Com a cara de Pedro Raul e Jair Ventura, Goiás ganha força para permanecer na Série A
Com muita organização, padrões bem definidos em todas a s fases do jogo, a cara de Jair Ventura e o vice-artilheiro do campeonato, o Goiás cresce na briga contra o Z-4.
Recém promovido da Série B, o Goiás tem um dos menores orçamentos e um dos elencos menos conhecidos do Campeonato Brasileiro. Ainda assim, com bastante organização e uma maneira de jogar bem clara, o Esmeraldinho é o 11° colocado, com 25 pontos, cinco acima da zona do rebaixamento. Se mantiver o aproveitamento de 41%, conquistará mais 20 pontos na competição, atingindo o número mágico de 45 e se garantindo na Série A em 2023.
Com Jair Ventura no comando da equipe, o Alviverde Goiano joga o futebol que caracterizou a carreira de seu treinador: bloco baixo na maior parte das partidas, uma defesa em zona muito concentrada em fechar o centro do campo e um jogo direto para aproveitar a presença um centroavante de imposição física. O elenco esmeraldino oferece tudo que o técnico precisa para implementar sua ideia e o comandante vem sabendo alternar posicionamentos, se adaptar e não perder o padrão.
Apesar de ter jogado muitas vezes no 5-4-1, ultimamente o Goiás vem utilizando o 4-4-2, para ter mais jogadores na frente e flexibilidade tática ao longo das partidas. Contudo, seja qual for o desenho da equipe, a forma de defender não muda. Os atacantes bloqueiam as linhas de passe por dentro, para que o adversário avance pelas laterais. Com os setores compactos e estreitos, o Esmeraldino busca congestionar o lado da bola e proteger a entrada da área em todos os momentos. Ou seja, a ideia é tirar o jogo interior do rival, forçá-lo a jogar com cruzamentos e montar uma barreira perto do gol para rebater tudo que vier. Nem sempre funciona assim, porque falta alguma consistência aos zagueiros da equipe, mas o saldo tem sido positivo.
Na hora de atacar, são identificados padrões bastante claros: a bola longa para Pedro Raul, centroavante alto, veloz, de boa finalização e vice-artilheiro do campeonato com 11 gols, brigar pelo alto. Ele pode dar uma casquinha para os pontas e o 2° atacante atacarem suas costas ou escorar para a dupla de volantes chegar de trás. Após ganhar essa segunda bola, a postura do oponente é que define como o Goiás vai agir. Se o rival marcar com linhas altas, os meio-campistas, especialmente Luan Dias, lançarão o quarteto ofensivo em profundidade. Contra um bloco mais recuado, os meio-campistas e os laterais buscarão combinações para encontrarem ângulo e cruzar para Pedro Raul e mais um atacante na área.
Seja ganhando a segunda bola, correndo nas costas da defesa para aproveitar a casquinha ou entrando na área para cruzamentos, o quarteto ofensivo do Goiás é fundamental, porque identifica com precisão o momento de fazer cada uma dessas coisas e é muito veloz. Por isso, Pedro Raul, Vinícius (2° atacante), Diego (ponta-direita) e Dadá Belmonte (ponta-esquerda) também são fundamentais na transição ofensiva. Enquanto o artilheiro se apresenta para fazer o pivô, segurar e dar tempo para o time sair de trás, os outros disparam na direção do gol aguardando um passe em profundidade. É um ataque inteligente, rápido e de muito fôlego.
Além da organização para defender, atacar e contra-atacar e se adaptar à diferentes adversários, o Goiás de Jair Ventura tem um mérito grande em acreditar em sua ideia de jogo, mantendo a crença e o padrão nos momentos de maior tensão ou desvantagem no placar. Sabe que, graças ao poder de decisão de Pedro Raul e à velocidade dos atacantes, a qualquer momento pode conseguir o gol em cruzamento ou contragolpe, e não se lança de maneira desesperada. Com estes atributos coletivos e somente uma competição para focar, o Esmeraldino vai caminhando para a permanência na Série A.
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