As 10 promessas do Mundial Sub-17

Em sua 18ª edição, a competição inicia neste sábado (26), no Brasil, e com transmissão do SporTV.

Atraindo os olhares de torcedores, empresários e clubes espalhados pelo globo, o Mundial Sub-17 teve alguns percalços antes de sua realização no Brasil. Marcado para o início de outubro, no Peru, o torneio precisou mudar sua sede devido a desistência pelo não cumprimento dos requisitos mínimos impostos pela FIFA. A atual campeão, Inglaterra, não se classificou para defender o título.

O Mundial é disputado por 24 seleções divididas, inicialmente, em seis grupos com quatro equipes. Destes, os dois primeiros se classificam mais os quatro melhores terceiros. A partir de então, as fases de oitavas, quartas, semis e a grande final decidem o campeão.

Neste texto, iremos apresentar dez promessas que podem se destacar no torneio disputado em Cariacica, Gama e Goiânia. Inicialmente, essa lista tinha 55 nomes. Pois é, o Mundial Sub-17 no Brasil tem tudo para ser um dos maiores torneios que esta categoria já viu.

Alexander Aravena – Universidad Catolica (Chile)

O futebol chileno se caracterizou nos últimos anos por produzir “camisas 10” dribladores e capazes de criar não apenas jogadas estilizadas, mas também espaços entre as linhas. Além da criatividade com a bola nos pés, Aravena gosta de pisar dentro da área para anotar gols.

Revelado na canteira da Universidad Católica, o jovem chileno de 17 anos, foi essencial no vice-campeonato da Roja no Sul-americano Sub-17. Aravenajogou as nove partidas e anotou quatro gols, ficando assim como o terceiro artilheiro do torneio. Christian Leiva escalou o Chile no 4-3-3 e colocou como enganche, com liberdade para flutuar entre o meio-campo e a grande área. Devido à qualidade de Vicente Pizarro nos lançamentos, não era necessário que o camisa 10 chileno precisa-se recuar para buscar a bola na nascente das jogadas, apesar de ser capaz disso.

Johan Mina – Emelec (Equador)

Apesar de ter começado o Sul-americano Sub-17 como reserva, o que causou estranheza devido ao burburinho que já se fazia com seu nome após ter sido eleito o craque do Torneio das Américas, em 2018, Johan Mina terminou o torneio como artilheiro da competição com 6 gols.

O camisa 10, revelado pelo Emelec, chama a atenção pela compostura em campo. O posicionamento de Mina foi um dos trunfos para a grande campanha da Tri no torneio, pois o equatoriano pode tanto atuar como centroavante num 4-3-3 mais voltado para o contra-ataque ou como meia-atacante no 4-2-3-1 com um centroavante fazendo o pivô. A segunda opção foi a mais utilizada durante o Sul-americano justamente pela qualidade na finalização de Mina quando ele parte de frente para o gol. As atuações contra Chile (onde fez os três gols da vitória por 3×2) e Argentina (onde fez dois gols e deu uma assistência na goleada por 4×1 de virada) ele demonstrou muita personalidade.

Juan Sforza – Newell’s Old Boys (Argentina)

Juan Sforza é tudo o que você procura e espera de um médio centro argentino: qualidade na saída de bola e liderança. Estrela da canteira do Newell’s Old Boys, o canhoto de 17 anos só ficou de fora de uma partida durante o Sul-americano Sub-17. Responsável direto pela organização da equipe, Sforza é mais um regista oriundo do futebol portenho que já chama a atenção do mercado europeu.

Outras duas grandes qualidades do atleta argentino são os tiros de longa distância e a recuperação de bola. Apesar de muito jovem, Sforza também tem uma compreensão tática muito boa e que pode ser lapidada no futuro.

Talles Magno – Vasco (Brasil)

A promessa vascaína não é surpresa para mais ninguém e isso pode ser um fator importante e decisivo para o Brasil nesse Mundial Sub-17, que em poucas vezes reuniu tantos jogadores bons e equipes bem montadas.

Talles Magno não esteve no Sul-americano Sub-17, porém, ele pode usufruir de sua breve experiência no Brasileirão para ser a referência técnica da equipe de Guilherme Dalla Dea no torneio. Alto, rápido e dotado de uma capacidade inventiva muito grande são qualidades difíceis de serem paradas, especialmente num certame onde muitos dos atletas estão desenvolvendo aptidões.

Adil Aouchiche – PSG (França)

Sem dúvidas um dos prospectos mais interessantes da Europa é Adil Aouchiche. Trabalhado em praticamente todas as funções no meio-campo, o jogador do PSG foi o grande destaque da França na Euro Sub-17 apesar da equipe ter caído na semifinal contra a Itália.

Dono de uma qualidade técnica invejável, sendo capaz de esconder a bola e ditar o ritmo de jogo com uma maturidade inexplicável para sua idade, Aouchichetambém tem se destacado pelos gols. Ele foi o artilheiro da Euro Sub-17 com nove gols. Esse apetite foi instigado pela liberdade criativa que ele ganhou na seleção. A transição do jovem de 17 anos por Thomas Tuchel já está sendo feita, tendo já lançado mão de Aouchiche como titular na rodada 4 da Ligue 1 contra o Metz. Além disso, o jovem meio-campista é titular absoluto da equipe francesa na Youth League, a Champions League Sub-19, onde atualmente atua como extremo esquerdo ou segundo atacante (pelo fato da chegada de Xavi Simons a capital francesa).

Lorenzo Pirola – Internazionale (Itália)

Zagueiro forte, seguro e com ótimo posicionamento. Lorenzo Pirola, de apenas 17 anos, é uma das apostas mais seguras da Internazionale, que também conta com Sebastiano Esposito, porém, ele não foi liberado para o Mundial Sub-17.

A maturidade com que joga o defensor de 1,85m é digna de um profissional. Pirola foi titular em toda a campanha italiana no vice-campeonato da Euro Sub-17, tendo jogado como zagueiro pela esquerda tanto na linha de três quanto na linha de quatro. O defensor canhoto anotou um gol e passou ileso de cartões. Com as cores nerazzurri, Lorenzo está mais acostumado com o sistema de três zagueiros, onde é titular absoluto nos campeonatos Primavera e Youth League.

Zion Suzuki – Urawa Reds (Japão)

Filho de mãe ganesa e de pai japonês, Zion Suzuki é um dos atletas mais prodigiosos em sua faixa etária. O goleiro de 1,87m completou 17 anos neste ano, porém, já defendeu as cores nipônicas no Mundial Sub-20, em maio, na Polônia. Dois anos atrás, quando tinha 15 anos, Suzuki disputou o Mundial Sub-17.

Ainda com futuro incerto com relação à nacionalidade que vai optar na carreira profissional, Suzuki já é tratado como o substituto de Eiji Kawashima, goleiro do Strasburgo. Zion defende as cores do UrawaReds Sub-19, uma das equipes mais bem estruturadas da J-League. O jovem goleiro destaca-se pela velocidade na saída do gol e pelos reflexos apurados. Sua envergadura também é um fator preponderante para seu futuro, pois mesmo com tão pouca idade, ele já tem altura compatível com vários goleiros profissionais.

Peter Olawale – Tripple 44 FC (Nigéria)

A pentacampeã do Mundial Sub-17 segue sua saga de produzir grandes prospectos para o futebol europeu. A geração 2002 é considerada uma das mais prolíficas da história do país, tendo em Peter Olawale como seu principal nome.

O atacante de 17 anos é a combinação mortal deforça, velocidade e estatura. Olawale já é “vítima” daquelas comparações com estrelas mundiais ao ser taxado de “o novo Ronaldo”. Independente do que o futuro tenha reservado para o garoto, hoje ele demonstra muito potencial, além de ser candidato à artilharia do torneio. Com uma explosão física invejável, Olawaledestaca-se pela inteligência no jogo associativo, sabendo aproveitar muito bem os espaços entre as linhas de marcação para sair de frente para o goleiro. Ficar no 1×1 não é boa ideia.

Ilaix Moriba – Barcelona (Espanha)

Uma das estrelas de La Masia, que até um tempo atrás era referência inegável na formação de jogadores, Ilaix Moriba também sofre do mesmo mal de Peter Olawale ao ser comparado com outro grande nome do futebol internacional. O centrocampista do Barcelona é costumeiramente comparado a Paul Pogba.

Moriba é alto, extremamente habilidoso com e sem a bola, além de ser muito atlético. O único defeito do menino espanhol é a displicência em alguns momentos da partida. Com uma facilidade assustadora para driblar e proteger a bola, Moriba às vezes se perde na própria genialidade e acaba por segurar demais o jogo. Todavia, o destro de 16 anos é capaz de decidir o jogo (e o campeonato), seja numa jogada individual ou numa assistência com um lançamento preciso de 40 metros. Focado no jogo, Moriba é um dos jogadores mais aptos a decidir e brilhar no futebol profissional daqui alguns anos.

Naci Ünüvar – Ajax (Holanda)

Com oito jogadores na seleção holandesa, o Ajax é a equipe que mais cedeu atletas para o Mundial (e poderiam ser 10, pois Hoever, atualmente no Liverpool, é “produto” do Ajax. Brian Brobbey e Neraysho Kasanwirjo também poderiam estar na equipe, porém, ambos estão machucados). Apesar de nunca ter vencido o torneio, a Holanda é uma das grandes favoritas ao troféu. E um dos grandes motivos é um pequeno gênio que já encanta os fãs de Youth League, principalmente.

Naci Ünüvar, filho de pais turcos, nasceu em Amsterdã e desde os oito anos de idade defende o Ajax. Hoje, com 16, já tem contrato profissional e é preparado para atuar com os profissionais na próxima temporada. Dentro do clube há um ditado: “bom o suficiente é o maduro suficiente”. Não importa a sua idade, se você é bom, você joga. Assim como 80% dos garotos em De Toekomst (academia do Ajax), Ünüvar já atuou em praticamente todas as posições possíveis. No meio-campo ele é capaz de desempenhar qualquer função. No último terço do gramado, Ünüvar pode ser extremo ou até segundo atacante.

O jovem holandês possui técnica estonteante. Ünüvaré um grande driblador, um excelente chutador de média distância e um exímio passador. Devido a sua enorme capacidade criativa e maturidade tática, ele costumeiramente é escalado no meio-campo. Sua função varia de acordo com a necessidade da partida e do adversário. A única preocupação com relação ao futuro dessa estrela emergente é na parte física. Ünüvar, que desde os 14 anos de idade atua no sub-17 (e com 15 já jogava Youth League contra garotos quatro anos mais velhos), detém os maiores recordes no clube que ele defende.

Bônus:

  • Wilder Viera – Paraguai (meia central, 17 anos, Cerro Porteño)
  • Matías Palacios – Argentina (enganche, 17 anos, San Lorenzo)
  • Pedro Lucas – Brasil (meia, 17 anos, Grêmio)
  • Zito Luvumbo – Angola (atacante, 17 anos, Primeiro de Agosto)
  • Nianzou Kouassi – França (zagueiro, 17 anos, PSG)
  • Gaetano Oristanio – Itália (meia, 17 anos, Internazionale)
  • Efraín Álvarez – México (atacante, 17 anos, LA Galaxy)
  • Pedri – Espanha (extremo, 16 anos, Las Palmas)
  • Kenneth Taylor – Holanda (meia, 17 anos, Ajax)
  • Giovanni Reyna – EUA (extremo, 17 anos, Borussia Dortmund)
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