Gabriel Martinelli, a nova sensação brasileira na Premier League
Em um ano, o camisa 35 foi de sensação da Copinha para peça importante no Arsenal
Não é raro ver talento brasileiro fazendo bonito na Europa. A própria Premier League recentemente teve vários exemplos positivos em clubes de diferentes patamares. Mas alguns conseguem chamar a atenção por motivos muito especiais. É o caso de Gabriel Martinelli, que há um ano estava brilhando na Copinha pelo Ituano e agora está sendo decisivo em clássico da liga nacional mais prestigiada do planeta.
Uma soma de fatores faz do paulista o queridinho de elenco, torcedores, jornalistas e ídolos do Arsenal. A começar, tem características que independem de muito suporte e variáveis incontroláveis para prevalecer dentro de campo. Demonstra um jogo direto, incisivo, traçando um caminho claro para a meta adversária com toda ação.
O diferencial está no fato de que ele se movimenta com um propósito. Ao contrário de muitos pontas/atacantes que surgem como promessas, o camisa 35 não precisa receber a bola no pé e muito menos espera por isso (mas sabe bem o que fazer com ela). Se oferece a todo momento como opção interessante por trás da defesa, seja alargando o campo na lateral para partir em velocidade ou explorando espaços mais próximos do gol.
É um roteiro que ele conhece com maestria. Costuma aparecer com timing e precisão em áreas valiosas para definição e tem fundamentos – chute, cabeceio, equilíbrio, frieza – para transformar as chances em eficiência. Gabriel marcou 10 gols em 21 jogos na temporada (11 como titular), sendo o vice-artilheiro do plantel que o recebeu inicialmente como prospecto para o futuro. Mas o fato é que não se ignora um perfil com capacidade de mudar o cenário das partidas e melhora todo o time como consequência dos seus atos.
Ao estar sempre posicionado para infiltrar na última linha de marcação, Martinelli oferece um desafogo a uma equipe que antes era dependente de Aubameyang. Pépé também poderia acrescentar bastante, mas ainda não conseguiu gerar na Inglaterra o ‘medo’ como fazia na França. O brasileiro sim. Quem o enfrenta já sabe – ou descobre – que não vai ter vida fácil e terá de lidar com um atleta objetivo, de atributos distintos do que estão acostumados.
Sem esse tipo de peça, também fica difícil manter uma marcação compacta e evitar ser sufocado pelo oponente. Com ele, o Arsenal sabe que no momento de recuperação da posse vai ter uma opção de passe agudo para tirar a bola de zonas perigosas para si e colocá-la em zonas perigosas para o rival. Que, por sua vez, não pode subir as linhas com tanta tranquilidade se considerar o risco do espaço aberto para um atacante apto a jogadas como a que está abaixo.
É um cenário de melhorias diretas e indiretas no ataque e na defesa. E na pontuação dos Gunners no campeonato. Complementando tudo isso há um fator essencial – o mais importante para jogadores que visam o alto nível, diria. O psicológico; confiança, força mental e atitude. O brasileiro impressiona pela postura que demonstra dentro e fora dos gramados e parece estar super preparado para as experiências de um atleta de topo na Premier League.
Com a ascensão de Gabriel Martinelli, todo mundo ganha. Seu time, o espectador, a Seleção. Menos quem tem a árdua missão de marcá-lo.
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