BALANÇO TÁTICO - 1ª RODADA - CAMPEONATO BRASILEIRO
Por @RodrigoCout O início do Campeonato Brasileiro 2018 chega com muitas novidades no projeto Footure, seja no podcast, site e YouTube. A partir de agora, sempre ao final da rodada, teremos o “Balanço Tático” para apresentar os times que evoluíram, estagnaram ou decepcionaram. Lembrando que não somos resultadistas e por aqui, os clubes serão avaliados […]
Por @RodrigoCout
O início do Campeonato Brasileiro 2018 chega com muitas novidades no projeto Footure, seja no podcast, site e YouTube. A partir de agora, sempre ao final da rodada, teremos o “Balanço Tático” para apresentar os times que evoluíram, estagnaram ou decepcionaram. Lembrando que não somos resultadistas e por aqui, os clubes serão avaliados por desempenho, propostas, estratégias e rendimento dentro das quatro linhas. Ah, mais um lembrete: não falamos sobre arbitragem, nosso foco é campo e bola. Dito isso, seja bem-vindo e não deixe de participar com sua opinião sobre as rodadas do Brasileirão.
Entre as equipes que agradaram no aspecto coletivo nesta 1° rodada do Brasileirão, algumas surpresas e outras presenças esperadas. O Grêmio desfilou o seu futebol de posse e controle das ações contra o Cruzeiro no Mineirão. E marcou o gol da vitória quando ganhou mais profundidade ao prender André entre os zagueiros. Arthur fez mais uma apresentação sublime. Everton, Ramiro e Léo Moura foram muito bem.
O Santos conseguiu evoluir no aspecto ofensivo. Propôs o jogo de forma mais eficaz do que vinha fazendo. Amassou o Ceará na primeira etapa e administrou no segundo tempo. Segue trabalhando pelas pontas, mas desta vez foi mais criterioso e elaborou melhor as jogadas. Destaque para a variação no sistema tático entre as fases do jogo, tudo para diminuir as obrigações defensivas do jovem Rodrygo, um dos destaques do jogo. O sistema defensivo esteve sólido! Jean Mota, Léo Cittadini, Dodô e Rodrygo foram os destaques.
O América/MG atropelou o Sport e construiu o resultado no 1°tempo. Muito forte nas associações entre Luan e Carlinhos pela esquerda, demonstrou agressividade e intensidade. Não criou de forma tão elaborada, mas foi eficiente ao seu estilo. Serginho e Rafael Moura foram outros destaques de uma equipe que tem a variação entre o 4-2-3-1 e o 4-1-4-1 muito bem treinada.
O Atlético/PR é o líder e a primeira grande sensação do campeonato. No sétimo jogo sob o comando de Fernando Diniz, o Furacão já apresentou seu jogo de posse de bola e aproximação para criar. Destaque para o posicionamento ofensivo, sempre eficaz, e a evolução na parte defensiva, algo que vinha oscilando. Faltou um pouco mais de paciência para furar a linha de cinco da Chapecoense, mas o início é muito promissor.
Um jogo seguro do Internacional. Começou propondo o jogo como quer Odair Hellmann e depois do gol passou a reagir aos estímulos do adversário. O Colorado possui atletas que funcionam bem com mais espaço, buscando a transição ofensiva mais rápida. Início importante no retorno à Série A.
Mesmo com o empate dentro de casa, o Botafogo teve mais momentos de predomínio sobre o forte Palmeiras. Foi mais intenso que o adversário e não “apelou”. Não deu a bola ao Verdão pra viver de contra-ataque. Propôs o jogo quando pôde e mais uma vez demonstrou coletividade pra isso. Pecou nas finalizações e por isso não venceu. Mas evoluiu nos aspectos defensivos. Melhorou a transição e a abordagem de marcação. Bochecha, Matheus Fernandes e Rodrigo Pimpão foram os melhores.
Bastante mexido e seguro defensivamente, o São Paulo não teve uma grande atuação contra o Paraná, mas em virtude das circunstâncias conseguiu evoluir. Fez o seu gol no 1° tempo e tratou-se de uma equipe pragmática. Por mais que do outro lado tivesse uma equipe sem nenhum conjunto, o São Paulo saiu do jogo sem sustos. Cueva foi o destaque.
Aqui os clubes que não tiveram uma participação tão pródiga, mas também não chegaram a decepcionar. E o Flamengo é um deles. Com um a menos (lembram do primeiro recado, não vamos falar de arbitragem), o Rubro-Negro passou o jogo sofrendo e buscando se defender. Lucas Paquetá foi o destaque, mas o interino Maurício Barbieri errou ao sacá-lo aos 10 minutos do 2° tempo. Antes disso tinha feito bons ajustes na equipe.
O Vasco teve 10 minutos muito bons, mas se desconcentrou e desorganizou-se após sofrer o gol. Só foi se reencontrar na segunda etapa e mais uma vez buscou na base da entrega a virada na estreia. A equipe teve períodos de organização e mereceu vencer, mas precisa reagir melhor quando sofre um gol. Rildo, Wagner e Pikachu foram os destaques.
Um primeiro tempo perfeito do Atlético/MG dentro da estratégia traçada para jogar em São Januário. Foi compacto, marcou em bloco baixo é perigoso nos contra-ataques. Teve Luan na faixa central e poderia ter ido para o intervalo com uma vitória maior. No segundo tempo perdeu força na transição ofensiva e foi sufocado pelo Vasco. Thiago Larghi demorou a mexer no time. Gustavo Blanco foi o destaque.
Mais um jogo irregular do Corinthians. Alguns períodos bons, com o time executando bem a proposta. Trocando passes com velocidade e reagindo rápido à perda da bola, mas outros de falta de profundidade com o sistema sem atacantes centrais e vacilos na bola aérea. É um time mentalmente forte, joga com uma grande atmosfera a seu favor em casa e tem Rodriguinho numa fase pra lá de decisiva.
Um primeiro tempo inconstante, com dificuldade para impor o seu ritmo, mas uma segunda etapa em que poderia até mesmo ter conseguido a virada na Arena Corinthians. Foi mais contundente no pouco tempo que teve a bola, mantendo a tendência de equipe agressiva. Time de muita pegada, mas com ajustes para serem feitos no posicionamento defensivo.
A avaliação da impressão deixada é proporcional à expectativa causada. E o que podemos esperar de uma equipe montada em duas semanas, com um treinador há pouco tempo no comando, e com jogadores em nível abaixo tecnicamente para a Série A? Muito pouco! E dentro deste cenário o Paraná Club não foi uma total decepção. Mostrou compactação defensiva, mas pouca agressividade na abordagem de marcação. Com a bola sofreu para construir, algo natural pela realidade já descrita. Carlos Eduardo como “falso nove” não jogou mal.
O Cruzeiro puxa a fila entre as decepções da rodada. Foi inteiramente dominado dentro de casa e sequer conseguiu imprimir suas rápidas e boas transições ofensivas. De bom, o comportamento da última linha de defesa. Com a bola, foi um deserto de ideias.
Já o Vitória teve um homem a mais por mais de 80 minutos e mesmo assim quase foi derrotado em casa pelo Flamengo. Novamente foi um time espaçado defensivamente, oscilante na intensidade, é que abusou dos cruzamentos sem critério para a área.
Quem vinha jogando bem e também decepcionou foi o Ceará. Buscou ser reativo contra o Santos, mas não teve intensidade para conter o ímpeto do Peixe e nem para reagir quando tinha a bola. Ficou “pregado” em seu campo e foi construir a sua primeira boa jogada aos 26 minutos do 2° tempo. Uma estreia péssima!
O Sport entra de forma caótica no Brasileirão. Muitos jogadores chegando, torcida insatisfeita é um primeiro tempo pavoroso em Belo Horizonte. Demorou a ter intensidade em campo e, quando teve, foi uma equipe travada. Saída de bola deficiente, pouca mobilidade no meio-campo, defensores errando demais e atacantes isolados. Melhorou no segundo tempo, mas pouco para fazer algo.
A Chapecoense até teve estratégia bem definida e durante um período do jogo vou funcionar, tanto que abriu o marcador. Gilson Kleina preencheu sua linha defensiva para inibir o ofensivo Furacão. Linha de cinco com Amaral de zagueiro no momento defensivo. Outra linha de quatro no meio. Muita compactação e agressividade para marcar. Contra-ataques e ligação direta. Mas foi sucumbindo a partir de algumas falhas no 2° tempo e não teve forças para reagir.
O Bahia foi um time sem inspiração no Beira-Rio. Não conseguiu o encaixe defensivo e a organização que quase sempre pautam as equipes comandadas por Guto Ferreira. Foi iludido pelo Inter. Ofensivamente o jogo de associação pelos lados não fluiu. Peças importantes da equipe não estiveram bem individualmente e o Tricolor foi presa fácil.
Dono do melhor elenco do campeonato, o Palmeiras teve uma apresentação bem abaixo daquilo que apresentou na maioria dos jogos em 2018. Faltou sobretudo mais intensidade na transição defensiva e movimentação ofensiva. Foi um time burocrático e pareceu menos concentrado que o Botafogo. Talvez o ritmo forte dos últimos jogos tenha cobrado o seu preço, mas o fato é que a equipe decepcionou. Menos mal que foi um time efetivo nos 20 minutos de bom futebol que apresentou. Guerra, Dudu e Keno se destacaram.
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