7 promessas brasileiras que atuam em equipes juvenis na Europa

Espalhados em diversos gigantes, promessas brasileiras esperam a oportunidade de chegar aos profissionais

Há muito tempo os clubes brasileiros têm perdido jogadores jovens para os clubes europeus. Antigamente, o torcedor ficava bravo porque os atletas não ficam mais do que duas ou três temporadas no clube. Esse número foi diminuindo e, atualmente, muito dessas promessas brasileiras sequer atuaram entre os profissionais.

O trabalho de scout é, antes de tudo, antever. Tirar um “extraclasse” do Brasil nem sempre é possível devido ao leilão que acaba gerando e por isso muitos olheiros estão presentes nas mais diversas competições de base, seja ela um mundial ou um estadual sub-15. Hoje, um clube do alto escalão europeu raramente contrata um jogador brasileiro acima dos 20 anos. Há pilhas e pilhas de relatórios dos mais diversos jogadores brasileiros nos escritórios europeus.

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E baseado nessa questão, abaixo segue uma lista com sete jogadores brasileiros que já estão atuando em clubes europeus e que têm potencial para crescer num cenário tão exigente.

Rodrigo Guth

Cria do Coritiba e figurinha carimbada nas seleções de base, Rodrigo Guth defende as cores da Atalanta desde 2017. Originalmente zagueiro, o brasileiro de 19 anos tem atuado como primeiro volante pela equipe bergamasca – e tem desempenhado um papel fundamental em duas grandes frentes.

Antes da paralisação pelo coronavírus, La Dea era líder do Primavera (campeonato sub-20 na Itália) e chegou às oitavas da Youth League (caiu nos pênaltis contra o poderoso Lyon). Apesar da estatura (1,91m), Guth se destaca muito pela qualidade no passe e pela visão de jogo. É até engraçado falar isso, mas o jovem brasileiro tem uma postura de “quarterback” em campo. Forte, seguro, ótimo nos lançamentos e, mesmo não sendo capitão, demonstra muita liderança. É bom ficar atento porque ele também tem cidadania alemã.

Rodrigo Guth é um dos líderes da Atalanta. Foto: Getty Images

O papel tático é de suma importância na Itália, o que fica evidente na enorme quantidade de jovens valores que estão sendo revelados no Bel Paese. Nas convocações para a seleção Sub-17, Guth ficou marcado apenas como zagueiro pela direita, porém, em Bergamo, muito pela pluralidade tática da equipe, o brasileiro chegou a atuar como lateral e, como dito anteriormente, hoje atua avançado no meio-campo. A polivalência de Guth o torna essencial numa equipe que varia da linha de quatro para uma linha de três no primeiro terço.

Felipe Morato

Cotia segue sendo uma das maiores marcas do futebol brasileiro quando o assunto é categoria de base. O Tricolor do Morumbi já faturou alto com transações de atletas formados em casa, especialmente com atletas que saem antes mesmo de sonhar em jogar na equipe principal. Esse é o caso do Morato, 18 anos, hoje zagueiro do Benfica, que chegou as quartas-de-final da Youth League e que não perde um jogo pelo Sub-19 há muito tempo.

promessas brasileiras
Mesmo com pouco tempo de casa, Morato é uma das figuras do Benfica. Foto: Divulgação.

Ao contrário de Guth, Felipe Morato é mais fixo na sua função. Outra diferença entre os jovens é o pé. O ex-aspirante do Tricolor é canhoto e um centímetro mais baixo. No entanto, ambos compartilham uma característica fundamental para um defensor: liderança. E isso se torna um traço normal para um jogador que se acostuma a vencer nas divisões inferiores, onde ele já foi campeão da Copinha em 2019 e da Supercopa Sub-20 em 2018.

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Natural de Francisco Morato, de onde vem o apelido, Felipe chegou como titular da equipe Sub-19 dos Encarnados, sendo fundamental na caminha da equipe portuguesa no principal torneio europeu da categoria. Morato, que é muito preciso nos desarmes, ganhou mais confiança e arrisca passes mais inteligentes em Lisboa.

Igor Gomes

Apesar de muita gente torcer o nariz, a Copinha segue sendo um dos maiores torneios mais bem quistos para os olheiros. Graças a ela, jogadores como Igor Gomes, que surpreendeu o Brasil com ótimas atuações com o Volta Redonda no certame, pôde chamar a atenção dos observadores do Barcelona. Antes de ir para a equipe Catalã, o defensor foi contratado pelo Coimbra-MG, que pertence ao banco BMG, que não pensou duas vezes em negociá-lo na primeira abordagem.

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Natural de Barra Mansa, Igor Gomes tem 1,85m e é destro. O brasileiro chamou a atenção de La Masia pela impressionante qualidade na saída de jogo, sendo muito bom para quebrar a primeira linha de marcação adversária, seja com passe ou carregando a bola até o meio-campo com o drible. Mesmo com o fracasso retumbante do Barcelona na Youth League, Igor chegou com moral e foi testado na competição Sub-19 da Uefa, onde até fez gol. Antes da paralisação, o brasileiro foi alçado à equipe B, que reúne jogadores mais velhos.

Igor é o grande exemplo de como a Copinha ainda funciona bem. Foto: Reprodução.

O clássico 4-3-3 segue imperando nas camadas inferiores do Barça. Esse sistema é favorável às características de Igor, que já foi até utilizado como lateral direito. Entretanto, o local mais indicado para o brasileiro é mesmo como central, onde pode participar na construção das jogadas, além de ser rápido na recuperação da posse de bola.

Felipe Estrella

O vasto interior de São Paulo é um prato cheio para scouts e analistas. Com uma região gigantesca e com uma enorme quantidade de clubes profissionais, hoje é fácil encontrar um atleta de ponta no “futebol caipira”. Recentemente, Gabriel Martinelli – mesmo sendo paulistano de nascimento – chocou muitos torcedores que só acompanham o básico do futebol ao empilhar boas atuações com o Ituano. Hoje ele está entre os profissionais do Arsenal.

Estrella tem faro de gol, bem ao estilo do futebol italiano. Foto: Divulgação.

E é nesse cenário que aparece Felipe Estrella, que saiu de Araraquara para Roma. Revelado pela Ferroviária, o centroavante canhoto de 1,90m chamou a atenção com boas atuações e gols na Copinha de 2018. Como vocês vão ver mais para frente, os clubes italianos são ávidos pela região, sobretudo pelos descendentes que dominam as cidades paulistas.

O passaporte é um fator importante na captação, porém, sem potencial técnico o jogador não anda. Felipe Estrella é o tipo favorito dos clubes italianos. Alto, forte, QI de futebol bom e jogo associativo. O ítalo-brasileiro não é apenas um grandalhão que faz gols de cabeça, mas na realidade um atacante que é capaz de contribuir nas ações ofensivas também como criador de jogadas.

Antes da paralisação, Estrella marcou sete gols e deu duas assistências em 17 partidas pela Roma no Primavera 2019/20. O centroavante já foi chamado para a seleção brasileira Sub-20, porém, é bom ficar de olho nas pretensões da Azzurra para ele.

Lucas Rosa

Seguindo a linha de Felipe Estrella, eis que temos outro exemplo de um jovem saindo do interior paulista para a Itália. No caso, Lucas Rosa, nascido em Ribeirão Preto, mas criado em Tremembé, que defende as cores da Juventus. Desde 2018 na Velha Senhora, Rosa teve passagens pelo Taubaté (Sub-13 e Sub-15) e Palmeiras (Sub-15 e Sub-17) antes de acertar com a gigante italiana, quando chegou para reforçar a equipe primavera.

Ambidestro, Lucas Rosa é capaz de atuar nas duas laterais. Geralmente escalado mais na direita, o brasileiro se dá muito bem no apoio, especialmente quando ganha a companhia do excepcional Franco Tongya mais a frente. O jovem bianconero também lê muito bem as jogadas, sabendo quando avançar ou segurar mais a posição.

Lucas Rosa é um dos mais conceituados jogadores jovens brasileiros na Bota. Foto: Divulgação.

Atualmente, Lucas está na equipe B da Juventus, a popular equipe Sub-23, que disputa a terceira divisão italiana. Antes de mudar de país, nos tempos de Palmeiras, Lucas colecionou convocações para seleção brasileira Sub-17. O jovem tem dupla cidadania, podendo ainda defender a Azzurra caso seja convocado.

Rodrigo “Farofa” Rodrigues

Cria do Novorizontino, que possui um trabalho forte de captação, Rodrigo Farofa saiu do Tigre para defender o clube mais rico do planeta com apenas meia dúzia de jogos como profissional. Nascido em São Carlos, também no interior paulista, o atacante de 19 anos está no Real Madrid desde 2018. Seu nome era conhecido pelos amantes do futebol de base devido à quantidade de gols que marcava.

No Paulista Sub-15, em 2015, Rodrigo marcou 16 gols pelo Novorizontino. No ano seguinte, em 2016, o Farofa estava no Sub-17 e marcou 14 gols com a camisa do Tigre. Em 2017, Rodrigo começou a temporada no Sub-17, onde fez apenas quatro gols, mas foi alçado ao Sub-20 durante a competição, onde fez mais cinco gols. Detalhe: ele tinha apenas 16 anos na época, sendo quatro anos abaixo da média. Em 2018, com apenas 17 anos, ele estreava já sob os olhares europeus contra o Santos, na elite do futebol paulista.

Pelo Real Madrid, Rodrigo Rodrigues marcou seis gols e deu duas assistências em oito jogos pela Youth League de 2018/19. Em 2019 ele foi alçado ao Real Madrid Castilla, que disputa competições profissionais na Espanha. Infelizmente, na atual temporada, Rodrigo se lesionou, o que atrapalhou sua ascensão na equipe merengue.

Na base, Rodrigo notabiliza pela facilidade em cumprir funções. Ele atua melhor como ponta-de-lança, geralmente como referência, mas devido a sua formação no futebol paulista, o jovem também pode atuar como extremo-esquerdo ou direito. Rodrigo é rápido, forte e um excelente finalizador com a perna direita.

Ascensão meteórica e consistência. Rodrigo está acostumado a queimar etapas. Foto: Real Madrid.

Oliver Batista Meier

Aqui temos um caso diferente dos demais. Oliver não nasceu no Brasil, mas é filho de mãe brasileira. De Kaiserslautern, o extremo-esquerdo de 19 anos defende o Bayern de Munique desde 2017, quando trocou o clube da cidade natal pelo gigante Bávaro. Meier é constantemente convocado pela Alemanha, tendo participado das categorias Sub-15, Sub-16, Sub-17 e Sub-19. Recentemente ele foi chamado pelo Brasil para o Sub-20, mas o Bayern não o liberou.

Atualmente no Bayern II, Oliver é tido como uma das promessas mais seguras de se apostar no elenco. Em números, Oliver seria capaz de criar uma guerra entre os dois países selecionáveis pelos quais ele pode optar. Na categoria Sub-17, o extremo anotou 30 gols e deu 25 assistências em 43 partidas. No Sub-19, foram 44 jogos onde ele marcou 25 gols e deu 14 assistências. Recentemente, Oliver chamou a atenção dos tuiteros por ter marcado cinco gols em uma partida só, tal qual fez Lewandowski nos profissionais.

Veloz, inteligente e driblador. Oliver pode ser disputado a tapas por Brasil e Alemanha futuramente. Foto: Getty Images

Tecnicamente privilegiado, Oliver é um artigo de luxo nas categorias de base devido à sua compreensão tática do jogo. O franco-brasileiro não depende apenas da qualidade com a bola nos pés para participar do jogo como destaque. Embora os números de gols sejam altos, Oliver também é muito bom no jogo associativo, ajudando na construção com os meias centrais e atacando o espaço na grande área. E, claro, como é de praxe no Bayern, Oliver é aquele ponteiro de pé trocado que dribla em direção ao gol, de preferência driblando para dentro e finalizando na meta adversária. Te lembra alguém? Pois é.

O jovem também é muito bom batendo faltas, tendo um golaço contra o Celtic, duas temporadas atrás pela Youth League. Provavelmente não vai demorar para que vejamos esse menino entre os grandes da equipe bávara, já que ele geralmente treina com a equipe de cima.

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1 comentário

  1. Tem o João Felipe, jogador 2001.
    Atuando pela categoria de base do Slavia Praga, ele fez 4 gols na champions sub19 é um hat-trick contra a Inter de Milão! O Outro gol foi contra o Borussia Dortmund e também fez boa partida contra o Barcelona.

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