O Gerador do caos
Num mundo onde não há modelo de jogo ideal ou estilo que garanta vitórias – além de ser algo extremamente mutável com o tempo -, as transições são peças importantes para se criar oportunidades de gol. No Athletico Paranaense que foi campeão da Copa Sul-Americana os extremas Nikão e Marcelo Cirino como os velocistas da equipe. A retorno de Raphael […]
Num mundo onde não há modelo de jogo ideal ou estilo que garanta vitórias – além de ser algo extremamente mutável com o tempo -, as transições são peças importantes para se criar oportunidades de gol. No Athletico Paranaense que foi campeão da Copa Sul-Americana os extremas Nikão e Marcelo Cirino como os velocistas da equipe. A retorno de Raphael Veiga ao Palmeiras fez Tiago Nunes mexer algumas peças e transformar em titular um atleta que já estava no grupo e que cresceu muito na última temporada: Rony.
O camisa 7 do Furacão é ótimo para gerar caos nas defesas adversários. Como tem sido a principal arma para desmontar sistemas defensivos no momento da transição, é quem recebe os passes de Bruno Guimarães em zonas de perigo ao adversário. Na semifinal da Copa do Brasil, contra o Grêmio, coube a ele criar os dois gols próximo da ponta da área. Ele é, além de tudo, um criador de jogo. Não como um armador, mas de receber em vantagem no um contra um e deixar o centroavante marcar.
Primeiro, vamos analisar os drible de Rony pelo Athletico Paranaense em 2019.A sua média é de 4 dribles certos por partida, em média. Neste atual modelo de Tiago Nunes, Rony gera amplitude pelo lado esquerdo, enquanto no lado oposto essa função coube a Khellven (ainda há chances de Jonathan atuar).
São duas as zonas favoritas de Rony. Quando está na esquerda, posição mais habitual no 1-4-3-3, ele parte para o confronto na ponta da grande área. A ideia é sempre puxar para a perna direita e buscar o cruzamento com a direta. A outra é quando parte pela direita. Sendo assim, ele busca mais a linha de fundo para chegar e rolar para trás. A tendência é seu confronto acontecer com Bruno no lado direito de defesa do Inter.
Após o drible, vem as opções para o jogador: chutar ou passar? Atletas que atuam numa zona de definição, geralmente, dão poucos passes. Não por acaso, a sua média de 23 passes certos por partida.
No caso de Rony, ele tem se destacado pelos key passes¹. Fazendo uma simples comparação entre o mapa acima (dribles) e abaixo (key passes), já é possível entender a sua faixa de atuação.
Aos 24 anos, Rony vive o melhor momento da carreira após ter surgido no Remo, não ter atuado pelo Cruzeiro, ter tido bons jogos emprestado ao Náutico e, por fim, ser vendido ao Albirex Niigata/JAP.
Na equipe do Furacão, é a velocidade que incomoda os adversários e gera o caos a partir dos dribles. Em uma noite inspirada como nas semifinais, Tiago Nunes sabe que contará com outra arma para derrubar os adversários e atordoar as defesas em busca do título da Copa do Brasil 2019.
¹ No literal, “passes chave”. Aquele que deixa o companheiro em condições de finalizar. No InStat, se contabilizam os lances de bola parada como faltas e escanteios.
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