Prestes a completar 100 jogos pelo Ceará, Guto Ferreira fala sobre o trabalho no Vozão, as críticas pela "falta de repertório" e sua metodologia de treino

Em entrevista exclusiva ao Footure, o técnico do Ceará, falou sobre a maratona de jogos, o método de treinamento, as escolhas dos meio-campistas, gestão de grupo e o que pesou para eliminação na Sul Americana

O futebol brasileiro, de maneira geral, é marcado por interromper trabalhos de forma precoce. A manutenção de um técnico por mais de uma temporada é a exceção da exceção. Mas o Ceará tem agido diferente com relação ao tema com o atual comandante. Dono de um estilo de jogo considerado pragmático, Guto Ferreira se aproxima da expressiva marca de 100 jogos comandando o Ceará — deixando para trás nomes como Lisca e Marcelo Chamusca, que escreveram uma bela história e tiveram grande identificação com o clube e a torcida.

Com quase 17 meses de trabalho, Guto Ferreira, tem colecionado marcas interessantes. Atualmente é o técnico mais longevo entre os comandantes da Série A do Brasileirão. Além disso, também é o treinador a comandar o Ceará por mais tempo desde 2003. Superando os 14 meses de Sérgio Soares nas temporadas 2013 e 2014. E ter um ciclo de 12 meses completo, por mais que não seja no período que compreende o início e o fim da temporada, é de suma importância para o processo de avaliação do trabalho desenvolvido, de acordo com Guto.

“É sempre positivo. Pois dá a liberdade de trabalhar situações mais à frente com o grupo. Mas muitas das vezes ao perder determinadas peças, o grupo perde o encaixe. E é necessário que haja uma readaptação. Por isso, é importante que o clube possua uma condição financeira de realizar contratações pontuais. E o Ceará o fez muito bem. O grupo vem evoluindo. Num comparativo com este recorte do Campeonato Brasileiro de 2020, o Ceará de 2021 é superior. Ano passado o Ceará completou o décimo terceiro ponto na décima rodada. Este ano foi completado na nona rodada. É um avanço. É um sinal que o Ceará tem mantido o nível e isso é de suma importância. O que faltou foi um fechamento melhor na Copa do Nordeste, Cearense e Sul-Americana. Mas com certeza existe uma manutenção da competitividade do ano anterior. Nos resta aguardar o final do Brasileiro para ter uma análise mais fidedigna”, afirmou o treinador do Ceará na entrevista.

E o vice-campeonato da Copa do Nordeste e do Cearense, aliado a eliminação na Copa Sul Americana geraram uma pressão externa muito forte a cerca do trabalho de Guto Ferreira. As criticas eram direcionadas sobre a “falta de repertório” e “naturalidade dos movimentos” ofensivo ao enfrentar adversários que ofertam a bola ou em cenários que precisa reverter uma desvantagem. Mas para o atual comandante do Vozão, antes de realizar as críticas, é preciso entender as características dos atletas do elenco e a estratégia de mercado adotada.

“Isso se deve a ausência de jogadores com as características para executar tal ideia de jogo concebida. Na partida contra o Juventude, o Jael entrou para dar um pouco mais de fluidez nas jogadas. E em cima disso, o Ceará passou a controlar o jogo. Estava com um jogador a mais? Sim! Porém se a equipe não está bem treinada e não há qualidade, não se chegaria na quantidade de vezes que chegou. O gol contra o Juventude, foi em uma situação em que o adversário defendia em bloco baixo. E marcado pelo Saulo que é um atleta com características voltadas para um jogo mais reativo”, explanou.

“Outro ponto, é que precisa-se também entender o contexto no qual o Ceará está inserido. O clube tem prospectado jogadores da Série D, Série C e até mesmo a 2º divisão estadual, como foi o caso de Cléber, para realizar um processo de lapidação. Mas essa construção do atleta demanda tempo. Não será do dia para noite. E esse desenvolvimento paulatino acaba que começa a exercer influência no desempenho da equipe. Muitas vezes esses jogadores têm sido peças fundamentais nas vitórias. É necessário compreender que o Ceará não tem Neymar ou Messi no elenco. O time é composto por jogadores que são os pilares, pois estão praticamente prontos no aspecto físico, mental, técnico e tático. E existem outros que estão em processo”, explicou Guto Ferreira.

Foto Divulgação: Felipe Santos/CearaSC.com

Mesmo diante de uma maratona de jogos e mantendo a competitividade, Guto Ferreira atravessou um momento de grande instabilidade no cargo. Principalmente após a eliminação na Copa do Brasil para o Fortaleza de Juan Pablo Vojvoda. Tendo apenas o Brasileiro pela frente, o Ceará tem conseguido dar mostras de que está recuperando a intensidade e a solidez do início da temporada. E de acordo com Guto, a chave para superar este momento de crise consiste em acreditar no que se faz e ter o suporte gerencial do clube.

“O fato de ter convicção no que se está fazendo e ter respaldo da gestão têm ajudado bastante a atravessar este momento turbulento. Acredito que a gestão esteja avaliando e observando as coisas boas que estão sendo feitas no Ceará. Pois não existe garantia de que realizar uma troca pela troca vai fazer com que o time melhore. A troca tem que ser em um momento que, de fato, seja o único caminho. E a maneira com que o presidente, Robson de Castro, conduziu esse período de maior questionamento sobre o meu trabalho, o torna uma figura fundamental nesta retomada que o Ceará tem apresentado. Porque fortaleceu o comando e fortaleceu o grupo. O problema não foi jogado nas costas de uma pessoa apenas. A responsabilidade foi colocada em cima de todos”, ressaltou o treinador do Ceará.


CONFIRA OUTROS TRECHOS DA ENTREVISTA

Desde a disputa das quartas de final da Copa do Nordeste, diante do Sampaio Corrêa, no dia 18 de abril, até hoje, foram disputados 29 jogos em 78 dias. Uma média de um jogo a cada 2 dias e meio. E somasse a esse calendário insano os deslocamentos de grandes distâncias realizados. Diante desse cenário, como você tem procurado otimizar o tempo para que não haja uma estagnação conceitual?

O problema não é apenas a falta de tempo para treinar. Mas sim a ausência de descanso e recuperação para os atletas. E esse é o aspecto que mais tem sido comprometido. Porque existem momentos que será necessário abrir mão dos principais jogadores e colocar uma equipe alternativa. Como foi contra o Grêmio. Mesmo assim, o Ceará conseguiu ter resultado. Não da maneira que o torcedor espera. Pois a cobrança é por título. E também almejo as conquistas. Mas o sucesso ele cobra um preço. E o sucesso do Ceará elevou o número de jogos e, consequentemente, impossibilitou da equipe estar 100% nas partidas finais.

Com o aumento dos jogos, o questionamento do trabalho veio à tona por não conseguir vencer algumas partidas. E foi justamente no final do mês de maio. O grupo ficou extenuado. Mas na medida em que o grupo conseguiu focar em uma única competição e o descanso pôde ser dado a alguns jogadores a equipe tem melhorado a resposta.

Foto Divulgação: Felipe Santos/CearaSC.com

Como é a sua metodologia de treino no Ceará? Todos os jogadores participam da sessão de treino? Realiza trabalhos das fases do jogo separado ou integrado? Conta um pouco pra gente.

Depende muito do momento no qual o clube se encontra. Costumo fracionar o jogo por setor: defesa, meio-campo e ataque. E também de acordo com as fases do jogo. Trabalho juntamente a defesa com a transição ofensiva e o ataque com a transição defensiva. E dentro dessas fases a operacionalização dos princípios estruturais, como por exemplo, a altura do bloco de marcação em alto, médio e baixo. E nessa organização, todos os atletas desenvolvem trabalhos condizentes com o que está previsto no modelo de jogo. Cada atleta sabe como tem que se comportar em cada função realizada dentro desse modelo. Os treinos possuem uma periodização que privilegia o aspecto físico.

A estratégia também é um componente importante. E por vezes não se consegue desenvolver o planejado pela ausência de um refino maior do atleta em determinada situação. Então, é preciso escolher a estratégia compatível com a característica do jogador. Por exemplo, se coloco o Jael, que é um atacante mais de força a estratégia será uma. E se coloco o Saulo Mineiro, o plano é totalmente diferente. Além disso, é preciso inserir jogadores que se complementem para que haja o tão buscado equilíbrio. Por isso, a estratégia e o modelo de jogo possuem uma relação de interdependência com as características do plantel de jogadores.

E em cima disso, o treinador começa a inserir os conceitos de jogo que melhor se acomodam com os atletas. Outro exemplo é o de: ao ter no elenco jogadores de defesa com muita velocidade, pode-se fazer um tipo de marcação. Se são mais lentos, outro tipo de marcação é necessário. Mas isso não quer dizer que não insiro trabalhos voltados para o desenvolvimento individual. Pelo contrário, ao observar que o jogador não apresenta ou apresenta em um nível abaixo determinado detalhe, preparo trabalhos para que melhore e faço um monitoramento dos treinos. Mas nem sempre o jogador vai ter a oportunidade de realizar esses trabalhos. Pois ao jogar com muita frequência entra no ciclo joga-viaja-descansa-joga. Apenas no momento em que sai da equipe é possível direcionar para esse trabalho de melhora individual.

Nas situações de jogadores que não vem jogando com regularidade, há um direcionamento para que realizem melhorias técnicas, táticas e de alguma maneira a organização em conjunto. No entanto, na maioria das vezes os jogadores viajam bastante e não estão jogando. E por isso, o nível cai muito. E como o jogo é também um treino, os atletas acabam treinando menos. Dessa forma, é preciso compensar a minutagem deficitária dos atletas que não jogam com frequência. Porém, por mais que se realize uma carga de intensidade nos treinos compatível com a do jogo, falta a componente emocional. Então é necessário que o atleta jogue valendo os três pontos, pois essa responsabilidade irá criar uma carga emocional. E essa carga emocional pode gerar aspectos positivos, como o ganho de confiança. Ou negativos, como um bloqueio emocional e aumento do desgaste físico e psicológico.

No treino de preparação que antecede ao jogo, costumo trabalhar em cima das características do adversário. Antes do duelo contra o Juventude, realizei um treino tático de encaixes em campo reduzido para trabalhar alguns movimentos e situações em cima do que o time do técnico Marquinhos Santos poderia apresentar. Uma equipe marcando em bloco baixo, o que se confirmou no jogo. E depois treinamos a bola parada. E no jogo o Ceará marcou um dos gols de escanteio.

O Ceará possui alguns indicadores que apontam para uma ideia de jogo preponderante. O time tem a 4º menor posse de bola do brasileiro, é o 2º time que menos troca passes, na maior parte do tempo marca em bloco médio/baixo, é 7º time que mais rebate a bola… Mas quais indicadores que você utiliza para mensurar o sucesso do modelo de jogo? E quais você enxerga com margem de crescimento?

No Ceará tenho utilizado o número de chegadas do adversário ao gol, qual é a altura do campo em que estamos roubando a bola e a partir das recuperações da posse de bola como está a execução da saída em velocidade. E tudo isso, me traz a informação que é primordial: se estamos ou não controlando o jogo.

Qual a partida do Ceará que você enxerga como sendo a que melhor conseguiu executar os conceitos de jogo treinados e que você olha como sendo a partida modelo?

Nesta temporada em termos de controle do jogo a partir da bola, a partida contra o Jorge Wilsterman foi excelente. O Ceará amassou e fez com que o adversário ficasse acuado lá atrás. Na temporada passada, em um contexto mais reativo, existiram vários jogos. A goleada sobre o Vasco em São Januário e os jogos contra o Flamengo.

Foto Divulgação: Felipe Santos/CearaSC.com

A saída de bola é um momento chave durante o jogo que pode desencadear inúmeras ações vantajosas ou desvantajosas a depender do nível de execução. O Ceará utiliza uma saída sustentada no 4-1 ou uma saída de 3 com um dos volantes afundando entre os zagueiros. Mas de forma observacional, não tem conseguido gerar vantagens com muita frequência. Você acredita que as características dos meio-campistas do Ceará é um fator dificultador?

De acordo com o tipo de adversário que vai se enfrentar e a depender de como as situações ocorrem no transcorrer do jogo, é preciso ponderar entre o quão vantajoso é realizar uma saída de bola curta ou se posicionar para a 2º bola a partir de uma saída longa. Na temporada passada o Ceará tinha muita dificuldade na construção, pois errava muito na saída de bola. Por isso, optou-se pelo lançamento longo. E a partir dessa leitura, a equipe deslanchou nas competições. E tudo isso está compreendido na estratégia de jogo, onde busca-se minimizar as dificuldades e impulsionar as qualidades.

Você tem buscado alternativas para encontrar a melhor combinação da dupla de volantes e dar o equilíbrio ao Ceará. Já testou Oliveira e Charles, Oliveira e Sobral, Sobral e Charles e por último Sobral e Marlon. O recuo de Jorginho seria uma alternativa interessante para solucionar o problema na saída de bola? Quais os prós e contras dessa escolha?

O meio-campo é um setor que exige muito preenchimento de espaço e de forma rápida. Dessa forma, demanda que os jogadores que atuam neste setor possuam três qualidades primordiais: força, poder de articulação e velocidade. Tendo isso, os atletas são capazes de se adequar a qualquer cenário. Caso contrário, é necessário buscar o melhor casamento. E esse casamento é firmado com base nas características dos atletas. Geralmente, o Ceará joga com um volante predominantemente com mais pegada para dar sustentação e proteção a defesa e o outro com melhor capacidade de articulação. Porém, isso não quer dizer que o volante de mais pegada não tenha qualidade para articular.

Dificilmente o Ceará vai iniciar o jogo com dois articuladores. A não ser em situações que o time tenha uma vantagem numérica ou se o nível do adversário for muito inferior. Mas existem equipes que jogam com dois volantes de articulação. Porém perdem na pegada. E necessitam do sacrifício de outros jogadores. Assim pode comprometer o ataque ou a defesa. Por isso, a busca pelo equilíbrio geral é tão importante.

Sobre Jorginho, concordo com a sua percepção. No entanto, é um atleta que tem uma chegada na frente, sabe fazer gols e tem um ótimo passe. Mas a pegada dele não é tão forte. Eu posso jogar sim com Jorginho e Vina, tendo um volante de maior pegada dando sustentação por trás. Mas vai depender de quem é o adversário. É sempre a busca pelo equilíbrio. E não só o equilíbrio da minha equipe, mas sim, da minha equipe em relação ao adversário.

Sob o seu comando o Ceará sofreu 2 gols em 5 jogos pela Copa do Nordeste 2020, 5 gols em 12 jogos pela CdN deste ano e 2 gols em 6 jogos pela Sul-Americana. Pegando esse recorte, nos dá uma média de 0,39 gols por jogo. Ou seja, um gol a cada três jogos. Mas no Brasileirão, o cenário fica diferente: em 2020, o Ceará sofreu 51 gols em 38 jogos. E neste início de temporada tomou 10 gols em 8 jogos. Uma média superior a um gol por jogo. A que você atribui essa diferença comportamental do ceará em competições no estilo copa e campeonato?

Existem “n” fatores que podem ter desencadeado essa instabilidade. Mas não tenho como cravar o real motivo. A verdade é que Luiz Otávio ao lado de Messias estiveram presentes no recorte que o Ceará ficou invicto por 11 jogos. E isso é indiscutível. Mas nesta edição do Brasileiro, já atuaram no miolo de zaga: Messias, Gabriel Lacerda, Jordan e Klaus. O que gera uma natural diminuição de entrosamento. Mas a maturidade da equipe está se desenvolvendo. Os atletas que têm entrado influenciados pelo resultado e também pelo desempenho estão adquirindo confiança.

Ainda falando sobre aspectos defensivos, mais especificamente, dos zagueiros Luiz Otávio e Messias. São dois jogadores que se complementam muito bem. O Messias vai bem nas coberturas e controle da profundidade. Já o Luiz Otávio vai bem nos duelos individuais. E os dois defendem a área muito bem. É a melhor dupla de zaga com a qual você trabalhou? E o que você enxerga que esses atletas podem evoluir?

Já trabalhei com boas duplas na Chapecoense, Ponte Preta e Bahia. Mas certamente Messias e Luiz Otávio estão no top-3. Enxergo margem de melhora nos dois. O Luiz tem sido prejudicado pelas lesões. O Messias é um jogador determinado e que diariamente conversa com a comissão técnica para saber o que precisa evoluir. Ele não só treina, como quer fazer o algo a mais e às vezes é preciso tirá-lo para preservá-lo. O desempenho dele nos jogos não é à toa. A cabeça é muito boa. E o crescimento do Gabriel Lacerda passa muito por estar ao seu lado.

Com um elenco mais farto de opções, a gestão de elenco, é uma ferramenta ainda mais crucial para manter todos jogadores focados. Qual é o tipo de gestão que você utiliza? E como é ser o fio mediador entre os objetivos individuais de cada atleta e do clube?

Procuro ser o mais justo possível. Concedo atenção e respeito a todos para que se sintam partes importantes do processo que está sendo desenvolvido. O jogador que está melhor tem a preferência. Mas lógico, que, o jogador que tem um histórico positivo e não vem bem terá mais tempo para se recuperar. Não vou tirar de imediato. Embora, na maioria dos casos quem está melhor é que joga. E esse espaço entre os 11 titulares é construído através dos treinamentos, ao passar confiança a comissão técnica e, depois nos jogos ao chancelar o que foi mostrado no treino. Se por acaso, o jogador não consegue atender essas duas demandas: vai para o final da fila. E assim outro atleta terá oportunidade até que alguém se consolide e tome conta da posição.

Vale destacar que não trabalho com apenas 11 jogadores como falei em uma das perguntas anteriores. Trabalho com um grupo. E a comissão está sempre atenta ao desempenho de todos. Um exemplo é o João Victor, de 17 anos, que deu resposta no treino e chancelou no jogo. E cavou o espaço. Não está jogando ultimamente, pois está lesionado. Mas daqui a pouco está de volta. Então, tudo depende das respostas que os jogadores dão para a comissão técnica. Pois o que o torcedor exige, a comissão técnica também busca: desempenho.

O que pesou na reta final da Sul-Americana para que o Ceará não conseguisse a classificação?

O principal fator que contribuiu para a não classificação do Ceará para a segunda fase da Sul-Americana foi o desconhecimento da situação do gramado de Cochabamba. O Ceará fez um planejamento para La Paz e realizamos alterações para o jogo em Cochabamba. As informações davam conta que seria suportável a altitude. No entanto, o gramado era muito fofo. E ao jogar em um gramado dessas características se exige mais força. Ao fazer mais força o ar começa a faltar. E isso travou toda a equipe.

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