Como São Paulo e Palmeiras chegam para um Choque-Rei histórico
Hoje teremos a primeira parte do duelo entre São Paulo e Palmeiras nas quartas de Libertadores. Rivais (para não dizer inimigos) históricos, devem protagonizar um jogo tenso e com alternativas.
Nesta terça-feira (10), São Paulo e Palmeiras sobem ao gramado do Morumbi para a disputa da primeira partidas das quartas de final da Libertadores 2021. Será o nono duelo entre os rivais paulistanos na história da competição continental. O retrospecto é totalmente favorável ao Tricolor, que venceu seis, empatou duas e eliminou o Verdão por duas vezes (1994, 2005 e 2006).
Apesar da campanha ruim no Brasileirão, com 15 pontos em 15 jogos e a 16° posição, o São Paulo chega nas quartas da Libertadores tendo se classificado em TODOS os confrontos eliminatórios que disputou em 2021 – incluindo o título paulista contra o próprio Palmeiras e uma brilhante vitória contra o Racing na Argentina. Já o Verdão é o vice-líder do Campeonato Brasileiro, com 32 pontos e é o atual campeão da América, porém vem de desempenhos ruins nas últimas partidas.
Além de todo esse cenário, talvez o mais relevante seja o fato de que será o QUINTO encontro entre as equipes na temporada. Até o momento, são duas vitórias do São Paulo, dois empates, três gols marcados pelo Tricolor, nenhum gol do Palmeiras. A supremacia do time do Morumbi se explica por alguns fatores comuns a todos esses jogos.
A superioridade do São Paulo em 2021
O São Paulo tem duas características defensivas que incomodam demais o Palmeiras: marcação alta e por encaixes individuais, ou seja, sempre tem alguém na cola do adversário na hora do domínio. Desta maneira, o Verdão criou teve somente uma grande chance na soma dos quatro jogos. O desempenho ofensivo do Tricolor tampouco foi uma maravilha e só melhorou de fato no duelo mais recente entre as equipes, há 10 dias, em 31 de julho, pelo Brasileirão.
Na ocasião, os dois rivais escolheram o 4-2-3-1/4-4-2 para jogar e foi pior para o Palmeiras, até pela característica dos jogadores. Com Gustavo Scarpa, Raphael Veiga e Wesley, jogadores pouco intensos defensivamente, compondo a linha de três meias do Verdão, faltava agressividade na marcação e os zagueiros do São Paulo, principalmente Léo, saíam jogando com facilidade. A bola não demorava a chegar nas costas dos volantes palestrinos, que estiveram perdidos contra a movimentação constante dos dois meias e os dois atacantes do São Paulo. Por detalhe o 0x0 não saiu do placar.
Nos três duelos anteriores a esse último, ambos os técnicos escalaram suas equipes com três zagueiros e duplas de ataque. Nesta configuração, o Verdão seguiu sofrendo para sair jogando, porém estava mais protegido no momento da perda da bola, limitando a criação do rival. Por outro lado, o São Paulo obteve o domínio das partidas não só pela marcação alta, bem como pela soberania em jogadas pelo alto após forçar o chutão do oponente. Teve poucas chances, mas foi o suficiente para sair campeão paulista.
O que esperar do São Paulo
Por mais que a posição das equipes na tabela sugiram outra coisa, o São Paulo chega em um melhor momento, pelos recentes triunfos contra Vasco na Copa do Brasil e Athletico, fora de casa, no Brasileirão. Ainda com sofrendo muito com lesões e pelo calendário sufocante do futebol brasileiro, Hernan Crespo encontrou um norte para voltar a ser competitivo após um início terrível no campeonato nacional: intensificar a marcação alta e, ao recuperar a bola, rapidamente acionar os atacantes em profundidade. Marcação mais forte, posses mais verticais e ataques mais rápidos são a receita.
Para o embate de logo mais, o Tricolor deve ter o retorno de Arboleda na zaga e Daniel Alves na ala-direita. Dessa forma, irá para cima do rival paulistano com força máxima e com o sistema de três zagueiros, a bola de segurança de Crespo. Além disso, é difícil imaginar uma mudança de estratégia em relação aos outros jogos. Deve marcar no campo de ataque, por encaixes e, quando recuperar a bola, ser muito ágil para acionar a infiltração dos atacantes ou a ultrapassagem dos laterais.
O que esperar do Palmeiras
No último final de semana, o Alviverde perdeu para o Fortaleza, que também marca alto, joga com três zagueiros e voltou a apresentar certa instabilidade na intensidade de marcação. Abel Ferreira pode manter a formação, uma vez que ela foi utilizada na sequência de nove vitórias conquistadas pelo time teve recentemente. No entanto, com Dudu, Rony, Gabriel Verón e Breno Lopes à disposição para o ataque e Píquerez disponível na lateral-esquerda, a coisa pode mudar. Não será surpresa se o português optar por jogadores de maior velocidade e mobilidade na frente, para bagunçar os encaixes do adversário e, primordialmente, pressionar melhor. O lateral uruguaio pode ser importante caso a escalação tenha três zagueiros, opção interessante para defender contra a dupla de ataque rival e os alas bem espetados.
Independentemente do que acontecer, será um duelo histórico por si só e um divisor de águas na temporada dos dois clubes. Ao São Paulo, talvez o melhor seja repetir o que funcionou nos outros clássicos. Ao Palmeiras, talvez tentar algo novo e fazer o rival provar do próprio veneno, subir a marcação, já que com bola existem muitas dificuldades. Ao torcedor, boa sorte ao aguentar a tensão de um confronto que estará eternamente na memória.
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