"Aqui, o foco é no desenvolvimento psicológico e mental das criança", conta técnico de College nos Estados Unidos
Gabriel Queiroz, Head Coach da Montgomery Academy, fala um pouco mais sobre seu trabalho, a evolução do futebol nos Estados Unidos e o futuro do país quanto a cultura do esporte
Nascido em Salvador, na Bahia, Gabriel Queiroz, logo cedo buscar uma oportunidade fora do Brasil. Foi no College, primeiro nos gramados, depois no reservado, que ele tem iniciado a sua carreira como técnico e, nesta conversa ele contou um pouco mais sobre seu trabalho, a evolução na cultura do futebol dos Estados Unidos, as diferenças para o Brasil e o trabalho forte dos EUA para crescer.
Quando falamos sobre suas pretensões como treinador, ele conta que nunca foi a ideia desde o início, mas que com o tempo foi pegando o gosto pelas questões táticas. “Foi quase no meu último ano de faculdade que fui pegando gosto (entender de tática). Quando você começa a ficar mais velho e fica mais interessado nos temas. E na época não existia tanto conteúdo disponível. Era muito livro, pdf e os cursos da CBF”, contou Queiroz que, hoje, tem a Licença B da AFA, a Licença D dos EUA e mais cursos de scout na FA e de futsal, também nos EUA.
Sobre o seu trabalho na Montgomery Academy, onde foi campeão regional em 2021 e 3º colocado no estadual, conta que tem dois brasileiros trabalhando em conjunto com ele: “Eu não faço sozinho, tenho ainda dois auxiliares aqui, ambos brasileiros. E não foi da noite pro dia. A gente tenta sempre colocar essa mentalidade nas crianças, de ir trabalhando pra elas se sentirem bem e quererem acordar cedo pra estar com a gente. E aqui, a Academy, tem uma mentalidade de gostar de competir e isso também ajuda muito”.
Sobre o futebol nos Estados Unidos, Gabriel Queiroz chegou ao estado do Alabama com a expectativa e observando a cultura inserida no futebol, o americano, no Estado e até por isso não acreditava que o futebol fosse criar raizes tão rapidamente. “Por conta da cultura do Alabama, um estado forte no Futebol Americano Universitário, foi um dos motivos para vir. Em 2013, eu não via nascendo um time de futebol profissional surgindo aqui, mas isso aconteceu há 3 anos (2019). Eles jogam a segunda divisão, tem estádio para 20 mil pessoas e recentemente conseguiram se classificar para os playoffs”.
Só que este crescimento para ele tem uma resposta: as crianças e os smarthphones. “O ponta pé inicial foram as crianças que se apaixonaram do futebol através dos celulares. A própria Copa América aqui nos Estados Unidos, eles olharem a Copa do Mundo, os times europeus fazendo os torneios de verão por aqui. Além de ser um esporte barato para a família”, apontou o jovem treinador.
Em comparação ao Brasil, ele destaca que o seu trabalho, assim como das outras universidades, é sempre no mental das crianças. Focar no desenvolvimento do estudo e a diversão para as crianças, ao mesmo tempo que fazem ela entender os motivos para estarem realizando tal exercício.
“A gente faz um trabalho muito forte na questão mental da criança. Dela saber se divertir e não precisar ganhar a qualquer custo. A gente trabalha para que a criança entenda os porquês, gerar a curiosidade na criança para questionar o que está sendo realizado”
Os Estados Unidos que, junto ao México e Canadá, irão sediar a Copa do Mundo de 2026 e para Gabriel, há algumas situações a se melhorarem nos próximos 5 anos que podem fazer o crescimento dos Estados Unidos no futebol de clubes, mas também com o olhar para a Seleção. “Eles tem material humano. O que falta pra eles (Estados Unidos) é a questão administrativa. Seja dentro de campo com o estudo para alguns treinadores e a busca por profissionais fortes, e fora dele trazendo pessoas que viveram o futebol e consigam auxiliar neste sentido”, analisou.
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