O POLÊMICO QUINTEROS

Por @BolivarSilveira Ame ou deixe-o. É com este sentimento que o povo equatoriano se relacionou com ex-treinador da seleção nacional, Gustavo Quinteros, demitido esta semana do comando da La Tri. Quinteros ficou dois anos à frente do Equador e, após um bom começo, não resistiu à sequência de quatro derrotas. O técnico que atraiu olhares pelos […]

Por @BolivarSilveira

Ame ou deixe-o. É com este sentimento que o povo equatoriano se relacionou com ex-treinador da seleção nacional, Gustavo Quinteros, demitido esta semana do comando da La Tri. Quinteros ficou dois anos à frente do Equador e, após um bom começo, não resistiu à sequência de quatro derrotas. O técnico que atraiu olhares pelos troféus nacionais conquistados coleciona amores e ódios por onde passa. Controverso, mas, acima do personagem, um técnico cujas equipes montadas têm uma forma marcante de jogar.

Gustavo Quinteros, argentino de nascimento, naturalizou-se boliviano após uma longa passagem como jogador pelo futebol do país, onde atuou por The Strongest e San José. Em terras bolivianas o treinador amadureceu e alcançou resultados expressivos na carreira. Conquistou quatro campeonatos nacionais por três equipes diferentes em seis anos, feito inédito que o levou a comandar a Bolívia. Pela seleção nacional os resultados foram pífios e o desempenho pior ainda, acarretando numa demissão com menos de dois anos de trabalho e grande insatisfação dos aficionados.

Em 2013, após o fracasso comandando sua seleção, Quinteros desembarcou no Equador para treinar o Emelec, clube que permaneceu até meados de 2015. Pelos elétricos o treinador foi bicampeão equatoriano, conquista que há mais de 10 anos seus torcedores esperavam. Os resultados vieram acompanhados de um ótimo desempenho. Quase sempre utilizando um 4-2-3-1 ou 4-4-2, o Emelec contava com Gaibor e Quiñonez para ditar o ritmo e encontrar os pontas livres; função que desempenhavam com excelência com seus lançamentos em profundidade característicos. Na linha de três, Bolaños, Angel Mena e Caicedo davam a intensidade e qualidade fantásticas, que se completava com Denis Stracqualursi como homem de referência para jogadas altas ou pivô. Defensivamente, Alchiller era o xerife de uma zaga nem tanto segura. Tradicionalmente, Quinteros utilizava uma marcação individual e alta, que em alguns momentos falhava, mas contava com o ímpeto físico do bom Alchiller. Seu Emelec tornou-se sinônimo de ofensividade no país. Um time que marcava alto, queria a bola no campo do rival e tinha seus jovens talentos com sede de gol.

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O futebol apresentado pelo Emelec era tão vistoso e de bons resultados que a Federação Equatoriano resolveu contratar o treinador. Uma mudança drástica na filosofia de futebol que levou o Equador às oitavas de uma Copa do Mundo com um modelo marcado pelo contra-ataque e jogo físico. Logicamente Quinteros trouxe uma renovação à Seleção, que há muitos anos tinha um DNA próprio. Isso incomodou grande parte da imprensa local, que pediu sua demissão nos primeiros resultados negativos.

Como espinha dorsal do time, o treinador elegeu seus antigos comandados de Emelec. Decisão muito criticada pela imprensa local. O futebol apresentado também mudou: saiu o contra-ataque e a defesa por zona e chegou a marcação pressão, o jogo por dentro e a saída rápida dos pontas, que atuavam com pé contrário para buscar o gol ou com objetivo de chegar ao fundo e cruzar.  Em 2016, após um ano a frente do selecionado, alcançou as quartas de finais da Copa América, sendo desclassificado pelos anfitriões Estados Unidos. Foi a terceira melhor campanha da história do selecionado no torneio que não passava da primeira fase desde a edição de 1997.

O começo das Eliminatórias marcou o auge do futebol da seleção nacional, com quatro vitórias seguidas, sendo duas dessas contra Argentina e Uruguai, alçando o Equador como líder inquestionável da competição.  Com intensidade e vitória pessoal, Bolaños, Arroyo e Toño Valencia cumpriam muito bem os seus papeis para a transição do time. Noboa, Quiñones  e Montero conseguiam dar fluidez e destruir as jogadas rivais rapidamente. Caicedo e Angel Mena eram as opções dentro da área, tanto como pivô como para jogadas de infiltração. Infelizmente para os equatorianos, no decorrer do campeonato, o treinador perdeu alguns destes jogadores por lesão e foi caindo na tabela vertiginosamente. A queda culminou com a demissão do comandante, contestado principalmente por sua maneira individual de defender. Segundo o diagnóstico da imprensa equatoriana, isso explica os 24 gols sofridos em 16 jogos.

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Visto por muitos como um treinador em franca ascensão na carreira e com boas ideias de futebol, Gustavo Quinteros ainda é um profissional em construção. Um treinador de posições firmes, um jogo marcante e ofensivo. Está livre no mercado, e nós o monitoraremos de perto.

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