A correção de rota do Bahia com as novas contratações

Tentando corrigir as falhas na montagem do elenco em janeiro, o Bahia foi bastante agressivo no mercado, buscando perfis diferentes do habiatuado.

Em sua primeira temporada sob o comando do grupo City, o Bahia está tendo alguns percalços para percorrer. Após um início de ano onde a equipe quebrou o recorde de transferência mais cara do Nordeste algumas vezes, o Tricolor de Aço não viu o resultado acompanhar o investimento. Mesmo assim, o time comandado por Renato Paiva pôde ver o copo meio cheio ao conseguir o título do campeonato baiano e a classificação para as oitavas da Copa do Brasil. Era o início de uma melhora. 

Contudo, essa sensação de crescimento durou pouco tempo, e a equipe estagnou novamente e viu os maus resultados retornarem. Muito disso passou pela montagem de elenco do Bahia, onde foram trazidos jogadores de boa relação com a bola, bom nível técnico, mas com pouca combatividade e baixa dominância física. Com problemas para defender sua área e vencer duelos, o Tricolor foi ao mercado tentando cobrir esses defeitos. 

Rafael Ratão, meia-atacante

Primeira contratação da janela, Rafael Ratão é um jogador que se enquadra perfeitamente nessa readequação da equipe. O meia atacante que estava no Toulouse destaca-se pela boa imposição física. Com 1,83m de altura, Ratão tem força para sustentar o contato correndo, se destaca ao ter campo para correr e atacando as costas do lateral.

Apesar da força, Rafael não demonstra qualidade para girar de costas sob os defensores. O jogador tem preferência por receber a bola mais aberto, próximo a linha lateral. Também tem um bom passe em profundidade, achando os companheiros atacando o espaço. 

Seu perfil difere dos primeiros contratados também nos pontos fracos, principalmente na dificuldade em trabalhar em espaço curto, onde, apesar de ser um driblador razoável, acaba por ter muitas perdas de posse. Rafael também mostra dificuldade para reagir rápido quando sua equipe recupera a bola, se atrasando na hora de projetar para puxar contragolpes. Suas principais características indicam um jogador mais adequado para atuar em cenários de transição, em equipes que buscam ter pouco o controle da bola, sendo mais verticais. 

Gilberto, lateral direito

A chegada de Gilberto para a lateral direita também foi um movimento importante para o Tricolor. Após boas temporadas em Portugal, o jogador chega para tomar conta da posição. Assim como Ratão, um atleta de bom porte físico (1,81m de altura), com passada larga e bom nível de força. 

Gilberto é um lateral bem equilibrado, que busca manter-se ativo de forma eficiente em todos os setores do campo. Tentando sempre oferecer uma sustentação a linha defensiva, com um bom posicionamento corporal e concentrado neste lado do campo. Apesar disso, Gilberto tem um primeiro arranque ruim, o que por vezes complica sua recomposição, principalmente ao enfrentar um adversário muito veloz. Sua leitura defensiva é bem correta para tentar interceptar passes, criando vantagens defensivas para seu time. 

Em posse da bola, o lateral mostra qualidade para passar a bola. Encontrando bons passes em zonas entrelinha. Não costuma projetar-se agressivamente no ataque. Ficando mais recuado e subindo para atacar o espaço nas costas do lateral adversário apenas quando o Benfica atraia o balanço defensivo rival para a esquerda e o usava para inverter o corredor da jogada rapidamente. Seu 1×1 ofensivo não é bom, ocasionando perdas de bola. 

Camilo Cândido, lateral esquerdo

Para o lado esquerdo, Camilo Cândido chegou do Nacional. Após Chavez não se adaptar ao futebol brasileiro e retornar ao Independiente Del Valle, o Tricolor de Aço fechou com o argentino, que também pode atuar como um meia pela esquerda. Com uma passada larga, Camilo tem naturalidade para percorrer grandes distâncias. Tem boa chegada na linha de fundo, com algumas características suas coincidindo com as de Chavez. Porém, quando atua mais avançado, em alguns momentos, Camilo recebe a bola na zona entre o zagueiro e o lateral adversário, usando o espaço para girar e tentar criar vantagens de gol para os companheiros.

Defensivamente tem boa concentração e tenta sempre encurtar a distância para o portador da bola em seu setor. Mas em dados momentos erra a leitura da jogada, permitindo ultrapassagens em suas costas. 

Além dos citados, o Bahia também fechou com o goleiro Adriel para a reserva de Marcos Felipe, o meia Leo Cittadini e com Luciano Juba destaque do Sport, contudo, o atleta só chegará ao Tricolor de aço no início de setembro. E com essa grande mudança no perfil de contratações a equipe de Renato Paiva busca reencontrar seus rumos, para se manter na Série A e evitar um rebaixamento no início de uma nova era na instituição.

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