Uma nova, mas já conhecida, função: o renascer de Léo Baptistão no Santos
Após um início conturbado e ruim pelo Santos, Léo Baptistão têm mostrado o seu verdadeiro potencial.
Contratado em agosto de 2021 para ser a referência do time, Léo Baptistão sofreu para se adaptar ao futebol brasileiro (já que não jogou profissionalmente no país), à sua equipe, as trocas de comando técnico do clube e principalmente ao que lhe era orientado a fazer em campo.
Chegado ao Santos com toda essa expectativa e a camisa 9, símbolo de artilharia e gols para os torcedores brasileiros, Baptistão não foi utilizado da maneira em que era habituado a jogar em sua carreira na Europa, partindo do centro pra fora, na zona mais conhecida como “meio-espaço”, no time de Fábio Carille foi um centroavante de área, responsável por prender os zagueiros e tentar gerar apoio pro jogo por dentro do Santos, sendo um cara de referência e atuando menos pelas beiradas, e se mostrou pouco produtivo nesse modelo.
Além dessa questão tática, o atacante santista foi empregado a um contexto de jogos consecutivos e de alta minutagem, onde não estava apto, já que havia jogado apenas duas partidas no primeiro semestre de 2021 pela sua equipe anterior, tópico que foi chamado atenção na sua chegada ao Peixe pelo Footure.
A mudança pós-Fabián Bustos
Com a chegada do novo treinador e de um novo modelo de jogo, Léo Baptistão teve suas esperanças e expectativas renovadas, apesar do início do trabalho em que ele sofre com algumas lesões musculares, o atacante santista consegue se provar de fato como um grande jogador, mas não o que a torcida esperou, e sim o qual ele sempre foi. Mas ao que se deve essa transformação? Como ela ocorreu?
Tudo se inicia a partir do modelo de jogo do treinador, onde primordialmente a equipe do Santos têm usado dois meias e dois atacantes (um 4-4-2), no qual o (agora) camisa 92 pode jogar como esse segundo atacante, por trás da referência, gerando apoio por dentro, mas principalmente se associando pelas beiradas e sendo capaz de conduzir a bola com maior liberdade.
Com dois meias mais criativos (essencialmente pelo lado direito com Ângelo) sendo menos posicionais, podendo variar entre os corredores laterais e centrais, e um 9 dentro da área segurando os zagueiros adversários, gerando desequilíbrio na última linha (sendo Marcos Leonardo nas principais situações), Baptistão vê seu jogo fluir de uma maneira onde ele não seja a principal arma ofensiva do time, e sim um elo forte pro coletivo.
E o impacto das boas atuações no campo começam a refletir nos seus números, onde nos seus últimos 10 jogos participou diretamente de 7 gols, tendo 4 tentos marcados e 3 assistências. Se compararmos com seus 13 jogos feitos pré-Bustos, a diferença mostra-se mais abrupta, já que não marcou gols ou deu assistências.
E é isso que Fabián Bustos tem exigido dos seus atacantes, forte jogo coletivo, onde com bola temos organizações claras e já citadas, mas com destaque no momento em que é necessário se defender. A dupla de ataque tem grande importância nas transições e organizações defensivas do Santos, sendo os primeiros a recuperar suas posições e coordenar o bloco.
Enquanto um dos atacantes fecha o passe de retorno (o passe pra trás, ou de onde a bola veio) o outro fecha o passe por dentro, para que o adversário não progrida com bola em zonas mais centrais. E nesse cenário entra a principal característica defensiva de Léo Baptistão: a leitura. Sabendo o momento de pressionar diretamente o seu opositor, ou guardar mais a posição pra fechar uma linha de passe, e além de tudo entregando grande disposição física. Sinônimo de intensidade.
O atacante do Santos têm mostrado a cada jogo que é peça fundamental pro modelo e pro clube. Se não foi o primor individual que um dia a torcida aguardou, é um dos pontos mais altos de um forte coletivo em formação. Talvez o maior “reforço” da Era Bustos no Peixe.
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