Como Raniel se tornou indispensável para o Vasco
Um dos artilheiros da equipe na temporada, Raniel se tornou uma peça chave no Vasco de Zé Ricardo em 2022
Com 19 pontos em 27 disputados e o terceiro lugar na tabela do Campeonato Carioca, o Vasco demonstra pontos positivos no início de 2022. O goleiro Thiago Rodrigues trouxe uma segurança que não se via há tempos em São Januário, a dupla de zaga com Ulisses e Anderson Conceição apresenta boa imposição física e iniciativa na saída de bola, Juninho cresceu de produção no meio, Nenê começa a temporada muito bem e Gabriel Pec se consolida como titular da equipe. Mas tudo termina naquele cuja função faz todo o resto funcionar: Raniel.
Zé Ricardo está na fase inicial de seu trabalho e já consegue resultados, evolução de jogadores e consolidar uma espinha dorsal no Vasco. Por outro lado, justamente pelo processo de construção do time estar apenas começando, o Gigante da Colina não possui uma ampla gama de soluções ofensivas. As soluções que existem, acontecem por conta de Raniel, o artilheiro da equipe no ano ao lado de Nenê.
O centroavante oferece habilidades fundamentais para contribuir em diversas situações do jogo: pivô, jogo aéreo e explosão para atacar as costas dos zagueiros. Atualmente, o Vasco busca uma saída de bola a partir de seus zagueiros, que têm a incumbência de conduzir a bola à frente e realizar um passe vertical. Essa função é muito bem executada por Ulisses. O passe pode ser direcionado por dentro, porém usualmente busca os laterais ou um ponta.
Os laterais e os pontas, inclusive, possuem papéis diferentes, gerando assimetrias na equipe. Gabriel Pec, apesar de ser mais usado pela esquerda, troca muito de lado e se posiciona mais aberto, obrigando o lateral do mesmo flanco a auxiliar na saída de bola mais atrás e avançar gradualmente pelo centro. No flanco oposto, o meia Bruno Nazário se movimenta de fora para dentro, abrindo o corredor para a ultrapassagem do ala, mais espetado.
Tendo em vista que a maioria dos gols no futebol sai da região da entrada da área, é natural que ela seja a mais protegida pelas defesas e sobre mais espaço por fora. Devido ao pouco tempo de trabalho e a facilidade desses jogadores em criar pelos corredores externos, o Vasco cruza muito ou tenta um passe direto do lateral para a meia-lua. Isso não seria possível se Raniel não estivesse constantemente enfiado entre os zagueiros para empurrar as defesas para trás e disputar as bolas aéreas ou abrir espaços entre zaga e volantes rivais. Além disso, é muito agressivo pelo alto e sempre ataca a bola para finalizar.
Nesse sentido, o poderio físico de Raniel facilita o uso do pivô para receber na meia-lua ou oferecer um apoio de modo a facilitar triangulações pelos flancos e cruzamentos de uma posições privilegiadas. Ademais, por saber receber de costas para os zagueiros, o centroavante pode ser mais utilizado com o intuito de sair de marcações altas dos adversários, cenário no qual o Vasco não fica nem um pouco confortável. E não só o pivô ajudaria com isso: o camisa 9 tem explosão e, portanto, se dá bem quando o rival sobe suas linhas e permite um lançamento em profundidade.
Com toda a cautela que exige um início de ano e de um trabalho que só experimentou o Campeonato Carioca até aqui, podemos concluir que a presença de Raniel é indispensável para o que já funciona no Vasco de Zé Ricardo e para o que precisa ser melhorado.
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