Três aspectos que o Botafogo precisa melhorar para dar o próximo passo em 2023
Fazendo bom início de ano, o Botafogo mostra domínio do modelo de jogo de Luís Castro e, com algumas melhorias, pode ser muito competitivo em 2023.
Com quatro vitórias, um empate e uma derrota (com time B), o Botafogo começa bem a temporada de 2023. Para além dos resultados, o Glorioso demonstra uma profunda compreensão do modelo de jogo de Luis Castro e vê alguns atletas darem indícios de evolução. Sem grandes contratações para este ano, em contraste com 2022, o clube carioca aposta na sequência do trabalho e no respeito aos processos para obter sucesso.
O modelo de jogo do Botafogo
Amplamente discutido por essa coluna e pelo Footure como um todo, o modelo de jogo da equipe já vinha sendo bem executado na reta final do Brasileirão 2022 e continua na mesma toada para a temporada atual. Na maior parte das vezes em um 4-3-3, o Botafogo deixa laterais e pontas abertos para apostar em viradas de jogo e lances de mano a mano. A trinca de meio-campo e o pivô de Tiquinho Soares são importantes girar o jogo e manter a posse.
No momento da perda da bola, a ideia é pressionar o adversário da maneira mais intensa possível e recuperar a posse o quanto antes. Ainda que não execute uma pressão sufocante, pela característica dos meias e dos zagueiros titulares, principalmente Cuesta, o Alvinegro é muito disciplinado para fechar o centro do gramado, forçar o rival a atacar pelos flancos e encaixota-lo por ali. Apesar do bom desempenho em tudo isso, a equipe precisa crescer em determinados aspectos para dar um passo adiante.
Mais jogo entrelinhas
Com as lesões de Lucas Fernandes e Carlos Eduardo, além de Gustavo Sauer ainda sem ritmo de jogo, os meio-campistas mais utilizados por Luis Castro são Tchê Tchê, Gabriel Pires, Marlon Freitas, Danilo Barbosa e Patrick de Paula. Ainda que PK tenha facilidade na chegada a área, estes atletas não têm características de receber de costas, de ocupar o espaço entre volantes e zagueiros rivais. A preferência deles é atuar mais na base das jogadas. Dessa forma, faltam opções de passe por dentro, jogadores próximos ao centroavante para dar mais fluidez à equipe.
Sequência para os atletas
Em 2022 o Botafogo trocou o pneu com o carro andando. Jogadores foram chegando ao longo do ano, muitos deles sem pré-temporada adequada e, dessa forma, a equipe passou muito longe de definir 16/18 jogadores confiáveis para terem sequência e atuarem na maior parte das partidas. Ao todo, foram 43 nomes utilizados no Campeonato Brasileiro e, grande parcela deles, teve lesões ao longo da competição.
Para este ano, é necessário que as peças tenham sequência e se mantenham saudáveis. Rafael, Patrick de Paula, Danilo Barbosa, Gustavo Sauer, Lucas Fernandes, Victor Sá, Luis Henrique, Luas Piazon e Matheus Nascimento foram alguns dos jogadores que tiveram dificuldades de atuar regularmente e, com preparação adequada e adaptados, podem evoluir. PK e Sá, por exemplo, começam 2023 como peças importantes na equipe titular.
Substituir Jeffinho
Vendido ao Lyon de maneira polêmica, o ponta-esquerda era a principal alternativa de velocidade da equipe. No outro lado, Júnior Santos também teve bons momentos e deixou o clube no fim do ano. à princípio, Victor Sá e Lucas Piazon estão assumindo essas posições, porém são jogadores de menos explosão e mais bola no pé, características que alteram o ritmo da equipe e o tipo de passe que recebem.
O crescimento de Luis Henrique, de volta após dois anos no Olympique de Marselha, podem encerrar essa questão, devido a sua capacidade de aceleração e força física. Se estiver saudável, Sauer oferece uma opção diferente, como uma meia que sai de fora para dentro, aumentando o poder de decisão do time e ocupando a entrelinha, como mencionado anteriormente. Sua perna esquerda é poderosa na finalização e ele possui maior força que Piazón para sustentar o contato físico.
Após o alto investimento na montagem deste elenco e na contratação desta comissão técnica, a ideia da diretoria é dar tempo de trabalho para que todos atinjam seu máximo potencial. Com os ajustes apontados acima, o time de General Severiano terá mais armas para lidar com diferentes adversários e poderá sonhar com coisas maiores do que uma vaga na Sul-Americana.
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