GUIA DA COPA AFRICANA DE NAÇÕES

Por Caio Bitencourt A Copa Africana de Nações 2019 começa neste final de semana e o Footure fez uma introdução das equipes que irão disputar a competição. É a primeira vez que o torneio contará com 24 seleções.  A CAN seria sediada em Camarões num primeiro momento. Entretanto, o país não cumpriu diversas normas de […]

Por Caio Bitencourt

A Copa Africana de Nações 2019 começa neste final de semana e o Footure fez uma introdução das equipes que irão disputar a competição. É a primeira vez que o torneio contará com 24 seleções.  A CAN seria sediada em Camarões num primeiro momento. Entretanto, o país não cumpriu diversas normas de segurança e a Confederação Africana de Futebol (CAF) decidiu realocar para o Egito.

Toda Copa de Nações Africanas que se preze tem uma grande ausência. De ex-campeões, temos como ausentes Zâmbia (2012), Congo (1972), Etiópia (1962) e Sudão (1970). Temos também a ausência de Burkina Faso, terceira colocada na última edição, em 2017. Além disso, há outros craques que não poderão estar em campo por causa da ausência de sua seleção, como é o caso de Aubameyang, que assim como o Gabão, verá a Copa pela televisão.


 

GRUPO A: EGITO, REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO, UGANDA e ZIMBABUE

EGITO – O maior campeão da CAN agora ganha o direito de jogar em casa uma edição que caiu nos seus colos. E sempre que o Egito jogou em casa, nas 4 vezes que sediou (1959, 1974, 1986 e 2006), quando não foi campeã, chegou pelo menos na semifinal. Para muitos, é a grande seleção favorita, em vista a grande fase de seu craque Salah. Mas o Egito não é só Salah, o time, agora em melhor fase no pós-Copa do Mundo com Javier Aguirre, tem boas peças ofensivas, como Trezeguet (Kasimpasa), Elmohamady (Basel), Elneny (Arsenal), estes dois últimos de bom auxílio a fase defensiva, entre outros.  Além disso, conta com o retorno do veterano El-Said (Pyramids FC) à seleção, longe desde a chegada de Aguirre ao cargo. Dentre as candidatas ao título, tem o time mais experiente, com cerca de 28,2 anos de média de idade. Aguirre se aproveita dessa experiência para rodar o time e dar oportunidades para todos, de modo que o time que iniciará a competição parece indefinido. E é com base nessa experiência que o Egito tenta o octa.

TIME-BASE (4-2-3-1): El Shenawy; Elmohamady, Hegazy, El-Mohamady, Ashraf; Elneny, Tarek Hamed; Salah, Warda, Trezeguet; Mohsen. T: Javier Aguirre

TOP: Mohamed Salah

FIQUE DE OLHO: Tarek Hamed, Mohamed Elneny,

PALPITE: Candidata ao título

 

Mo Salah é um dos melhores jogadores do mundo e ajudou o Egito a se classificar à Copa em 2018. Agora, o foco é em conquistar a CAF.
Mo Salah é um dos melhores jogadores do mundo e ajudou o Egito a se classificar à Copa em 2018. Agora, o foco é em conquistar a CAN.

 

REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO – Entre suas qualidades tem em seus atacantes, na velocidade e gols de Bakambu (Beijing Guoan) e Bolasie, e com boas opções no banco de reservas, como Assombalonga (Middlesbrough). A força acaba se sobressaindo por sempre marcar gols em todos os jogos, embora quase sempre em placares solitários, marcando em todos os jogos das Eliminatórias, embora percam uma boa quantidade de gols. Tem um jogo baseado em posse de bola. Por outro lado, é uma defesa que sofreu gols em 5 dos 6 jogos das Eliminatórias, e por conta disso, pôs em risco a classificação dos Faraós. As boas opções do ataque fizeram o técnico Jean-Florent Ibenge Ikwange poder se dar ao luxo de cortar o veterano Kabongo Kasongo (Zamalek) da lista final. Tudo na busca pelo tri da CAN (um título conquistado como RD do Congo e outro como Zaire).

TIME-BASE: (4-2-3-1): Matampi; Masuaku, Tisserand, Luyindama Nekadio, Issama Mpeko; Mbemba, Mulumbu; M’Poku Ebunge, Mputu, Bolasie; Bakambu

TOP: Bakambu

FIQUE DE OLHO: Bolasie

PALPITE: Pode ir longe

 

Depois de ter mostrado potencial no Villareal, Bakambu rumou para liga chinesa onde segue como destaque.
Depois de ter mostrado potencial no Villareal, Bakambu rumou para liga chinesa onde segue como destaque.

 

UGANDA – Pela segunda vez consecutiva, a seleção de Uganda encontra o Egito nessa fase da competição. A experiência na competição pode ajudar um time jovem a se encontrar e a cumprir um objetivo: chegar pela primeira vez desde 1978 a fase de mata-matas da competição. Para isso, o técnico Sebastian Desabre conta com um time com força nos contra-ataques e que conta com Miya (HNK Gorica) como sua grande força ofensiva. Outra aposta é no veterano goleiro Onyango (Mamelodi Sundowns), líder de uma defesa que somente sofreu três gols nas Eliminatórias, para que finalmente a seleção ugandense possa sair com pelo menos uma vitória da competição, já que saiu zerada na última edição, em 2017.

TIME-BASE: (4-4-2): Onyango, Wasswa, Aucho, Mugabi, Jjuko; Kaddu, Okwi, Walusimbi, Azira; Miya, Abdu. T: Sebastian Desabre

TOP: Farouk Miya

FIQUE DE OLHO: Emmanuel Okwi, Denis Onyango

PALPITE: Coadjuvante

 

Farouk Miya é a válvula de escape pelos lados na busca por contra-ataques de Uganda.
Farouk Miya é a válvula de escape pelos lados na busca por contra-ataques de Uganda.

 

ZIMBÁBUE – A pior rankeada no grupo A pode ter suas chances de classificação complicadas de cara pelo fato de estrear contra o Egito. Os guerreiros, como são chamados os jogadores da seleção, prometem jogar tudo por um país que recentemente sofreu o ciclone Idai, que deixou centenas de vítimas no país, em Malawi e Moçambique. Com uma seleção que majoritariamente joga em equipes sul-africanas, há a força e juventude de Darikwa (Nottingham Forest), na defesa, honrando uma tradição familiar, já que o pai jogou pela seleção do país em outras copas, o bom ataque com Musona (Anderlecht) e Mushekwi (Dalian Yifang), o Zimbábue se apresenta como um time equilibrado para tentar surpreender e conseguir a classificação.

TIME-BASE: (4-3-3): Sibanda; Lunga, Phiri, Hadebe, Darikwa; Karuru, Nakamba, Mudimu; Musona, Mushekwi, Billiat. T: Sunday Chidzambwa.

TOP: Knowledge Musona

FIQUE DE OLHO: Nyasha Mushekwi, Teenage Hadebe, Khama Billiat

PALPITE: Coadjuvante

 

Knowledge Musona é uma das peças ofensivas que quer surpreender na CAN 2019.
Knowledge Musona é uma das peças ofensivas que quer surpreender na CAN 2019.

 


GRUPO B – NIGÉRIA, GUINÉ, MADAGASCAR e BURUNDI

BURUNDI – A mais novata da CAN, seja no sentido histórico, em vista que pela primeira vez jogam a Copa, seja no sentido que tem a segunda seleção mais jovem da edição, com média de idade de 25,3 anos. A classificação em si já foi um grande feito por isso e por ter tirado o Gabão liderado por Aubameyang. A equipe treinada por Olivier Niyungeko tem jogadores ainda praticamente desconhecidos do público global do futebol. Garantiu sua vaga na competição à base de um sistema defensivo sólido, apesar dos muitos empates. É uma oportunidade de experiência para um time de garotos que tem sua primeira competição internacional, e onde só o defensor Nduwarugira (União da Madeira), e os atacantes Berahino (Stoke City) e Amissi (NAC Breda) jogam fora do continente africano. Por outro lado, é uma equipe essencialmente reativa que tem suas forças concentradas na defesa, o que exige muito do goleiro Nahimana (Vital ‘O), que assim pode trabalhar bem e ser muito exigido.

TIME-BASE: (4-4-2): Nahimana; Duhayindavyi, Nsabiyumva, Nshimirimana, Moussa; Hussein, Kwizera, Bigirimana, Amissi; Abdul Razak, Berahino. T: Olivier Niyungeko

TOP:  Jonathan Nahimana

FIQUE DE OLHO: Saido Berahino, Christophe Nduwarugira, Mohamed Amissi, Fiston Abdoul Razak

PALPITE: Primeira fase

 

O goleiro Nahimana é a principal peça da equipe para tentar classificar na primeira fase.
O goleiro Nahimana é a principal peça da equipe para tentar classificar na primeira fase.

 

GUINÉ – Tudo fica de acordo com a situação de Keita (Liverpool), que está fora desde a semifinal da Champions. O jogo ofensivo guineano passa principalmente por ele, que o diga a grande vitória nas Eliminatórias fora de casa diante da Costa do Marfim que definiu a liderança do grupo e foi decisiva para a classificação, com um show dele. Não se sabe as reais condições de Keita, que pode não jogar o começo da competição por seus problemas físicos, o que não o faz presente nos times prováveis e seria um problema para Guiné. Além da situação de Keita, Guiné tem um grupo difícil para tentar a classificação, e espera fazê-la com um elenco jovem, que tem alguns jogadores jovens, além de outros um pouco mais experientes em futebol internacional, como Diawara (Napoli) e Kamano (Bordeaux), que podem representar ao 4-4-2 do técnico Paul Put melhores opções, especialmente em relação ao meio-campo, que é o forte da Syli Nationale, como é conhecida. Guiné chegou a CAN principalmente por causa de seu meio-campo, e quer surpreender com ele.

TIME-BASE: (4-4-2): Aly Keita; Sylla, Falette, Seka, Sankoh; Kamano, Diawara, Naby Keita (Camara), Traoré; Kanté, Yattara. T: Paul Put

TOP: Naby Keita

FIQUE DE OLHO: Amadou Diawara, François Kamano, Mady Camara

PALPITE: Coadjuvante

 

Depois do título da Liga dos Campeões, Naby Keïta é o principal nome de Guine.
Depois do título da Liga dos Campeões, Naby Keïta é o principal nome de Guine.

 

MADAGASCAR – Outra estreante da CAN, Madagascar garantiu a vaga em outubro passado, com rodadas de antecipação, mas entrará na edição sem ainda ter vencido um jogo em 2019. Terá jogadores experientes, como o defensor Jéremy Morel (Lyon), e o atacante Paulin Voavy (Misr El-Makkasa), mesclados a jovens como Rayan Raveloson (Troyes). Mas os malgaxes, comandados pelo técnico Nicolas Dupuis, de bases ofensivas, que marcaram uma boa média de gols em 2019, e que tem a maior média de idade entre os elencos da CAN, com cerca de 29,3 anos, pensam em surpreender e quem sabe, esperar pelo menos uma terceira posição no grupo para tentar uma sonhada ida à fase final.

TIME-BASE: (4-4-2): Ibrahima Dabo; Jérémy Morel, Thomas Fontaine, Romain Métanire e Jerome Mombris; Pauli Voavy, Marco Ilaimaharitra, Njiva Rakotoharimalal e Carolus Andriamatsinoro; Ibrahim Amada; Faneva Andriatisma.

TOP: Jéremy Morel

FIQUE DE OLHO: Paulin Voavy, Rayan Raveloson

PALPITE: Coadjuvante

 

Jérémy Morel é a experiência em campo para Madagascar na CAF.
Jérémy Morel é a experiência em campo para Madagascar na CAN.

 

NIGÉRIA – Uma das seleções mais tradicionais do continente finalmente volta a CAN depois de uma incrível ressaca de campeã em 2013, quando não se classificou para as duas edições seguintes. Agora os nigerianos voltam com sua sempre notável força ofensiva:  conta com a juventude de nomes como Chukweze (Villarreal) e a experiência de nomes como Ahmed Musa (Al-Nassr) e Ighalo (Shanghai Shenhua). Mas apesar dos bons nomes no ataque, o forte do time tem sido a defesa, que só tomou 4 gols após a Copa do Mundo. Defesa construída na volância pelo veterano Obi Mikel (Middlesbrough) e Ndidi (Leicester). E que na zaga tem seu ponto forte em Balogun (Brighton), que na seleção parece melhor que no futebol de seu clube. Além disso, somemos a Ola Aina (Torino), que na Itália parece ter encontrado seu melhor momento entre boas participações defensivas e passes pra gols.

A convocação foi definida cedo, mas isso não significa que não faltou polêmica nas escolhas: a decisão do técnico Gernot Rohr de cortar Iheanacho (Leicester) da competição. O corte já era previsto em vista que foram convocados 25, e dois seriam cortados, mas a polêmica se baseou pelo treinador questionar o profissionalismo do atacante. Por outro lado, nada de mais polêmicas no caminho das Super Águias em busca do tetracampeonato.

TIME-BASE: (4-3-3): Uzoho;  Balogun,  Troost-Ekong, Omeruo, Collins; Ndidi, Obi Mikel; Onyekuru, Iwobi, Musa;  Ighalo T: Gernot Rohr

TOP: Odion Ighalo

FIQUE DE OLHO: Ahmed Musa, Wilfried Ndidi, Samuel Chukweze

PALPITE: Candidata ao título

 

Ighalo (dir) é a esperança de gols na Nigéria que sonha com o título da competição.
Ighalo (dir) é a esperança de gols na Nigéria que sonha com o título da competição.

GRUPO C – SENEGAL, ARGÉLIA, QUÉNIA e TANZÂNIA

ARGÉLIA – Em um processo de renovação após a demissão de Rabah Madjer do cargo, o técnico Djamel Belmadi procura dar oportunidades a novos nomes. Em uma convocação sem Ghoulam (que pediu dispensa por problemas físicos), Bentaleb e Belfodil, o time alterna veteranos como Feghouli (Galatasaray) e Slimani (Fenerbahce) com jovens como Bennacer (Empoli) e Ounas (Napoli) em sua convocação. Capitaneada por Mahrez, as Raposas do Deserto tentarão seu segundo título da CAN com um jogo ofensivo, prometendo muitos gols, como feitos nas Eliminatórias, e sendo uma das possíveis forças para buscar um título que não vem desde 1990, quando jogando em casa, venceram a competição. Por outro lado, teve polêmicas, como o corte do meio-campo Belkebla (Tours) da lista final por indisciplina. Mas nada que tirasse a força das Raposas do Deserto.

TIME-BASE: M’Bolhi; Attal, Mandi, Benlamri, Bensebaini; Guedioura, Feghouli; Mahrez, Brahimi, Belaili; Bounedjah

TOP: Riyad Mahrez

FIQUE DE OLHO: Brahimi, Bennacer, Adam Ounas

PALPITE: Pode surpreender

 

Ryad Mahrez é a referência técnica da Argélia na tentativa de surpreender na competição.
Ryad Mahrez é a referência técnica da Argélia na tentativa de surpreender na competição.

 

QUÊNIA – Pegue tudo o que você vê do Quênia e se surpreenda. Se Wanyama (Tottenham) é apenas um bom meia-defensivo na Premier League, pela seleção nacional é um faz-tudo. É capitão do time, bate pênalti, ajuda na marcação, as vezes é escalado de atacante, como nos últimos confrontos antes da CAN. A seleção treinada pelo francês Sebastian Migné é basicamente reativa, porém, como mostrado nas Eliminatórias, é letal na hora das conclusões, e tem uma defesa minimamente segura, com destaque pra Otieno (Gor Mahia), um dos poucos que jogam no futebol local.   

TIME-BASE: (4-2-3-1): Matasi; Khamis, Okumu, Otieno, Odhiambo; Kahata, Onyango; Omondi, Masika, Wanyama; Olunga. T: Sebastian Migné

TOP: Victor Wanyama

FIQUE DE OLHO: Michael Olunga, Philemon Otieno

PALPITE: Coadjuvante

 

Wanyama é, além de capitão, o cobrador de pênaltis da equipe, apesar de ser um jogador mais defensivo no Tottenham.
Wanyama é, além de capitão, o cobrador de pênaltis da equipe, apesar de ser um jogador mais defensivo no Tottenham.

 

SENEGAL – Os senegaleses têm como seu trunfo o fato de que seja na defesa e seja no ataque, tem dois jogadores em grande momento e inseridos entre os melhores do mundo. Seja o capitão Koulibaly (Napoli), ou mesmo Mané (Liverpool), outro em grande fase. Com Mané, se espera um time mais decisivo no ataque como ele. Com Koulibaly, espera-se que a defesa mantenha o nível de um time que só levou 2 gols na fase de classificação da CAN. Além disso, outras boas peças, como Gueye No papel, um grande time, que prova que é um dos candidatos ao título pela bola jogada no continente e pelos resultados apresentados nas Eliminatórias com consistência. Por outro lado, precisa superar a falta de títulos e de chegada na CAN. Desde a final de 2002, em que os senegaleses perderam pra Camarões nos pênaltis, Senegal sonha com um título que ainda não veio.

TIME-BASE: (4-4-2):  Mendy; Sabaly, Sané, Koulibaly, Wagué; Niang, N’Diaye, Gueye, Keita Baldé; Sarr, Mané. T: Aliou Cissé

TOP: Sadio Mané

FIQUE DE OLHO: Kalidou Koulibaly, Idrissa Gueye, Salif Sané

PALPITE: Candidata ao título

 

Num elenco com Koulibaly e Gueye, Sadio Mané é a referência após ser um dos melhores jogadores do mundo em 2018/19 e o título da UCL.
Num elenco com Koulibaly e Gueye, Sadio Mané é a referência após ser um dos melhores jogadores do mundo em 2018/19 e o título da UCL.

 

TANZÂNIA – A seleção volta para a CAN depois de 39 anos de ausência, muito pela sua força nos jogos em casa pelas Eliminatórias, onde esteve invicta. Tem uma missão ingrata em um grupo bem difícil, em que se apresenta como a seleção mais fraca. Mas o time do lendário técnico nigeriano Emmanuel Amuneke quer mostrar sua cara. Especialmente em um time que tenta por vezes os contra-ataques, e que se atrás aposta nas defesas de Aishi Manula (Simba SC), na frente aposta nos gols de Mbwana Samatta (Genk), que tem feito sucesso na Bélgica, com 32 gols em 51 jogos na temporada. Tudo para tentar pintar a zebra.

TIME-BASE: (4-4-2): Manula; Ramadhani, Morris, Yondani, Michael; Msuva, Mao, Salum, Bocco; Samatta, Mussa. T: Emmanuel Amuneke.

TOP: Mbwana Samatta

FIQUE DE OLHO: Aishi Manula, Farid Mussa, Simon Msuva

PALPITE: Coadjuvante

 

Mbwana Samatta é o nome para fazer os gols na Tanzânia. O atleta fez 32 gols em 51 jogos na Bélgica.
Mbwana Samatta é o nome para fazer os gols na Tanzânia. O atleta fez 32 gols em 51 jogos na Bélgica.

 

GRUPO D – MARROCOS, COSTA DO MARFIM, ÁFRICA DO SUL e NAMÍBIA

COSTA DO MARFIM – Uma grande mescla entre a experiência de jogadores como o capitão Aurier (Tottenham), com a juventude de outros como o melhor jogador do time no momento, Pepé (Lille). Não bastassem eles, os Elefantes ainda contêm sob a batuta do técnico Ibrahim Kamara, que deixou veteranos como Gervinho (Parma), de fora, para dar espaço a outros como Zaha (Crystal Palace), em sua segunda grande competição com a camisa marfinense, e a outros que pedem passagem, como Gradel (Toulouse) e Cornet (Lyon). Com a mescla de experiência e juventude, os Elefantes querem o tri.

TIME-BASE: (4-3-3): Gbohouo; Aurier, Traoré, Kanon, Doumbia; Seri, Kessié, Gbamin; Gradel, Kodija, Pepé. T: Ibrahim Kamara

TOP: Nicolas Pepé

FIQUE DE OLHO: Franck Kessié, Max Gradel, Wilfried Zaha, Maxwel Cornet

PALPITE: Candidata a título

 

Bem rodeado na Costa do Marfim, expectativa para Nicolas Pepé brilhar na CAF e manter o nível que mostrou na Ligue 1.
Bem rodeado na Costa do Marfim, expectativa para Nicolas Pepé brilhar na CAN e manter o nível que mostrou na Ligue 1.

 

MARROCOS – Talvez esta seja a grande oportunidade dos marroquinos de saírem de uma fila que vem desde 1976 sem o título da CAN. Uma seleção que se faz favorita com uma defesa forte, e com um intenso “pressing style”, com bons movimentos técnicos, que teve seus bons momentos na Copa do Mundo, mas teve azar. Especialmente na figura de seu grande craque em grande momento, Ziyech (Ajax), que vem sendo ainda mais decisivo pela seleção, como foi nas Eliminatórias, decidindo o confronto direto contra Camarões que garantiu a vaga na CAN. O ataque segue com poder de fogo, embora a defesa nos jogos pré-CAN, teve seus problemas, apesar da mistura da experiência de Benatia (Al-Duhail) e da juventude de Hakimi (Borussia Dortmund). Coisas que Herve Renard precisará abrir o olho e colocar nos trilhos para o Marrocos buscar o bicampeonato.

TIME-BASE: (4-4-2): Bono; Saiss, Benatia, Hakimi, Dirar; Amrabat, Belhanda, Ziyech, El Ahmadi; En Nesyri, Boufal. T: Herve Renard

TOP: Hakim Ziyech

FIQUE DE OLHO: Mehdi Benatia, Achraf Hakimi, Younes Belhanda, Soufiane Boufal

PALPITE: Candidata a título

 

A temporada de Hakim Ziyech o credencia a ser craque da competição na busca pelo título com Marrocos.
A temporada de Hakim Ziyech o credencia a ser craque da competição na busca pelo título com Marrocos.

 

NAMÍBIA – Tem a missão mais ingrata no seu retorno a CAN pela primeira vez desde 2008 ao cair no chamado “grupo da morte” com três adversários de experiência internacional. Pra piorar, pesa uma falta de experiência dos jogadores no contato internacional, em vista que só o defensor Ryan Nyambe (Blackburn Rovers) joga fora do continente africano. A própria classificação foi com base em critérios de desempate contra Moçambique. Por outro lado, vem pra tentar surpreender ofensivamente, com nomes como o atacante Benson Shilongo (Ismaily SC), que anotou 10 gols em 39 jogos da temporada egípcia, ambientado ao país da Copa. Os resultados no pré-CAN não foram os mais satisfatórios, em vista a eliminação precoce na Copa COSAFA (Nota: uma espécie de torneio entre países do sul da África), mas os namibianos tentarão surpreender.

TIME-BASE: (4-1-3-2): Mbaeva; Hanamub, Haoseb, Lombard, Kambanda; Ketjijere; Hotto, Shitembi, Stephanus; Shilongo, Shalulile T: Ricardo Manetti.

TOP: Benson Shilongo

FIQUE DE OLHO: Ryan Nyambe, Peter Shalulile

PALPITE: Coadjuvante

 

Benson Shilongo é a referência no ataque para marcar os gols. No futebol egípcio, são 10 gols em 31 partidas.
Benson Shilongo é a referência no ataque para marcar os gols. No futebol egípcio, são 10 gols em 39 partidas.

 

ÁFRICA DO SUL – Já teve momentos melhores, como quando ganhou a CAN em 1996, em uma das vitórias que foram marcos de união nacional pós-Apartheid. Para a atual edição no Egito, o técnico Stuart Baxter aposta em uma equipe essencialmente caseira, formada com talentos do futebol local em uma das melhores ligas do continente africano. Somente seis jogadores dentre os convocados jogam fora do país.  Defensivamente é uma seleção muito forte, só tomou dois gols durante as Eliminatórias, mas a ausência de Keagan Dolly (Montpellier), complica a vida dos Bafana Bafana no meio. Por outro lado, alguns tropeços como o empate sem gols diante de Seychelles põem em dúvida a produção do ataque sul-africano, que aposta em nomes como Percy Tau (Brighton) e Mothiba (Strasbourg) para superar a desconfiança e partir para o bicampeonato.

TIME-BASE: (4-2-3-1): Keet; Mkhize, Mkhwanazi, Hlatshwayo, Hlanti; Furman, Mokotjo; Zwane, Serero, Percy Tau; Mothiba. T: Stuart Baxter

TOP: Percy Tau

FIQUE DE OLHO: Lebo Mothiba, Buhle Mkhwanazi

PALPITE: Bom papel

 

O atacante do Brighton, Percy Tau, é a aposta para acabar com as dúvidas dos Bafana Bafana.
O atacante do Brighton, Percy Tau, é a aposta para acabar com as dúvidas dos Bafana Bafana.

 

GRUPO E – TUNÍSIA, MALI, MAURITÂNIA e ANGOLA

ANGOLA – Uma incógnita. Não se sabe se os Palancas Negras serão a mesma força que foram dentro de casa, onde terminaram invictos, ou a falta de força dos jogos fora de casa, onde só venceram Botswana. Mas há um ponto em comum entre os dois: uma seleção de defesa forte, comandada por nomes como Bastos (Lazio) e Bruno Gaspar (Sporting), tendo tomado poucos gols nas Eliminatórias e no ano de 2019.  A seleção aposta no meia Geraldo (Al Ahly/Egito), de passagem conhecida dos brasileiros em Coritiba, Paraná e Atlético-GO, e que recentemente em poucos meses jogando no campeonato egípcio participou de 9 gols (3 marcados e 6 assistências) em 17 jogos. Além disso, outro nome a se observar é o de Gelson Dala (Rio Ave), que está em boa forma pelo clube português.

TIME-BASE: Landu Mavanga; Bruno Gaspar, Bastos, Jonathan Buatu, Paizo; Show, Herenilson; Mateus, Fredy Kulembe, Djalma; Gelson Dala

TOP: Gelson Dala

FIQUE DE OLHO: Bastos, Bruno Gaspar, Geraldo

PALPITE: Coadjuvante

 

O jovem Gelson Dala é o nome para se observa numa Angola que deve ser coadjuvante na CAF.
O jovem Gelson Dala é o nome para se observa numa Angola que deve ser coadjuvante na CAN.

 

MALI – Com uma equipe anunciada em cima da hora, a 4 dias do início da competição, o Mali vem para a CAN. A demora na confirmação da vaga conquistada em campo de maneira invicta nas Eliminatórias tem explicação ao fato de que em meio ao processo de intervenção na federação local, não conseguiu aprovar um estatuto e definir novas eleições para comandar o futebol malinês. Já dentro de campo, é um time forte ofensivamente, seja pela criação de jogadas com Haidara (RB Leipzig), ou muitas vezes pela conclusão de jogadas com Marega (Porto), um grande finalizador. Por outro lado, a criação pode ficar comprometida com a ausência de Bissouma (Brighton), que machucado, não jogará a CAN. Além de outros jogadores que participaram da Copa do Mundo sub-20, como o próprio Haidara e Koita (Wolfsberger), tudo isso faz o time do técnico Mohamed Magassouba poder sonhar com um bom papel na competição.

TIME-BASE: (4-1-4-1): Diarra; Traore, Wague, Fofana, Kone; Samassekou; Diaby, Haidara, Coulibaly, Djenepo; Marega. T: Mohamed Magassouba.

TOP: Moussa Marega

FIQUE DE OLHO: Amadou Haidara, Sekou Koita, Lassana Coulibaly

PALPITE: Bom papel

 

Marega é o ponto de referência do Porto e, também de Mali. Olho nele.
Marega é o ponto de referência do Porto e, também de Mali. Olho nele.

 

MAURITÂNIA – Vai apostar tudo no primeiro confronto contra Mali, um clássico regional, para sonhar com algo a mais no grupo, nessa que é a sua primeira participação na CAN. O time treinado por Corentin Martins é feito a base de ligações diretas, em um jogo defensivo e mais físico, tentando beliscar pontos para conseguir a classificação. Para isso, não contam com grandes estrelas. Como dito pelo treinador em entrevista, quando perguntado sobre o nome da estrela do grupo, ele disse “O time. Muitos estão jogando fora do país e eles ganharam muito conhecimento técnico e tático”. Apesar de algumas boas estrelas, como Camara (Xanthi FC) e Adama Ba (Giresunspor), a Mauritânia vem para ganhar experiência no futebol africano. Alcançar a CAN já é uma grande vitória para uma seleção que há tempos atrás, figurou entre as piores do ranking da FIFA.

TIME-BASE: (4-4-2): Souleymane, Abeid, Abou, N’Diaye, Abdoul Ba; Diakité, Coulibaly, Camara, Dellahi; Adama Ba, El Hacen. T: Corentin Martins

TOP: Khassa Camara

FIQUE DE OLHO: Adama Ba

PALPITE: Primeira fase

 

Khassa Camara é uma das peças importantes na Mauritânia que busca mais experiência em competições internacionais.
Khassa Camara é uma das peças importantes na Mauritânia que busca mais experiência em competições internacionais.

 

TUNÍSIA – Os tunisianos têm presença quase fixa na CAN. Já é a décima quarta participação consecutiva deles na competição, tendo sido campeões em 2004. Os bons resultados, a experiência de um grupo comandado por um técnico experiente na competição, o lendário francês Alain Giresse, que conquistou um terceiro lugar na competição em 2012 com Mali. É um time organizado, que confia em Khazri (Saint Etienne) como seu jogador decisivo, e que já se mostrou decisivo. Uma seleção que vem empolgada por boas atuações no pré-CAN, incluindo uma vitória fora de casa diante dos vice-campeões mundiais, a Croácia, por 2 a 1. Por outro lado, é uma seleção que pode se sair prejudicada pela ausência de Mohamed Ben Amor, que não joga a Copa por lesão, ou Ferjani Sassi, que sofre com lesões desde abril, mas mesmo assim foi convocado por Giresse. Em meio a essa situação, se pode dizer que é um dos candidatos ao título.

TIME-BASE: (4-3-3): Ben Mustapha; Bedoui, Hnid, Meriah, Ben Mohamed; Sassi, Skhiri, Sliti; Srarfi, Khazri (Khenissi), Msakni. T: Alain Giresse

TOP: Wahbi Khazri

FIQUE DE OLHO: Ferjani Sassi, Taha Khenissi, Naim Sliti

PALPITE: Candidata a título

 

Wahbi Khazri é o 'dono do time' há bastante tempo e chega para mais uma CAF.
Wahbi Khazri é o ‘dono do time’ há bastante tempo e chega para mais uma CAN.

 

GRUPO F – CAMARÕES, GANA, BENIM e GUINÉ-BISSAU

BENIN – Uma equipe essencialmente reativa. É essa a marca do time treinado por Michel Dussuyer, que joga com uma rara linha de 5 defensiva e um também incomum esquema com 5-4-1, dependendo ofensivamente dos gols de Mounie (Huddersfield), o artilheiro do time nas Eliminatórias. A seleção também na convocação apostou suas esperanças no veterano Stephane Sessegnon (Genclerbiligi), que pareceu bem preservado na reta final de preparação. Além disso, é uma equipe que pode tentar a classificação, embora tenha um grupo complicado. Ainda assim, teve problemas, como o desfalque de Gestede (Middlesbrough), por lesão que tirou da CAN. Mesmo assim, pode surpreender, embora seja um coadjuvante assumido.

TIME-BASE: (5-4-1): Allagbe; Adilehou, Adenon, Baraze, Verdon, Kiki; Djigla, Adeoti, Mama, Soukou; Mounie. T: Michel Dussuyer

TOP: Steve Mounie

FIQUE DE OLHO: Stephane Sessegnon

PALPITE: Coadjuvante

 

A Federação já premiou Stephane Sessegnon por sua contribuição na Seleção. Olho.
A Federação já premiou Stephane Sessegnon por sua contribuição na Seleção. Olho.

 

CAMARÕES – Os comandados do eterno Clarence Seedorf e atuais campeões da CAN terão uma chave em que podem se complicar, em vista que os resultados recentes da seleção camaronesa estão abaixo das expectativas. Até por conta disso, a defesa de título parece mais distante. As expectativas sobre o time parecem tão baixas que após um empate contra a seleção de Comores, o técnico holandês declarou estar feliz com o resultado, o que gerou muita polêmica. Para ajudar mais um clima de tensão, o herói do título de 2017, Aboubakar, não foi convocado. A força camaronesa está na defesa, com Onana (Ajax), em boa fase, e Ekambi (Villarreal), alternando entre ataque e defesa. Um time mais reativo, para quem sabe retomar a confiança da seleção. Mas Camarões não é só defesa, já que as esperanças do ataque estão depositadas em Bassogog, o melhor jogador da edição passada da CAN. Será que Seedorf conseguirá botar os Leões nos trilhos?

TIME-BASE: (5-3-2): Onana; Dawa, Banana, Ngadeu-Ngadjui, Oyongo, Ekambi; Mandjeck, N’Jie, Zambo Anguissa; Bassogog, Djoum. T: Clarence Seedorf

TOP: Andre Onana

FIQUE DE OLHO: Karl Toko Ekambi, Christian Bassogog

PALPITE: Pode surpreender

 

Onana é a segurança defensiva para Camarões na Copa Africana de Nações após uma bela temporada pelo Ajax,
Onana é a segurança defensiva para Camarões na Copa Africana de Nações após uma bela temporada pelo Ajax,

 

GANA – As estrelas negras querem o tetra e o fim de uma fila sem CAN que já vem desde o último título em 1982, quando o grande craque da história do país, Abedi Pelé, estava no elenco campeão daquele ano. Agora a responsabilidade para o fim dessa fila é de seus dois filhos: Jordan (Crystal Palace) e Andre Ayew (Fenerbahce), que são peças importantes do 4-4-2 armado pelo técnico Kwesi Appiah. Por outro lado, o jogador do país em melhor momento não é nenhum dos dois, mas sim Thomas Partey (Atlético de Madrid), que desempenha papel importante na proteção da defesa.  Sistema defensivo que nas Eliminatórias teve seus momentos de segurança, capitaneados por um surpreendente Asamoah (Internazionale), em função diferenciada, como zagueiro, diferente da costumeira posição de lateral. Teve bons resultados nas Eliminatórias, porém, resultados preocupantes nos amistosos pré-CAN. Por outro lado, não evitou polêmicas, como a situação do eterno Asamoah Gyan, que se aposentou da seleção após ter sua faixa de capitão retirada, e algumas lesões que dificultaram a formação do time.

TIME-BASE: Ofori; Kasim, Asamoah, Agbenyenu, Yiadom; Boye, Thomas Partey, Atsu, Andre Ayew; Jordan Ayew, Agyepong. T: Kwesi Appiah

TOP: Thomas Partey

FIQUE DE OLHO: Andre Ayew, Jordan Ayew, Christian Atsu.

PALPITE: Candidata a título

 

Thomas Partey é o centro de Gana que busca a conquista da CAF 2019.
Thomas Partey é o centro de Gana que busca a conquista da CAN 2019.

 

GUINÉ-BISSAU – Se caracteriza por ser uma seleção relativamente ofensiva, que cria, com seu 4-4-2, que pode variar para um 4-3-3, armado pelo técnico Baciro Candé, que se faz muitos gols com o trio ofensivo que agora conta com Toni Silva (Al Ittihad/Egito), em uma convocação que conta com inúmeros jogadores de experiência internacional. Tudo em busca da primeira vitória dos Djurtus (cachorros selvagens) em uma competição internacional. Para isso, aposta em outros jogadores como o meia Zezinho (Senica), que teve bons números na temporada jogando no futebol eslovaco. Mas mesmo assim, a maioria do elenco joga no futebol português. A variação do elenco por parte de Candé faz com que seja difícil cravar um time-base para a competição, mas os Djurtus vão para surpreender.

TIME-BASE: (4-4-2): Jonas Mendes; Nanu, Juary Soares, Ba, Mamadu Candé; Pelé, Sori Mané, Toni Silva, Zezinho; Jorge Íntima e Joseph Mendes. T: Baciro Candé

TOP: Zezinho

FIQUE DE OLHO: Toni Silva, Romário Baldé, Joseph Mendes

PALPITE: Primeira fase


FONTES

  • Supersport (África do Sul)
  • ESPN
  • BBC
  • All Africa
  • Kingfut (Egito)
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