Athletic, Barcelona, Levante e Sevilla enfrentam a reta final da Copa do Rei
Athletic, Barcelona, Levante e Sevilla disputam nesta semana a vaga para a final da Copa do Rei 2020/21. As quatro equipes têm campanhas interessantes e os confrontos prometem por tudo que aconteceu nos jogos de ida. O que cada um dos times precisa fazer para chegar até à final?
Chegando ao final, a Copa do Rei aponta duelos interessantes nos jogos de volta da semifinal. No decorrer da competição, tivemos muitas surpresas, e uma delas segue viva na luta para chegar à final, o Levante. Enquanto as outras três equipes mantiveram na prática o que a teoria indica.
Com jornadas diferentes na competição, Athletic, Barcelona, Levante e Sevilla são quatro equipes que começaram com ambições distintas dentro de uma copa nacional, mas agora lutam pelo mesmo objetivo.
Com Marcelino, o time do país basco ganhou vida na temporada atual, voltou a competir e desde então perdeu apenas duas vezes em 13 partidas. O Barcelona é um dos maiores clubes do mundo e sempre quer levantar taças. Entretanto a temporada é de reconstrução, e isso implica inconsistência. Os comandados de Paco López não cansam de surpreender em 2020/21. Além de bem conceituado, a equipe do Levante faz ótima campanha na competição e vem firme na La Liga, surpreendendo a todos. O Sevilla de Lopetegui é uma das equipes mais regulares na Espanha e segue com a vantagem do primeiro jogo para conseguir se impor diante dos amigos de Lionel Messi.
Os confrontos e suas particularidades
Em um lado da chave temos Sevilla e Barcelona. No Sánchez Pizjuán, a equipe da casa conseguiu superioridade durante boa parte do tempo. Lopetegui manteve os seus principais jogadores no time titular e Bono fez defesas importantes para manter o clean sheet. Em uma jogada individual, o zagueiro Koundé, como se fosse um atacante, abriu o placar.
Nos 45 minutos finais o Barcelona aumentou o ritmo, cresceu de produção e conseguiu criar mais. Por outro lado, as alterações de Lopetegui fizeram efeito e conseguiram segurar o time blaugrana até o fim. Atrás do placar desde os 25 minutos do primeiro tempo, Koeman fez sua primeira alteração faltando apenas cinco minutos para acabar a partida, mas já era tarde demais. Logo em seguida, Óliver Torres deixou Rakitic com todo o espaço do mundo para marcar o segundo gol do Sevilla na partida.
É fato que o Barcelona ainda lida com problemas no terço final, seja enfrentando equipes com uma marcação mais avançada ou mais contida na sua área. A irregularidade é normal por toda a introdução de jovens e reformulação no elenco que acontece, mas Lopetegui não tem nada a ver com isso. De qualquer forma, não podemos descartar uma virada dos culés no Camp Nou.
Além de Messi, a equipe demonstrou na última rodada do campeonato espanhol que pode recuperar os gols sofridos no primeiro jogo. Primeiro passo foi anular o Sevilla ofensivamente. A defesa com três zagueiros funcionou como em outros confrontos, poucos espaços foram gerados para transição – situação que o time sofre bastante quando avança e sofre fisicamente – e Messi resolveu tudo lá na frente.
Mesmo que o clima da Copa seja diferente e o peso em recuperar o placar mude as dinâmicas do jogo da volta, Koeman conseguiu consertar parte dos erros defensivos. Não deixar que o Sevilla aumente a vantagem é fundamental para reconstruir o confronto com menos dificuldades. Errar o mínimo possível é essencial para que os blaugranas consigam a vaga para a final.
No lado do Sevilla poucas coisas preocupam além do confronto recente pelo campeonato espanhol. O coletivo ainda é muito bom e o ideal seria manter a defesa ajustada da mesma forma que foi no primeiro jogo – e obviamente seguir contando com as defesas importantes de Bono.
Lopetegui ainda segue na tentativa de encaixar Papu Gómez da forma que ele se sinta mais à vontade para desempenhar seu melhor futebol. É evidente nos últimos anos que o argentino se sai melhor no interior do campo, e não pelos lados como vem atuando. A grande questão é que, para Papu ser inserido ali, o treinador espanhol teria que tirar uma peça importante do seu sistema – que já sofre sem a presença de Ocampos –, ou mudar o esquema. Claramente a última opção não é das melhores, ainda mais se considerarmos o momento atual da equipe. E, também, a importância da partida pede um pragmatismo saudável, um jogo convincente e objetivo.
Do outro lado da chave, Athletic e Levante protagonizam um confronto interessante em vista das questões técnicas e táticas. As duas equipes são comandadas por dois treinadores com bastante repertório dentro do que o elenco pode produzir e do que de fato entrega.
No papel temos um Athletic muito a frente, tecnicamente e fisicamente superior ao Levante. Mas, apesar disso, Paco López reconhece as limitações do seu elenco, tem seus jogadores mais influentes e com base nisso reproduz em campo seu conceito.
A ideia principal era chegar em Bilbao e surpreender, como foi feito no primeiro tempo. Entretanto, as lesões atrapalharam os planos de Paco, que precisou ser mais cauteloso no segundo tempo e acabou não conseguindo levar a vantagem para Valencia.
Para a segunda partida, é punir no ataque e manter sua defesa arrumada para que não deixe o adversário a vontade para atacar. Mas Marcelino não é bobo. O Athletic tende a jogar com a bola, mas também oferece a posse para após recuperar conseguir encontrar espaços em transição. Seu 4-4-2 castiga, e muito. Os jogadores compraram por completo as ideias do treinador e seguem competindo com muito ânimo e versatilidade, sem ser previsíveis.
Independente de blocos baixos ou marcação alta, o coletivo oferece muita criação no último terço como vimos no primeiro jogo. Além disso, Iñaki Williams e Muniain são os diferenciais técnicos individuais da equipe, e conseguem desafogar em situações complexas.
Como dito, os dois treinadores têm repertório de sobra, principalmente Marcelino que consegue domínio com facilidade. No papel, o Athletic é favorito, mas o Levante não cansa de surpreender os adversários – venceu recentemente Atleti e Real Madrid na La Liga e eliminou o Villarreal nas quartas da copa. Recurso é o que não falta, e pelo confronto estar completamente aberto, teremos bastante estudo durante os últimos 90 minutos, pois ninguém quer errar e os dois times querem chegar à final.
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