BALANÇO TÁTICO - 9ª RODADA - CAMPEONATO BRASILEIRO
Por @RodrigoCout e @_GabrielCorrea Chegamos na metade do 1º turno do Campeonato Brasileiro e o Flamengo segue na ponta da competição. O rubro-negro abriu quatro pontos para o segundo colocado vê o seu desempenho crescer na hora certa. O time evolui nas mãos de Mauricio Barbieri e teve Diego muito bem nos últimos dos jogos. […]
Por @RodrigoCout e @_GabrielCorrea
Chegamos na metade do 1º turno do Campeonato Brasileiro e o Flamengo segue na ponta da competição. O rubro-negro abriu quatro pontos para o segundo colocado vê o seu desempenho crescer na hora certa. O time evolui nas mãos de Mauricio Barbieri e teve Diego muito bem nos últimos dos jogos. Grêmio e Cruzeiro confirmaram sua solidez, o Sport segue bem, e o Palmeiras teve uma rodada de alta dentro de sua oscilação na competição. O São Paulo perdeu a invencibilidade, mas não jogou mal. Isso e muito mais aqui no Balanço Tático.
Lembre-se! Aqui não avaliamos o resultado. Nossa análise se baseia no desempenho. O que cada equipe jogou dentro seu planejamento. E os conceitos de evolução, estagnação e decepção não tem relação exata com o jogo anterior, mas sim do nível alcançado na execução da estratégia.
Enfim o Botafogo voltou a ter uma atuação competitiva. Venceu o seu segundo clássico neste Brasileirão, mas desta vez mereceu sair de campo com a vitória. Bateu o Vasco em São Januário principalmente porque foi uma equipe mais organizada e intensa defensivamente. A entrada de Jean no meio-campo foi determinante. Alberto Valentim montou um 4-2-3-1, com o ex-jogador do Vasco ao lado de Rodrigo Lindoso a frente da defesa. Na linha de meias, Marcos Vinícius jogou centralizado até se lesionar com apenas 13 minutos. Aguirre e Valencia iniciaram pelos lados, com Kieza na referência. Com a entrada de Rodrigo Pimpão, porém, o chileno passou para a meia-central. O Glorioso adotou uma postura reativa. Marcou em bloco médio e tentou imprimir contra-ataques. A primeira parte fez bem, a segunda não. Apesar de levar muito perigo na bola parada aérea ofensiva – como fez o segundo gol – e ter aberto o placar aos três minutos, faltou mais poder na transição ofensiva. Na segunda etapa, caiu fisicamente, mas seguiu organizado defensivamente e teve a chance de matar o jogo com Kieza e Luiz Fernando. Levou um gol em nova falha de Jefferson. A atuação mostrou que para ser competitivo é preciso repetir este rendimento defensivo.
O trabalho de Claudinei Oliveira vem se consolidando. No Avaí, já mostrou sua proposta de jogo reativo, com marcação alta no início, mas logo depois baixando alguns metros para se defender e buscar o contra-ataque. No Sport, os jogadores parecem ter assimilado e no primeiro tempo contra o Inter conseguiram conter as principais jogadas do Colorado e ainda chegaram a frente. Por pouco não marcaram, mas Deivid acabou furando na entrada da área.
No segundo tempo, com a pressão adversário, ficou apenas retraído e não deixando o adversário se aproveitar, principalmente pela consistência de Durval e Ronaldo Alves. A equipe vem evoluindo dentro de sua proposta e, começando a aproveitar melhor os contra-ataques, pode incomodar no Brasileirão contra as equipes maiores fora de casa.
Vitória contundente do Palmeiras no clássico contra o São Paulo. Saiu perdendo e, num ambiente de extrema pressão, teve nervos no lugar para atuar como manda o seu modelo de jogo e virou com gols de jogada trabalhada. Roger Machado sacou Lucas Lima e colocou Moisés como titular. No 1°tempo o Palmeiras ficou mais preso na ótima marcação são-paulina. É bem verdade que se precipitou muito, acelerou mais do que deveria as jogadas e muitas vezes deixou a partida tomar o rumo que mais interessaria ao rival. Levou o gol em falha individual de Edu Dracena e, nos últimos 15 minutos, se desestabilizou. Não faltou intensidade em nenhum momento. Na segunda etapa, voltou abrindo mais o campo com seus extremos e intensificou a movimentação na faixa central com Moisés, os volantes, e os laterais. Construiu assim o seu gol. Contou com mais aproximação e pôde progredir no campo para criar. Depois da entrada de Hyoran, aproveitou melhor os poucos espaços entrelinhas, trazendo o atleta como um elemento surpresa. Virou o jogo e depois marcou o terceiro em contra-ataque. Grande demonstração de força mental e confiança nos conceitos ofensivos que treina.
Parece que a chave virou de vez para a Chapecoense no Brasileirão. Desta vez arrancou um empate heroico com o Atlético/MG em Belo Horizonte, mesmo tendo um jogador a menos desde os 37 minutos do 1°tempo. Leandro Pereira foi expulso no 3×3 que teve Artur Caíke, Apodí, Wellington Paulista e Márcio Araújo como grandes destaques da equipe. A melhora do time de Gilson Kleina passa por um equilíbrio maior. Hoje o Verdão do Oeste não só se defende. Prossegue com seu jogo reativo, mas está desenvolvendo ideias ofensivas. A equipe entrou novamente no 4-1-4-1, desta vez com Wellington Paulista pelo lado direito. Tentou tirar bastante a velocidade do jogo e conseguiu deixar a partida bem “mascada” até abrir o placar em bola aérea. Sofreu pressão, mas não deixava o Galo criar até sofrer dois gols relâmpagos. Menos mal que empatou logo depois em golaço de falta. Kleina montou sua equipe no 4-4-1 no 2°tempo. Sacou Canteros, que vinha fazendo mais um bom jogo e sendo importante nos lançamentos para Apodí a partir das “raspadas” e dos espaços criados por Wellington Paulista. Colocou o lateral Vinícius Freitas para ajudar a fechar o lado esquerdo e também ter força e velocidade na saída. Conseguiu empatar novamente em contra-ataque e defendeu muito bem a sua área ao sofrer pressão até o fim.
Mais uma vez jogando em um Maracanã lotado, o Flamengo venceu jogando bem o Corinthians e aumentou sua distância de pontos para o segundo colocado. Barbieri montou a equipe novamente no 4-1-4-1, tendo Rhodolfo e Léo Duarte em atuações estupendas no miolo de zaga. O Rubro-negro tomou a iniciativa da partida e fez 30 minutos iniciais bem superiores. Teve a bola no campo adversário e só não criou mais pelo fato de Diego e Lucas Paquetá, meias centrais, retornarem muito para construir. O movimento é feito pela limitação de Jonas no momento ofensivo. O volante substituiu Cuellar mais uma vez. Sem a bola, porém, Jonas e a linha defensiva do Flamengo fizeram um jogo perfeito. O movimento de Diego e Paquetá fazia o time perder volume na entrada do último terço do campo. Rodinei se precipitava um pouco pela direita. E os melhores momentos do time no 1°tempo aconteceram a partir de Vinícius Jr pela esquerda, além da boa circulação de bola que a dupla de meias dava. No final da etapa inicial o time perdeu intensidade e o jogo ficou equilibrado. Novamente faltou mais “pegada” aos jogadores de meio na abordagem de marcação. Isso expõe a linha defensiva. Na segunda etapa, depois de dez minutos abaixo, o Flamengo voltou a amassar o Timão. Ocupou melhor os espaços. Desta vez com uma transição defensiva mais forte, retomava a bola ainda no campo de ataque e foi chegando mais perto do gol até marcar com Felipe Vizeu. O jovem centroavante saiu do banco para substituir o mais uma vez apagado Henrique Dourado.
O retrato da eficiência! O Cruzeiro teve uma atuação soberana contra um frágil Ceará em Fortaleza, e venceu a terceira seguida por 1×0. A superioridade do time mineiro no jogo foi incontestável, dando-se ao luxo de em alguns momentos ”tirar o pé” sem sofrer grandes sustos. Muito desfalcado, o time foi a campo com Romero como volante ao lado de Lucas Silva. Bruno Silva e Sobis foram os extremos da linha de meias. O time tomou a iniciativa de atacar desde o começo e teve mais de 60% de posse no primeiro tempo. Se não repetiu a velocidade na troca de passes vista em jogos recentes, contou com muita aproximação, movimentos de apoio e ultrapassagem, além de ótima ocupação dos espaços. Rafael Sobis trabalhava mais por dentro, abria o corredor para Egidio. Bruno Silva dava amplitude e era agudo pela direita. Lucas Silva dava uma aula de como jogar como volante. Neste embalo o time não demorou a abrir o placar. Depois, a posse ficou equilibrada, mas o forte sistema defensivo cruzeirense anulou inteiramente o Vozão. Na segunda etapa, um pouco mais desconcentrado, até permitiu duas finalizações perigosas, mas muito pouco para ameaçar o triunfo.
O Santos dá uma respirada com a goleada por 5×2 contra o Vitória dentro da Vila Belmiro. Rodrygo fez três gols e comandou a boa atuação do Peixe, que demonstrou mais poder ofensivo. Teve aproximação pelos lados, mais profundidade e calma no trabalho de bola para encontrar os espaços. É bem verdade que do outro lado havia uma equipe marcando de forma amadora, mas o alvinegro fez o papel dele. Jair armou a equipe num 4-3-3, com Sasha novamente na referência e Gabriel pela direita. Pituca, Renato e Jean Mota no meio. Construiu o primeiro com chegada em massa ao ataque e marcou o segundo e o terceiro em rápidas transições ofensivas. A goleada veio naturalmente. Se desconcentrou um pouco na segunda etapa e não repetiu a boa atuação defensiva do 1º tempo, mas em nada afetou o resultado e não chegou a arranhar a atuação. Triunfo importante para ganhar mais confiança e tentar evoluir como time.
Depois de muito tempo o Grêmio termina um jogo com menos posse de bola que o adversário, mas não quer dizer que foi dominado. Na verdade fez um belo 1º tempo na vitória por 2×0 sobre o Bahia na Fonte Nova. Tomou a iniciativa de jogar, mostrando mais uma vez que não precisa do ”fator casa” para controlar o jogo da forma que melhor faz. Marcou logo no início com Maicon. O camisa 8 teve mais liberdade para fazer infiltrações, jogou ao lado de Jailson, e isso ajudou bastante o Grêmio a ter mais presença no terço final, transformar em gols o domínio. Thony Anderson foi titular na meia-central e Léo Gomes entrou na lateral-direita. O Bahia tentou pressionar, mas o Tricolor controlou muito bem o ímpeto adversário com seus encaixes de marcação bem intensos, além das compensações inteligentes aos espaços deixados por elas. No 2º tempo, caiu de rendimento e foi de fato pressionado. Mas não se desorganizou defensivamente, o que acabou sendo determinante para não sofrer gols. Marcou o segundo com Thaciano em rápido contra-ataque puxado por Everton, novamente dono de grande atuação.
Mais uma vitória do Coelho dentro de casa e a manutenção da boa campanha. Cenário propício pelo ótimo planejamento, mantendo Enderson Moreira e contratando bons jogadores dentro da realidade financeira do clube, além do ótimo trabalho tático feito pelo treinador. A vitória por 3×1 sobre o Atlético/PR teve como principais características a intensidade, sempre mais alta que o adversário, e a volúpia ofensiva. Impressiona o apetite para colocar em prática o plano de jogo baseado na liberação simultânea dos laterais, a chegada em massa à área adversária e muitos movimentos de infiltração por parte de Serginho e de um dos volantes. Neste jogo foi Christian. Judivan jogou como centroavante, Gérson Magrão ganhou chance pelo lado esquerdo do meio e Aylon formou pela direita. Carlinhos foi o escolhido para começar na lateral-esquerda, mas saiu lesionado ainda no primeiro tempo para a entrada do titular Giovanni. O América não permitiu ao Furacão a posse de bola que costuma ter. Trocou muito ataques com o oponente, levou o primeiro gol e sofreu riscos, mas foi melhor na maior parte dos 90 minutos. Defensivamente manteve a organização coletiva, apenas Matheus Ferraz pecou individualmente em dois lances. No final do jogo foi premiado pelo maior volume e objetividade.
Enfim a primeira vitória do Paraná Clube no Brasileirão. Não que tenha sido uma grande atuação, mas numa partida muito intensa demonstrou competitividade. Rogério Micale fez algumas mudanças na equipe. Voltou ao 4-2-3-1 e deu chance a Thiago Santos como centroavante. Caio Henrique foi barrado, e Carlos e Léo Itaperuna foram os extremos. Carlos Eduardo voltou a ser titular atuando na meia-central. Igor entrou na lateral-esquerda e Rayan na zaga. Carlos, porém, se lesionou logo no início e deu lugar a Caio Henrique. Curioso é que a partir das associações e das trocas de posição entre Carlos Eduardo e o ex-meia do Atlético de Madrid, o Gralha cresceu no jogo. Faltava mais coletividade no ataque. Em diversos momentos o time não conseguia ter aproximação e criar jogadas. A grande verdade é que fez isso mais na base da força no 1º tempo. Defensivamente esteve bem. Atento e concentrado, bem organizado no posicionamento. Na segunda etapa, a equipe cresceu e marcou dois gols. Depois do primeiro, recuou muito e quase leva o empate. Mais defendeu o resultado do que quis jogar.
Ainda sem D’Alessandro, o técnico Odair Hellmann apostou mais uma vez num meio-campo mais intenso com Rodrigo Dourado, Edenílson e Patrick. Dentro de campo, foram muitos cruzamentos para Leandro Damião. O centroavante colorado conseguiu acertar apenas uma cabeçada com perigo ao goleiro Magrão, no resto, sempre sozinho na área, perdeu nas disputas para Durval e Ronaldo Alves.
A defesa merece ser destacada mais uma vez que foi muito bem com Rodrigo Moledo e Custa – mais Rodrigo Dourado à frente. De qualquer forma, faltou aos meiocampistas invadirem a área e outras ideias ao técnico para a segunda etapa. Mesmo que a proposta fosse cruzar para área, faltou colocar mais jogadores lá dentro (ou na entrada da área) para receber e conseguir furar a barreira. O único sopro foi a individualidade de Nico López que acertou a trave, deram esperança. O Inter estagnou em suas ideias no momento.
Se falarmos apenas do 1°tempo, o São Paulo fez uma partidaça! Mas não conseguiu contra-atacar no 2° tempo e possibilitou o crescimento do Palmeiras. Por isso não ganha o carimbo da evolução. O torcedor tricolor, porém, sabe que tem uma equipe extremamente competitiva e que só na nona rodada perdeu o seu primeiro jogo no campeonato. O time de Diego Aguirre travou o alviverde nos 45 minutos iniciais. O uruguaio escalou um 4-2-3-1 com Marcos Guilherme pela direita. Novamente Jucilei e Hudson na cabeça de área, dupla que é base importante para o jogo de intensidade, organização defensiva, bolas diretas e transições da equipe do Morumbi. Foi desta forma que abriu vantagem e quase marcou o segundo no 1° tempo. Na etapa complementar, novamente viu cair a intensidade. Algo natural pelo período de adaptação a uma nova forma de jogar. De quebra perdeu Hudson. Petros não conseguiu dar a mesma condição e o jogo foi fugindo de controle. O São Paulo sucumbe, mas o clichê “cai de pé” é perfeito. Teve Sidão também em noite infeliz, o que influenciou no resultado.
Um time afobado! Talvez esta seja a melhor definição para avaliar o rendimento do Atlético/MG em casa contra a Chapecoense. O empate por 3×3 é decepcionante pelo fato de ter tido um homem a mais por mais de 55 minutos, mas novamente esbarrar no sistema defensivo do time de Santa Catarina. Sem Adilson, Thiago Larghi recuou Gustavo Blanco e pôs Elias. A equipe novamente esteve bem distribuída, mas por diversas vezes confundindo a já característica velocidade nas ações com pressa e precipitação. Até por isso, em vários momentos, não conseguiu ter tanta aproximação e forçou jogadas. Defensivamente o comportamento apareceu em falhas de posicionamento, faltas desnecessárias e erros nas interceptações. Esteve duas vezes a frente do marcador, mas sempre perdia o controle da partida, apesar de não deixar cair a intensidade. No 2° tempo, Larghi surpreendeu ao montar um 3-3-4. Tirou Gabriel, ficou com uma linha de defesa com apenas Bremer de zagueiro e soltava os laterais no campo de ataque. Erik, que jogou mal, entrou pela esquerda e Roger Guedes ficou no centro do ataque com Ricardo Oliveira. Houve pressão, mas sem tanta ordem, e a vitória acabou não vindo de novo.
Dono de um time organizado, mas um elenco curto e limitado. E a conta do cenário começa a chegar para o Fluminense. O time não conseguiu repetir o desempenho de partidas recentes em função dos desfalques de atleta importantíssimos. Sem Pedro, João Carlos ganhou chance no ataque, mas não chegou nem perto de cumprir o papel do camisa 9 no time. Marcos Jr saiu lesionado logo no início e Robinho foi outro a decepcionar. Para completar, Gilberto foi poupado e ficou no banco para Léo jogar. O Fluminense então não tinha quatro de suas cinco principais peças ofensivas. Ayrton Lucas segue machucado e só Jadson poderia tentar produzir suas infiltrações. Muito pouco. O time tentava acelerar e não encontrava meios, não criava. Foi organizado defensivamente, mas sucumbiu quando o Paraná pressionou mais. Foi valente, como sempre é, buscou o resultado no fim, mudou o esquema tático. Abel colocou mais atacantes e o gol saiu, mas era tarde demais para empatar.
O Vasco apresentou velhos problemas na derrota em casa para o Botafogo. Novamente com muitos desfalques, o agora ex-tecnico da equipe, Zé Ricardo, escalou o time no 4-2-3-1. Luiz Gustavo novamente precisou jogar na lateral-direita. Erazo formou a zaga com Ricardo, e Fabrício, que falhou diretamente no primeiro gol, foi o lateral-esquerdo. Andrey, autor do gol, e Desabato foram os volantes. Pikachu e Wagner partiam das pontas. Giovanni Augusto, em noite apagada, foi o meia-central por trás de Andrés Rios. O Cruzmaltino voltou a ser um time nervoso com a bola, afoito, forçando jogadas, e repleto de falhas coletivas e individuais na parte defensiva. Antes dos cinco minutos já estava perdendo e levou o segundo na problemática bola aérea. No 2°tempo, Zé Ricardo colocou Ramon na vaga de Fabrício e deixou o time mais ofensivo com Riascos e Lucas Santos. Até fez uma leve pressão, mas chegou mais perto de levar o terceiro gol antes de empatar. Andrey fez um golaço para diminuir, mas a produção ofensiva esteve muito abaixo de outros jogos.
Mais uma atuação bem decepcionante do Corinthians fora de casa. Sem tirar os óbvios méritos do Flamengo em se impor num Maracanã lotado, o alvinegro pareceu satisfeito com o empate e muito tímido ofensivamente. Sem Romero, Matheus Vital atuou pelo lado esquerdo novamente. A equipe se fechou bem no 1°tempo. Posicionamento perfeito. Marcação em bloco médio e agressividade na abordagem quando o Flamengo entrava no campo de ataque. Sofreu alguns desequilíbrios com Vinícius Jr no setor de Mantuan, mas a cobertura de Balbuena sempre esteve impecável. Perdeu Jadson lesionado ainda no meio do 1°tempo. Roger entrou e o “4-2-4” deu lugar ao 4-2-3-1. Pedrinho, que já era a principal peça ofensiva do time no jogo, cresceu nos últimos 15 minutos e o time equilibrou as ações. Faltou mais contundência no terço final para criar mais. Na 2° etapa voltou a especular com uma postura pouco agressiva e foi amassado pelo Flamengo. O gol foi inevitável e ainda tentou o empate, sem sucesso, na base do abafa.
Está difícil o alvinegro cearense encontrar um rumo na competição. Além de ser derrotado pelo Cruzeiro, no Castelão, em mais uma atuação péssima, o Vozão viu Jorginho pedir demissão após três jogos apenas no comando. Falar da parte coletiva do Ceará é um grande exercício de análise de desempenho. Detectar padrões foi mais uma vez muito difícil. Pudera, Jorginho assumiu e teve poucos treinamentos em virtude da maratona de jogos. Falha de planejamento e demissão de treinador geralmente tornam a situação irrecuperável num curto ou médio prazo. Neste jogo, a equipe entrou em campo no 4-1-4-1. Fabinho foi o primeiro homem de meio com Ricardinho e Richardson um pouco mais à frente. Wescley e Douglas Coutinho iniciaram pelos lados, com Arthur Cabral novamente titular como centroavante. Na defesa, uma surpresa, o zagueiro Patrick improvisado na lateral-direita. Defensivamente a equipe até teve um bom posicionamento, mas novamente oscilou na intensidade para marcar. Contra uma equipe mais qualificada isso foi fatal mais uma vez. Ofensivamente esteve muito mal distribuído em campo e tomando uma série de decisões erradas no terço final. Jorginho sacou Wescley ainda no primeiro tempo e colocou Éder Luis, nada mudou. Na segunda etapa até conseguiu duas boas finalizações, mas não teve regularidade ofensiva para pressionar. Cenário muito desanimador para o restante da competição.
Atuação deprimente do Vitória na Vila Belmiro, sobretudo na parte defensiva, o que explica bastante a goleada de 5×2. Em um time limitado tecnicamente e em má fase, o mínimo que se espera é agressividade para marcar, disciplina tática para ter organização. O Vitória passou muito longe deste predicados. Vagner Mancini escalou a equipe novamente no 4-4-2. Desta vez com Lucas Fernandes e Neilton mais avançados, mas com constantes trocas envolvendo também Wallyson. Uillian Correia e Rodrigo Andrade foram os volantes. Pedro Botelho e Lucas, ambos muito mal, foram os laterais. Além do espaço dado ao jogador santista que tinha a bola, a letargia na transição defensiva ultrapassou os limites do aceitável. O Vitória superou o rendimento do Ceará na terceira rodada como pior atuação coletiva de uma equipe neste Campeonato Brasileiro. No 2º tempo, já levando uma goleada, melhorou ofensivamente com as entradas de André Lima e Lucas Marques. Teve mais competitividade e presença de área, acabou marcando dois gols, mas sofreu mais um no contra-ataque.
O Tricolor Baiano fez um jogo pobre, que acabou culminando com a demissão de Guto Ferreira após a derrota dentro de casa para o Grêmio. Não conseguiu se impor da forma que está acostumado na Fonte Nova. O ímpeto que costuma demonstrar foi aplacado pela qualidade do jogo do Grêmio, mas também por muita precipitação. Gregore fez falta. Édson jogou em seu lugar e não repetiu a ”pegada” na marcação, muito menos as inversões de jogada. Mas não foi só uma questão individual, muito mais de falta de calma para colocar em prática as associações que pratica pelos lados do campo. Acabou fazendo muito cruzamentos e não furou a defesa gremista. Zé Rafael, Allione e Régis formaram a linha de meias. Brumado foi o centroavante e Vinicius ficou no banco. Defensivamente não esteve mal coletivamente, mas como do outro lado havia um time forte, era necessário controlar mais o ímpeto adversário. No 2º tempo até conseguiu pressionar com mais efetividade, mas muito na base do ”abafa”, sem tanta organização. Não empatou e sucumbiu no contra-ataque puxado por Everton.
O Atlético/PR não fez um jogo totalmente ruim contra o América/MG, mas se quiser ser competitivo não pode ter 90 minutos de um jogo fora de casa sendo menos intenso que o adversário. Com a posse de bola, conseguiu iludir o Coelho em alguns momentos, principalmente no 1º tempo, mas aos poucos perdeu a força, competiu muito pouco. Fernando Diniz manteve a mesma escalação que bateu o Peixe na rodada passada. A exceção foi a escalação do goleiro Felipe Alves no lugar de Santos. Defensivamente os problemas na última linha defensiva voltaram a aparecer, bem como a pouca agressividade ao portador da bola. Contra um time que dentro de casa tem a volúpia ofensiva como principal característica, seria realmente muito difícil sair com o resultado favorável, mesmo tendo aberto o placar com Thiago Carleto.
Comente!