfrentou uma equipe que pressionava em bloco médio-baixo e dificultava a progressão cortando linhas de passe por meio dos encaixes setorizados. Já diante do Ceará, viu a sua equipe ser pressionada em bloco alto e ter dificuldade em alguns momentos para sair com qualidade.

Em fase de organização ofensiva, o Sport tanto pode realizar uma construção curta, quanto optar por uma construção longa para disputar a 1º e 2º bola. Na construção curta, a equipe realiza uma saída sustentada no 4-1 com Willian Farias sendo o principal facilitador da construção ofensiva. O camisa 8 busca se posicionar à frente dos dois zagueiros para receber a bola, girar e ficar de frente para o jogo.

Em alguns momentos Sander avança no campo deixando o espaço na esquerda, que é ocupado por Willian Farias para receber essa bola com mais tempo e espaço. No jogo diante do Ceará, o volante chegou a inverter a posição com o zagueiro Cleberson para receber do goleiro. Em outro momento afundou entre os zagueiros, realizando uma saída de 3 e iniciou a fase de construção.

Mapa de direcionamento e comprimento dos passes de Willian Farias
(Imagem/Wyscout)

Mas o Sport ainda carece de um melhor desenho da construção ofensiva curta. Ou seja, Daniel Paulista necessita criar e aperfeiçoar movimentos coordenados entre os atletas para favorecer uma saída de bola limpa e que consiga romper as linhas de marcação adversária sem coloca-lá excessivamente em disputa. O mapa de passes de Willian Farias, acena para a dificuldade que a equipe tem em romper a primeira e a segunda linha de marcação do adversário ao construir curto. Pois boa parte dos passes são para o lado.

Construção longa, disputa de 1º e 2º bola e verticalização

Construção longa do Sport
Edição: KlipDraw

Já a construção longa do Sport, apresenta em um estágio mais avançado de mecanismos com o objetivo de causar dúvida no oponente, ao realizar movimentos de apoio e ataque a profundidade simultaneamente e, de aceleração da jogada ao vencer a disputa da 1º e 2º bola. O lançamento longo geralmente ocorre por meio do goleiro Luan Polli, do zagueiro Cleberson ou com menos frequência de Willian Farias.

Com Luan Polli a bola é direcionada ao pivô na zona central e nos corredores laterais para os extremos ou o pivô disputarem com o lateral. Quando o lançamento ocorre através de Cleberson, a bola vem no corredor central para o pivô disputar ou no espaço vazio no corredor esquerdo. E o volante Willian Farias, busca um passe longo em diagonal.

Ao se estabelecer no campo do adversário, seja pela construção curta ou longa, a ideia de Daniel Paulista é ter 5 jogadores (Rithely, Lucas Mugni, Marquinhos, Yan e Hernane) mais o lateral do setor da bola participando das ações ofensivas. Mas quase sempre tendo amplitude total ou funcional com um lateral e o extremo oposto.

Lucas Mugni, Hernane e Marquinhos simbolizam o novo Sport
(Foto: Anderson Stevens/Sport)

Lucas Mugni com liberdade para flutuar para o setor da bola, mas tendo maior ocupação no lado esquerdo. Rithely participando da criação com a capacidade de um toque, ultrapassagens e infiltrações no espaço entre o zagueiro e o lateral. Marquinhos no lado esquerdo cortando pra dentro e abrindo o corredor para Sander. Já Yan alternando com Raúl Prata a ocupação de zonas centrais e laterais. Com Hernane saindo da referência, abrindo espaço para quem vem de trás e só pisando na área no momento de finalizar a jogada.

Uma equipe talhada para se organizar a partir da bola e da interação dos jogadores, tendo como objetivo trocar poucos passes e quase sempre no espaço vazio, realizar triangulações e ultrapassagens e chegar com no mínimo 3 jogadores na área para finalizar.

Agressividade no pós-perda, temporização e linha de 4

O conceito de atacar defendendo está muito presente na organização ofensiva do Sport. Pois enquanto a equipe ataca com 5 jogadores mais o lateral do setor da bola, o lateral oposto fecha por dentro ao lado do outro volante e forma um quadrado (2-2) juntamente com os zagueiros formando o balanço defensivo.

Outra possibilidade é formar um losango no 3-1 com um tripé formado pelo lateral oposto, um zagueiro centralizado na sobra, outro pelo setor da bola e um volante à frente para dar sustentação aos jogadores que participam efetivamente das ações ofensivas.

Transição defensiva do Sport
Edição: KlipDraw

Mas antes que os jogadores incumbidos de defender a própria meta entrem em ação ao perder a bola, Daniel Paulista, exige que os jogadores que estão próximos a bola já busquem pressionar para recuperá-la próxima ao gol e evitar correr para trás. No vídeo acima, é possível notar a mudança de comportamento no pós-perda. E na imagem abaixo, é possível ver a importância de Lucas Mugni e Hernane no exato momento após a perda da bola.

Mapa de recuperações da bola no último terço do campo
(Imagem/Wyscou)

Mas se o adversário escapar da zona de pressão, Willian Farias é uma “peça” importante na contenção, ao avançar e buscar temporizar a jogada enquanto os demais correm para trás com o intuito de se reorganizar. E quando há a reestruturação da linha de 4 ou formação de coberturas próximas, o jogador que temporizou passa a ser agressivo e tenta o desarme.

A reestruturação da linha de 4, por sinal, é algo bem assimilado pelos jogadores. Independentemente de posição, a formação da última linha tem que ocorrer na transição defensiva para impedir o avanço do adversário. No vídeo acima, pode-se observar Lucas Mugni e Willian Farias compondo a linha defensiva.

Encaixe no setor, cobertura próxima e corte de linha de passe por dentro

Organização defensiva do Sport
Edição: KlipDraw

Em relação ao tipo de marcação, não houve mudanças significativas. A ideia é a mesma praticada por Guto Ferreira: encaixes setorizados. Ou seja, os marcadores obedecem uma zona de atuação mas buscam encaixes nos atletas adversários sempre em função de onde está a bola. Dessa forma, o Sport busca cortar linhas de passe ao estar sempre “encaixado” com o oponente.

Entretanto, a principal mudança se deu pela agressividade na abordagem ao portador da bola e linhas de passes próximas. Os encaixes com Daniel Paulista passaram a ser mais estreitos. O que favorece aos cortes de linhas de passe à frente da bola e consequentemente o impedimento da progressão.

E essa melhora é evidenciada ao liderar o índice de PPDA (passes permitidos por ação defensiva, índice que mede a qualidade da pressão sob o adversário) da Copa do Nordeste, com 6,11 contra uma média de 9,95 da competição (quanto menor o valor, mais efetiva é a pressão).

Ao analisar os jogos, percebe-se que em seu campo, o Sport se posiciona no 4-4-2 em bloco médio-baixo, com Hernane e Lucas Mugni compondo a primeira linha de marcação e, buscando fechar a linha de passe por dentro. A partir do posicionamento da bola, os dois alternam o encaixe setorizado no volante adversário. Com isso, induzem a equipe rival a jogar para o lado.

Nesse instante, o extremo (Yan ou Marquinhos) tem que avançar e pressionar o jogador que está com a bola. Mas caso a bola entre pelo lado, a equipe faz o movimento de flutuação para o setor da bola, concentrando os atletas e criando uma zona de pressão. Lucas Mugni e Hernane são importantes, pois são os responsáveis por fechar o passe de retorno (para trás). E assim, o adversário fica encurralado como mostra o vídeo abaixo.

Criação de zona pressionante
Edição: KlipDraw

E quando o Sport marca em bloco baixo, a equipe em alguns momentos sai do 4-4-2 e entra no 4-4-1-1 com Lucas Mugni se posicionando no setor da bola e fechando as linhas de passe em diagonal para o corredor central. Com Rithely e Willian Farias a pressão por dentro é intensa. E somada as coberturas bem próximas, o adversário pouco consegue avançar por este setor.

Como mostra a imagem abaixo, o Sport recupera a bola com maior êxito na defesa e na intermediária. O corredor central que agrupa Cleberson, Adryelson, Willian Farias e Rithely é a zona com mais recuperações por jogo. A agressividade dos laterais e dos extremos, também pode ser notada ao olhar as recuperações no lado de campo.

Mapa setorizado das recuperações de bola do Sport
(Imagem/Wyscout)

Mas é possível identificar também que Daniel Paulista considera os pontos fortes adversários para planificar o sistema defensivo. Diante do Ceará, uma equipe que busca alargar o campo tensionar a linha de 4 do adversário com 5 jogadores, o Sport utilizou 4-1-4-1 com os extremos baixando até se alinhar aos laterais.

Condução, toques rápido e aceleração

Transição ofensiva do Sport
Edição: KlipDraw

Após recuperar a bola, o Sport busca acelerar as jogadas, na maioria das vezes, mantendo a bola no setor onde recuperou e avançando através das conduções, dribles, toques rápidos (verticais) e velocidade. Nesta momento do jogo, Yan e Marquinhos, devido as características de velocidade, condução e drible são acionados para que a equipe consiga superar as linhas de marcação adversária. A retirada da bola de pressão com invertidas também ocorrem e também são direcionadas aos extremos.

Projeção dos 11 no retorno do futebol

Com a paralisação pelo Covid-19, a crise financeira do Sport foi agravada. A dificuldade de receitas e comprometeu o fluxo de caixa e alguns jogadores estão tendo que ser negociados para desafogar a folha salarial do clube. O volante Rithely e o zagueiro Cleberson não se reapresentaram e não fazem parte do elenco.

O técnico Daniel Paulista terá que encontrar no elenco jogadores com a capacidade de suprir as características que os que deixaram tinha e que potencializavam o modelo de jogo. Olhando para o elenco, para suprir a saída de Rithely, Daniel tem: João Igor, Betinho, Ronaldo e Alê Santos.

O candidato mais provável para herdar a vaga é João Igor. O camisa 28 se destaca pela capacidade física, passada larga, agressividade sem a bola. O volante é capaz de cobrir grandes faixas de campo, assim como Rithely. No entanto, diferentemente do ex-camisa 21, João Igor participa mais das ações ofensivas em zonas centrais com um enfoque no lado direito, como mostra o mapa de calor abaixo. Sempre buscando passes verticais e ser opção de passe de retorno.

Mapa de calor de João Igor
(Imagem/Wyscout)

Outro ponto que de imediato a equipe perderá é nas infiltrações e chegadas na área. Pois o camisa 28 se sente melhor organizando a equipe por trás e pouco pisa na área. Por isso, será necessário Daniel Paulista estimular o jogador nas sessões de treino ou buscar alternativas para compensar a pouca participação no terço final.

Betinho e Ronaldo também são jogadores com características similares a de Willian Farias. Ou seja, que participam do momento ofensivo apenas em zonas baixas próximas aos zagueiros para auxiliar na construção ofensiva.

O meio-campista que melhor supriria a lacuna deixada por Rithely seria o volante Alê Santos. O meio-campista formado nas categorias de base, atuou em todas as funções do meio (1º volante, 2º volante, 3º homem de meio e meia-atacante). O que desenvolveu a capacidade de ser um meio-campista completo. Isto é, consegue auxiliar na construção em zonas baixas, participa da criação e consegue chegar à área para finalizar as jogadas com diagonais bem feitas. Mas a pouca minutagem e rodagem são fatores que podem pesar na escolha de Daniel Paulista.

Na zaga, a saída de Cleberson abre espaço para a disputa entre Rafael Thyere e Iago Maidana. Thyere foi titular por toda caminhada na Série B e vinha sendo também no início da temporada até a lesão. Já Iago Maidana foi contratado às vésperas da paralisação de todas as competições.

Os dois zagueiros possuem características similares. Bom passe, pressão na bola, jogo aéreo e poder de recuperação mediano. Mas a escolha de um dos dois interfere no posicionamento de Adryelson. Com Thyere, o camisa 34 deve ser deslocado para a esquerda. Já com Maidana, Adryelson tende a permanecer no lado direito. Pois é onde habitualmente o zagueiro que veio do Atlético-Mg estava atuando.

LEIA MAIS: Entrevista com Daniel Paulista, técnico do Sport

A contratação de Patric aporta tudo o que Daniel Paulista procura no atual modelo de jogo: agressividade com e sem bola. O lateral direito terá todo o corredor ao seu dispor para dar profundidade a equipe. E sem a bola terá papel importante no pós-perda. O lado direito deverá contar com o retorno de Leandro Barcia, após se recuperar de lesão. A dinâmica pelo lado direito do Sport deverá se torna o ponto forte da equipe. Uma vez que, os dois jogadores gostam de atacar por dentro e também a linha de fundo.

Mesmo com toda a dificuldade econômica, Daniel Paulista aos poucos vai conseguindo moldar o Sport a sua feição. Como primeiro passo, o ritmo alucinante do frevo canção e de rua é algo necessário para resgatar o espírito vencedor do Sport e restabelecer a conexão com a torcida. Mas a permanência do Leão na Série A, passa por saber explorar o frevo de bloco e suas pausas para recuperar o fôlego para em seguida impor ritmo frenético novamente.

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