BALANÇO TÁTICO - 7ª RODADA - CAMPEONATO BRASILEIRO
Por @RodrigoCout e @_GabrielCorrea Após o término da 7ª rodada chegou a hora de você acompanhar mais um Balanço Tático do Brasileirão 2018. Aqui não tratamos do resultado, mas sim de explicar porque ele aconteceu. A avaliação é em cima do rendimento de cada equipe. Como executaram suas estratégias e planos de jogo. O Flamengo […]
Por @RodrigoCout e @_GabrielCorrea
Após o término da 7ª rodada chegou a hora de você acompanhar mais um Balanço Tático do Brasileirão 2018. Aqui não tratamos do resultado, mas sim de explicar porque ele aconteceu. A avaliação é em cima do rendimento de cada equipe. Como executaram suas estratégias e planos de jogo. O Flamengo volta a ser líder da competição com uma vitória praticamente heróica contra um Galo que pressionou o tempo inteiro. O time mineiro, porém, segue tendo o melhor desempenho até aqui da Série A.
Destaque também para a segunda colocação do Fluminense, que não fez um grande jogo, mas venceu. Para o crescimento do São Paulo. Quem nos acompanha toda semana aqui sabe que estamos avisando do fortalecimento do Tricolor. Sport e Internacional também merecem menção honrosa pela evolução e crescimento na tabela.
Mesmo derrotada dentro do Maracanã pelo Fluminense, a Chapecoense fez o seu jogo mais consistente no Brasileirão. Mais até do que a vitória sobre o Flamengo, principalmente pela parte ofensiva. Foi derrotada muito mais pela limitação técnica do que pela parte coletiva. Gilson Kleina voltou a colocar mais um volante na equipe na vaga de Guilherme. Elicarlos entrou, mas a formação tática foi inédita até aqui. Amaral novamente foi o “central” da linha de cinco defensiva. No meio, uma trinca formada por Márcio Araújo centralizado, Eli logo a direita e Canteros a esquerda. Artur Caíke e Wellington Paulista como dupla de ataque. Nos primeiros 15 minutos anulou o Fluminense com muita intensidade em seus encaixes e perseguições. Nos contra-ataques era perigosa.
Do outro lado, porém, havia uma equipe mais rápida e também muito intensa com a bola. Amaral não conseguiu acompanhar Marcos Jr e o primeiro gol foi criado. Cinco minutos depois, em contra-ataque, levou o segundo em falha de Jandrei. Mudou a postura, passou a atacar. E demonstrou evolução no trabalho de bola, principalmente a partir da participação de Canteros. Seguiu aproveitando as subidas dos laterais, principalmente Apodi, mas foi mais criteriosa nos passes verticais teve mais opções de jogadas por dentro, muito pela movimentação de Artur Caíke também. Poderia ter diminuído ainda no 1°tempo, mas só o fez no início da segunda etapa. Kleina mudou o esquema para o 4-3-1-2 com a entrada de Nadson na vaga de Márcio Araújo e a ida de Amaral para o meio-campo. A Chape sufocou, chegou muito perto do empate. Bruno Silva entrou no lugar de Amaral, o time foi pro 4-3-3, criou mais, mas esbarrou na incapacidade para finalizar e levou o terceiro no fim, já mais exposto.
O Galo sai decepcionado da derrota dentro de casa para o Flamengo. Perdeu a chance de abrir uma boa frente na disputa pelo título neste princípio de Brasileirão, mas o rendimento em si foi muito bom! Os pecados do Atlético foram as finalizações e algumas precipitações no último momento de construção. Além, é claro, da falha individual do jovem Émerson na origem do lance que deu a vitória ao rubro-negro carioca. Voltou a se impor dentro e casa apresentando o eu estilo de jogo. Thiago Larghi voltou a escalar Luan pela faixa central. Talvez para ajudar Adilson e Blanco com o talentoso miolo de equipe do adversário. Cazares jogou aberto pela direita, flutuando para o meio com a bola. Certamente porque Renê não se apresenta tanto no campo de ataque e o equatoriano ficaria desobrigado de uma maior atenção defensiva em seu setor. Alerrandro ficou com a vaga do gripado Ricardo Oliveira. Émerson e Bremer seguiram no sistema defensivo. Como sempre faz em casa, adiantou a marcação, sufocou o Flamengo em vários momentos do 1º tempo. Em poucos lances teve problemas quando o adversário vencia essa primeira pressão e passou alguns sustos nos primeiros 45 minutos.
Com a bola, novamente deu gosto de ver. Movimentação constante, troca rápida de passes até o espaço aparecer, boa ocupação de espaços. Criou pelo menos três chances claras e só não saiu vencendo para o intervalo por um milagre de Diego Alves. No 2º tempo a pressão intensificou. Sufocou ainda mais o oponente, mas esteve mais ansioso e aumentou os erros na definição das jogadas, seja no último passe ou na finalização. Mesmo assim poderia ter marcado. Larghi botou Otero e Erik, tentou ser ainda mais ofensivo, mas Émerson falhou em contra-ataque e Vinicius Jr fez a diferença dando um gol para Everton Ribeiro. Na base do abafa ainda teve uma oportunidade incrível nos acréscimos, mas a zaga adversária salvou.
Ainda sem D’Alessandro, o Inter se aproveitou da situação para seguir no seu modelo de jogo com muitas transições em velocidade com Patrick e Edenílson, além dos pontas Pottker e Lucca. Apesar disso, sofreu um gol em falha de Klaus (substituto de Cuesta) e mesmo assim a linha defensiva soube fechar bem os espaços de Jadson. Rodrigo Dourado era o primeiro homem do 4-1-4-1 e avançava com a bola e na marcação após a perda da bola.
Com a bola, Lucca infiltrava e Iago aproveitava o espaço para avançar bastante, ainda mais sem alguém para ocupar o espaço que era do camisa 10 colorado. No segundo tempo, para buscar a virada, Odair Hellmann mexeu bem e colocou Juan Alano, Nico López e Rossi. Os três jogadores deram muita profundidade e aproveitaram o espaço criado por dentro e a virada surgiu assim. A ver como o técnico irá manter a equipe com o retorno de D’Alessandro.
Mesmo com mais um empate sem gols em casa, o Paraná Clube evoluiu em seu desempenho nesta rodada. Rogério Micale repetiu a escalação do jogo contra o Grêmio. 4-1-4-1 com Caio Henrique como “falso 9”. Começou o clássico contra o Atlético/PR tendo períodos de marcação mais adiantada, mas não conseguia roubar a bola no campo de ataque. Era superado e, para não dar chances ao adversário, trouxe suas linhas mais pra trás. Novamente esteve compacto e organizado. Muito concentrado para impedir que o Furacão entrasse na área. Fez um jogo perfeito no aspecto defensivo, mesmo com algumas alterações que deixaram a equipe mais ofensiva no fim da partida. Ainda no 1° tempo teve bons momentos no ataque. Mesmo não sendo tão frequente nesta fase do jogo, levou mais perigo. Tanto em transição, quanto em ataques mais posicionais. Na segunda etapa a história não se alterou tanto, mas desperdiçou uma chance clara com Caio Henrique. Carlos Eduardo, Léo Itaperuna e Guilherme Biteco entraram bem.
Sabe a frase do Galvão Bueno sobre o Chile? “Tá em crise, chama o Chile!”. Ela pode servir para o Bahia, mas com o Vasco como elemento. O Tricolor Baiano saiu de pressão com mais uma vitória por 3×0 sobre o clube carioca, a segunda neste mês de maio. Não fez uma grande atuação, mas teve como mérito maior a insistência e o volume, que se converteu em gols após a excelente entrada de Régis no 2°tempo. Guto Ferreira escalou novamente o 4-2-3-1 com Junior Brumado na referência. João Pedro se firmou na lateral direita e Mena jogou no lugar de Léo Pelé, lesionado. Não foi um bom início! Até tentava criar ocupando o campo de ataque e trocando passes em velocidade, virando o jogo de lado todos hora, e buscando as já famosas associações entre ponta e lateral. O adversário neutralizava. Defensivamente não sofria, pois tinha ótima transição. Criou muito pouco na primeira etapa, apesar de mais presente no campo ofensivo. No 2° tempo a história só mudou depois da entrada de Régis no lugar de Brumado. Vinícius foi adiantado e o craque da Copa do Nordeste 2017 entrou no meio. O time marcou o primeiro em jogada bem característica de João Pedro e finalização de Élber. Logo depois veio o segundo no contra-ataque, e o terceiro nos acréscimos.
O Grêmio voltou a vencer no Brasileirão. Bateu o Ceará no Castelão por 1×0 e controlou grande parte do jogo. Não que a atuação tricolor tenha sido perfeita, mas o triunfo foi merecido e de certa forma tranquilo, sem sofrer grandes sustos. Como de praxe teve mais a posse de bola, mas não conseguiu imprimir tanta velocidade na troca de passes. Arthur fez falta neste aspecto. Michel poderia ser um bom substituto, mas está lesionado e mais uma vez Jailson foi o escolhido. O time ganha em transição defensiva, mais uma vez perfeita, mas perde na articulação. Bressan substituiu Geromel na zaga. Cícero jogou na vaga de Luan e André foi o centroavante. A boa notícia foi o retorno de Everton, que fez teve uma ótima atuação e devolveu ao Grêmio a profundidade perdida nos últimos jogos. Mesmo assim o time ainda pode criar mais chances pelo domínio e o potencial que tem. Sem a bola, o Imortal novamente fez um jogo irrepreensível. Já poderia ter aberto o placar no 1º tempo, mas o gol só veio na reta final da segunda etapa. Thony Anderson, que havia entrado, marcou. Thaciano também saiu do banco e foi bem.
Outra atuação muito competitiva do Sport! Desta vez com vitória sobre o Palmeiras em São Paulo. O mais emblemático deste jogo é que o time anfitrião não jogou mal. O Leão bateu o Porco num jogo muito agradável de se assistir e vai subindo na tabela, mostrando que pode ter um campeonato bem diferente do imaginado inicialmente. Claudinei Oliveira escalou a equipe novamente no 4-1-4-1. Rafael Marques formou como centroavante e Rogério foi pro banco. Gabriel e Marlone foram os extremos. O rubro-negro foi uma equipe compacta, não tomou a iniciativa de atacar o Palmeiras, marcou em bloco médio com agressividade, mas esteve muito longe de abdicar de jogar. Quando teve a posse tentou acelerar as ações, buscando muito o lado esquerdo, ponto alto da equipe a partir das associações entre Marlone e Sander. Anselmo e Fellipe Bastos estiveram muito bem no duelo físico no meio-campo. Levou o gol no 1º tempo e na segunda etapa voltou mais ofensivo. Rogério entrou no lugar de Neto Moura e o time foi para o 4-2-3-1. Mais solto, se expôs, mas incomodou também no ataque. Acabou virando o jogo, sofreu o empate, mas marcou de novo no fim. Bola aérea ofensiva decisiva, fez dois tentos assim. Transições muito bem ajustadas.
Estamos avisando há algum tempo aqui: o São Paulo está evoluindo e se tornando extremamente competitivo! A vitória sobre o América/MG fora de casa é emblemática não só pelo resultado, mas também pelo rendimento, pelo fato de ter conseguido se adaptar muito bem a realidade dos jogos disputados por este Coelho em BH. O Tricolor Paulista foi escalado por Diego Aguirre com duas linhas de quatro. Felipe Araruna foi a surpresa escalação pelo lado direito do meio-campo. E Everton formou pelo lado esquerdo. Jucilei e Hudson foram os volantes. Nenê e Diego Souza jogaram mais a frente. Na linha defensiva: Éder Militão, Arboleda, Bruno Alves e Reinaldo. A equipe controlou muito bem o ímpeto do time da casa. Reforçou a marcação pelos lados do campo, foi pressionado, mas aguentou e saiu do 1º tempo vencendo por 2×1. Com a bola, acelerava quando havia espaço, principalmente com Everton pela esquerda. Quando o Coelho estava postado, o São Paulo optava muito mais por se ”defender com a bola” do que de fato construir jogadas mais agudas. Uma forma também de segurar o ímpeto adversário. Nenê e Diego Souza demonstraram muito entrosamento no ataque. No segundo tempo, fez o terceiro gol aos 15 minutos e depois administrou a vantagem. O São Paulo segue sendo o único invicto da competição.
O Tricolor Carioca venceu com mais uma grane atuação de Pedro, talvez o melhor jogo do Brasileirão neste início, subiu na tabela, mas não teve o mesmo desempenho das últimas rodadas. O que o faz estagnar é a falta de controle de jogo, além da queda física na segunda etapa (fruto da sequência de jogos), e alguns problemas defensivos. Abel mandou a campo a mesma equipe da última rodada. O Fluminense teve mais a posse de bola no início, buscou propor, mas teve dificuldades nos 15 minutos iniciais pela marcação muito forte da Chape e por ver privado o seu estilo de domínio: passes diretos para Pedro, as infiltrações de Jadson e Marcos Junior ou a projeção dos alas. Aos poucos foi entendendo que o jogo era de mais paciência. Rodar um pouco mais a bola, mover a equipe lateralmente no campo de ataque, trocar as posições coordenadamente, era necessário pra bagunçar o sistema de encaixes adversário. Conseguiu, abriu o placar em grande jogadas de Marcos Jr e finalizada por Pedro. Cinco minutos depois, em contra-ataque perfeito, fez o segundo. Mas perdeu a concentração e foi pressionado até o fim do 1º tempo. Poderia ter levado um gol antes do intervalo, mas isso só aconteceu no início da segunda etapa. As saídas de Marcos Jr e Gum por lesão também fizeram o nível técnico e a liderança do time caírem. Fisicamente esteve bem abaixo no 2º tempo. Até teve chances de ampliar, mas foi sufocado a maior parte do tempo. Perdeu intensidade, compactação entre o meio e a defesa, mas marcou o terceiro, novamente com Pedro, na reta final da partida. Placar mentiroso, como o próprio Abel Braga falou após o jogo.
Vencer um campeonato de pontos corridos requer ganhar jogos onde o adversário é superior e os triunfos são conquistados fora de seus domínios. O Flamengo seguiu este item na cartilha e bateu o Atlético/MG em Belo Horizonte por 1×0, com grande atuação de Vinicius Jr. Muito desfalcado em seus sistema defensivo, o rubro-negro precisou escalar Léo Duarte e Thuler na zaga, quarta e quinta opções de seu miolo de zaga. Cuellar também foi desfalque e Jonas formou como volante único do 4-1-4-1 mandado a campo pelo técnico Mauricio Barbieri. Diego voltou a equipe. O Mais Querido teve muita dificuldade com a marcação adiantada do Galo. Até conseguiu vencê-la em alguns períodos da primeira etapa. Criou duas boas chances nos primeiros 45 minutos, mas muito mais na base do contra-ataque e acionando Vinicius Jr. O garoto era ferramenta aguda do time. Diego e Henrique Dourado mais uma vez foram nulos, Everton Ribeiro demorou a entrar no jogo e Paquetá participou mais de trás, tentando construir e ajudar a saída de bola deficiente de Jonas.
Em resumo a maior parte do tempo foi de pressão. Por mais que o time tenha se comportado defensivamente em termos de posicionamento da última linha, o que vem sendo uma constante com Barbieri, falta mais intensidade na linha de meias e o Flamengo foi aos poucos sendo ainda mais dominado. As transições passaram a ser um problema por não conseguir acompanhar o nível físico do adversário, mais inteiro. Não sofreu o gol muito pelas grandes atuações defensivas de Diego Alves, Thuler, Léo Duarte, Jonas e Renê. No 2º tempo, não conseguiu pisar no campo de ataque durante quase 20 minutos. Barbieri sacou Dourado, adiantou Vinicius Jr, abriu Diego para a esquerda e compôs o meio com Jean Lucas. A equipe teve uma leve melhora, ficou mais combativa, e acabou marcando no fim com Everton Ribeiro, após grande jogada da joia contratada pelo Real Madrid. O Galo ainda teve uma grande chance de empatar, mas a zaga do Flamengo resistiu!
Filme repetido para o Furacão. Novamente o time dominou a posse, mas criou muito pouco e viu o adversário chegar mais próximo da vitória. O empate sem gols com o Paraná deixa o time na zona de rebaixamento e a pressão só aumenta. A atuação do CAP só não foi uma decepção pela melhora defensiva, principalmente na transição. Deixou de pressionar logo após a perda e passou a se preocupar em fazer cada jogador recompor rapidamente no setor de origem. Funcionou! Não sofreu tantos contra-ataques quanto em jogos recentes.
Fernando Diniz optou por uma linha de três defensiva com três zagueiros (Wanderson, Thiago Heleno e Zé Ivaldo) de origem pela primeira vez no Brasileirão. Até por isso, Camacho e Lucho, os volantes, “afundavam” nesta primeira linha para qualificar o passe inicial quando o time tinha a bola. Os zagueiros abriam bastante o campo. Mais à frente, Nikão e Guilherme saíam dos lados pra dentro, e Rossetto e Carleto ocupavam os lados praticamente no último terço do campo. Faltava, porém, mais infiltração, agressividade, profundidade, e mobilidade entre as linhas. O time toca a bola incessantemente e não cria. Diniz demorou demais a mexer na equipe e só fez nos acréscimos. Sem a bola, teve uma postura mais competitiva.
Empate bom no Rio de Janeiro, mas outra atuação irregular do Vitória. Vagner Mancini novamente teve problemas para repetir a escalação, mas também promoveu mexidas por preferências técnicas e táticas, o que vem sendo uma constante e impede a formação de um conjunto mais forte e confiante. Desta vez, a zaga foi formada por Aderllan e Ramon. Lucas e Jefferson permaneceram nas laterais. Rodrigo Andrade e José Welison foram os volantes. Pelos lados, Wallysson e Rhayner. E no ataque Neilton e Denilson. O Vitória bloqueava bem a entrada do Botafogo em sua área, mas oscilava na correção do posicionamento no restante da equipe. A intensidade também não foi a ideal, alternando bastante ao longo do jogo. Com a bola, novamente teve boa retenção no campo de ataque e movimentação, proximidade, mas faltou mais profundidade. No 2º tempo caiu um pouco. E mesmo com as substituições promovidas reagiu pouco.
Por mais que a derrota para uma equipe inferior tecnicamente e de investimento muito mais baixo possa ser uma decepção, o Palmeiras não jogou mal contra o Sport. O principal pecado, e até por isso não ganha o carimbo da evolução, foi a bola aérea defensiva. Levou dois gols assim e contou com uma noite infeliz de Jailson. Mas foi um time organizado e fez o que dele se esperava em campo. Roger Machado escalou Guerra como ”falso 9” na faixa e campo que era de Borja, mas o time não perdeu profundidade. A todo momento o venezuelano, Lucas Lima ou Keno atacavam os espaços por trás da linha de defesa do Sport. O Verdão teve algumas dificuldades em virtude da forte marcação do oponente, mas colocou em pratica de forma satisfatória o seu modelo de jogo. Abria bem o campo, tinha aproximação, movimentação, troca rápida de passes e sabedoria para furar o bloqueio. Tanto que marcou um gol e poderia até ter feito outro ainda na primeira etapa. No 2º tempo, voltou um pouco abaixo na concentração e na intensidade defensiva que apresentou inicialmente. Acabou levando a virada, mas antes disso já havia retomado o ritmo inicial. Empatou em golaço de Hyoran, que entrou bem, assim como Papagaio. Levou outro gol e perdeu um pênalti com Keno no último minuto.
O América/MG não jogou mal! Ao contrário do que o resultado por 3×1 pode supor, o Coelho esteve longe de deixar a desejar. Obviamente cometeu alguns pecados que foram fatais, mas nada que tire a equipe do rumo na temporada e abale o bom trabalho feito por Enderson Moreira e seus atletas. A equipe não teve grandes novidades. Novamente entrou em campo no 4-2-3-1, com Juninho como volante ao lado de Leandro Donizete, e Aderllan pelo lado direito do meio-campo. O principal erro do time de Minas no jogo foi não ter controlado bem o ímpeto inicial, justamente uma característica que costuma definir partidas a seu favor dentro de casa. Acabou se expondo mais que deveria e levou o primeiro gol em um contra-ataque. Para ”amassar” o São Paulo, novamente apostou nas associações pelos lados de forma muito agressiva. Sempre contando com apoios na parte central do campo e ataque em massa na área adversária. Desta forma empatou o jogo e quase fez mais dois antes do intervalo. Levou o segundo tento em pênalti infantil cometido por Matheus Ferraz. No segundo tempo a história não foi muito diferente e sofreu o terceiro gol no antes dos 15 minutos. Pressionou, mas animicamente não conseguiu recuperar o rendimento inicial.
Vitória importante do Cruzeiro sobre o Santos no Pacaembu. Apesar disso, houve uma queda no rendimento recente da equipe celeste. Fez um jogo seguro, sofrendo poucos sustos, mas ofensivamente produziu menos. Certamente sentiu a ausência de Arrascaeta, que vinha sendo muito importante nesse contexto. Rafael Sobis foi o substituto e não deu a mesma dinâmica, até por ter características diferentes. Robinho seguiu como titular com a ausência de Rafinha e Edilson voltou a lateral-direita. O time de Mano Menezes tomou a iniciativa e foi superior ao Santos pelo menos até a metade do primeiro tempo. Bloqueava bem o time santista ainda no campo de ataque e só tinha problemas quando o Peixe conseguia acertar os contra-ataques. Com a bola, porém, ocupava o campo de ataque, mas sem tanta movimentação e a velocidade mostrada recentemente na troca de posições. Caiu um pouco de rendimento no restante da etapa, mas não o suficiente para ser dominado. No 2º tempo alternou mais momentos de posse e de ataque com o Santos, mas foi mais perigoso depois da entrada de Raniel. Acabou marcando em bola parada e aguentou bem a pressão no final da partida.
Ir a Salvador não tem sido bom para o Vasco recentemente. Pela segunda vez no mês de maio, a outra foi na Copa do Brasil, o Cruzmaltino sofre uma derrota de 3×0. Desta vez, porém, o roteiro foi diferente. Não foi um atropelo. O Vasco foi até melhor nos 20 minutos iniciais, mas sucumbiu mediante à ineficiência ofensiva e chegou a incrível marca de 50 gols sofridos em 32 jogos na temporada 2018. Zé Ricardo foi obrigado a escalar uma equipe completamente diferente da que vinha atuando. Teve ao todo dez desfalques. Fernando Miguel estreou no gol. Erazo e Ricardo formaram a zaga depois de muito tempo, com destaque para a atuação do jovem. Fabrício foi o lateral-esquerdo. No meio: Desabato e Bruno Silva como volantes, Wagner na meia central, Yago Pikachu e Kelvin nas pontas, e Caio Monteiro na referência. Defensivamente o Vasco começou bem! Foi o time dos últimos dois jogos. Concentrado, compacto e intenso. Impediu o Bahia de criar praticamente o 1° tempo inteiro. O problema foi quando teve a bola. Foi muito burocrático, pouco inspirado e estático. Perdia a bola rápido. Passou então a ser empurrado cada vez mais pra trás. Até Fabrício falhar no combate a João Pedro e o gol sair. Zé Ricardo colocou Giovanni Augusto, que entrou completamente fora de forma e o time perdeu combatividade no meio-campo. Desabato ainda foi expulso e mais dois gols saíram nos minutos finais.
Na estreia de Jorginho, o Ceará acabou decepcionando e perdeu para o Grêmio no Castelão. O treinador montou a equipe com uma variação. Sem a bola, duas linhas de quatro com o volante Juninho fechando o lado esquerdo e Felipe Azevedo fechando o direito. Pela faixa central: Ricardinho e Richardson. A linha defensiva foi formada poe Samuel Xavier, Rafael Pereira, Luiz Otávio e Romário. Wescley e Élton davam o primeiro combate na frente. Com a posse, Juninho variava pra dentro e o desenho tático da equipe ficava em um 4-3-1-2, com Romário dando amplitude pela esquerda. Em fase ofensiva o Ceará teve muita lentidão. Foi uma equipe previsível, com pouca movimentação e criatividade praticamente nula. Na segunda etapa melhorou um pouco neste aspecto com a entrada de Douglas Coutinho. Ensaiou pressão no fim, mas não conseguiu ser efetivo. Sem a bola, bloqueou bem a sua área. Possibilitou poucas chances ao Grêmio, mas segue faltando intensidade na abordagem de marcação. A transição defensiva melhorou também, mais enérgica. Mas a ofensiva não funcionou, o Vozão teve muita dificuldade para acelerar as jogadas.
O Botafogo mais uma vez esteve abaixo do que pode desempenhar em campo. Desta vez o adversário foi o Vitória, e o empate por 1×1 dentro de casa é muito decepcionante. A atuação não é uma frustração completa pela leve melhora que o time teve no 2°tempo, a partir da entrada de Rodrigo Aguirre. Alberto Valentim mexeu no time mais uma vez. Manteve o 4-1-4-1, mas escalou João Pedro como titular pela primeira vez. Ele atuou ao lado de Bochecha na faixa central, com Rodrigo Lindoso como primeiro homem de meio e Matheus Fernandes partindo de um posicionamento aberto pelo lado direito. Luiz Fernando pela esquerda e Kieza ganhando a vaga como centroavante. Na linha defensiva, Yago substituiu o suspenso Carli e Moisés assumiu a lateral-esquerda. O sinal de alerta está ligado no Glorioso. Há algum tempo o time não consegue repetir o desempenho que já teve com o próprio Valentim. São muitas atuações ruins em sequência, onde o principal problema vem sendo a pouca intensidade e as oscilações dentro do plano de jogo traçado. Neste domingo, o time buscou tomar a iniciativa.
Em alguns momentos conseguia ocupar bem o campo de ataque, mas criou muito pouco. Parecia inseguro para arriscar as jogadas e estático, se mexendo de forma pobre. Acabou levando um gol numa falha de saída de bola de Jefferson e empatou logo depois, desta vez com participação efetiva do arqueiro. Na segunda etapa, com a entrada de Aguirre e a saída d Bochecha, a equipe se formou num 4-4-2, com João Pedro e Luiz Fernando pelos lados. O uruguaio e Kieza como dupla de ataque. Houve mais presença no terço final do campo, as jogadas foram mais frequentes, mas houve distanciamento entre os setores em vários momentos. Poderia até ter vencido se tivesse finalizado melhor. Defensivamente esteve irregular. Mais intenso do que nos últimos jogos na transição, mas em fase defensiva novamente faltou mais pegada na abordagem de marcação, apesar do bom posicionamento.
Os primeiros 10 minutos do Corinthians foram de marcar alto na saída de bola do Inter e aproveitar muito Romero aberto pelo lado direito. O paraguaio sofreu muitas faltas e ainda fez a jogada do gol, onde Mateus Vital (substituindo Rodriguinho) fez muito bem o movimento de infiltração para abrir o marcador. Roger fez algumas paredes e soube aproveitar os lançamentos da defesa. Após o gol, a equipe se fechou atrás e tentou segurar os ataques do Inter.
A surpresa foi a insegurança na bola aérea defensiva com Balbuena e Henrique. Os dois sofreram muito com Leandro Damião. Após isso, Jadson não encontrou mais muitos espaços para tabelar e segurar o jogo e Roger começou a ficar isolado em meio a defesa do Inter, sem conseguir criar jogo.
Nova atuação ruim do Santos. Desta vez com derrota dentro de casa para o Cruzeiro. O que aconteceu na tarde de domingo no Pacaembu já vem ocorrendo há alguns jogos. Muita limitação para criar. É bom dizer que isso não passa só por peças de qualidade na equipe, mas na escassez de ideias coletivas. Quando o adversário está postado defensivamente, a única alternativa do Peixe é a vitória pessoal dos pontas ou laterais a partir de passes em profundidade. Quando não consegue, trava em campo! Nos momentos em que encaixava as transições levava perigo. Sem a bola, foi mais organizado que em jogos recentes e não deu tantas oportunidades ao Cruzeiro. Jair Ventura teve alguns problemas para escalar a equipe. Gustavo Henrique formou a zaga com David Braz. Daniel Guedes formou na lateral-direita e Diego Pituca e Renato foram o volantes. Rodrygo, Eduardo Sasha e Gabriel formaram o trio de ataque e trocaram bastante de posição mais uma vez. Na recomposição, um deles voltava pelo lado para formar a linha de quatro no meio, numa variação que já aconteceu anteriormente. Bruno Henrique ganhou minutos no segundo tempo e o time ficou mais ofensivo, não conseguindo porém o empate.
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