Conheça a DribLab, empresa que usa o Big Data para descobrir novos talentos
Empresa se notabilizou na prospecção de jogadores, utilização do BigData e consultoria para clubes, agentes e jogadores
Atualmente, para se adequar ao Fair-Play Financeiro ou (no caso de equipes menores) competir contra clubes de maior poder financeiro, a utilização do Big Data tem sido peça-chave. Assim como o Footure PRO, outras tantas empresas surgem pelo mundo com a função de: “descobrir” novos talentos para clubes e agentes; além de ajudar jogadores em seu desempenho individual e coletivo. Hoje, vamos apresentar a DribLab.
Faça parte do Footure Club e receba conteúdo exclusivo diariamente
Localizada em Madrid, a empresa utiliza a análise de dados de mais de 130 mil jogadores espalhados por mais de 110 competições profissionais. Estima-se que cada partida gere cerca de 12 mil pontos de informação, além de 2 mil eventos por partida. Estes números são processados pelo software e, depois, apresentados a seus clientes.
“Temos métricas para cada posição do campo. Algumas publicamos e outras não, por serem mais específicas e complexas. Utilizamos as métricas que mais se repetem por posição e, por isso, as catalogamos como as principais. De qualquer forma, ainda podemos colocar métricas específicas para os clubes que trabalhamos”, explicou, em entrevista exclusiva, Salvador Carmona, co-fundador da DribLab
Entre algumas parcerias públicas e outras mais privadas, é sabido que a DribLab hoje trabalha em clubes como: Internacional, Chicago Fire (Estados Unidos), América do México, Liverpool, Brentford (Inglaterra) e Midtjylland (Dinamarca).
Em entrevista para ESPN, a equipe contou sobre uma consultoria realizado em 2017 para o Watford. O clube inglês buscava um atacante com perfil jovem, de retorno técnico imediato e bom potencial de revenda; por isso, pediu informações sobre Richarlison, então atacante do Fluminense. O atleta acabou sendo contratado por €12 milhões e vendido posteriormente para o Everton, por mais de €40 milhões.
Além do atacante da Seleção Brasileira, a DribLab foi consultado pelo Real Bétis quando o clube espanhol buscava um substituto para Fabián Ruiz. Na ocasião, pouco utilizado no PSG, os béticos pagaram cerca de €22 milhões por Lo Celso e, posteriormente, vendeu o atleta por €50 milhões ao Tottenham.
Por fim, outro exemplo mais recente aconteceu no América do México. O clube buscava um meio-campista e a DribLab, a partir dos dados, idealizou a contratação de Richard Sánchez. O paraguaio custou €6,5 milhões e logo se tornou peça fundamental na equipe. Foi titular nos 10 jogos da Liga MX.
Interpretando o Big Data
Hoje em dia, os números estão espalhados em diversas plataformas gratuitas, mas Salvador Carmona acredita que interpretá-los segue sendo o mais importante: “os números ajudam muito para obter informações detalhadas, mas a interpretação dos jogados é fundamental, se você não interpreta bem pode acabar com informações equivocadas. Hoje em dia, utilizamos estes dados para a parte esportiva, scouting e negociações de contrato, mas acima de tudo podemos usar para a psicologia esportivo, a nutrição e outros âmbitos dentro do futebol”.
Na busca por gastar menos e lucrar mais, Salvador Carmona acredita que empresas como o DribLab e o Footure PRO começam a se sobressair por serem mais baratas do que construir um próprio Departamento.
“Sim. Creio que os clubes estão se profissionalizado e tentando se ajudar com ferramentas mais sofisticadas. Estas informações ajudam muito os clubes. Criar um departamento como DribLab (somos mais de 10 pessoas altamente qualificadas, engenheiros de dados, economistas…) é muito mais caro que buscar externamente e demoraria mais tempo para fazer um produto bom e útil”, completou.
Salvador Carmona em entrevista ao Footure
A entrada nos clubes ainda não é fácil, há um certo empirismo nas escolhas, mas as poucos a cultura tem mudado. “É difícil entrar em um clube, mas pouco a pouco a gente começa a ganhar um nome, reputação e te chamam para fazer scout. Além disso, em todos os nossos contratos, temos cláusulas de confidencialidade onde os clubes podem ficar tranquilos sobre as informações compartilhadas”.
A evolução do jogo e suas métricas
Com o surgimento de novas ferramentas e dados, algumas métricas têm sido cada vez mais importantes e procuradas. No caso da DribLab, por se tratar de uma empresa que faz apenas a análise de dados – e não observações no campo -, métricas como questões psicológicas e comportamentais ficam a cargo do próprio clube contratante.
Com jogos cada vez mais intensos, a busca por jogadores fisicamente acima da média tem sido muito grande por parte de todos. “Temos métricas físicas de algumas Ligas. Sprints, velocidade máxima, velocidade máxima média… além de dados biométricos como data de nascimento, altura e peso”, comenta Salvador Carmona.
Para quem deseja entrar no mundo das análises, um livro como Soccermatics precisa estar na cabeceira, segundo o co-fundador da empresa. Além disso, muita leitura sobre a indústria do futebol e o conhecimento por estatística e programação.
O futuro? “Um modelo misto. Usar dados para apoiar uma decisão e ver partidas ao vivo como sempre se tem feito e se seguirá fazendo”. Os números estão cada vez mais em nossas mãos, cabe a boa utilização deles.
Comente!