Como Palmeiras e Flamengo chegam para a Supercopa do Brasil?
Palmeiras e Flamengo, os dois principais times do continente nos últimos anos se enfrentam em mais uma final enquanto buscam se reencontrar após mudanças.
Palmeiras e Flamengo se enfrentam nesta sábado (28), às 16h30, no estádio Mané Garrincha, em Brasília, pela Supercopa do Brasil. Seja pela perda de jogadores importantes ou por troca de treinador, as equipes chegam modificadas para a decisão.
Como chega o Palmeiras
No lado do Palmeiras, as saídas de Danilo e Scarpa para o Nottingham Forest alteraram algumas dinâmicas da equipe. Sem seu melhor volante, Abel Ferreira alterou a saída de bola do Verdão, que segue sendo feita por três defensores alinhados, porém agora conta com os dois volantes e não mais um só. A ideia é ter mais gente envolvida de nesta etapa da construção para compensar a perda do poder de passe de Danilo.
No ataque, saiu Scarpa, um jogador que gosta de articular as jogadas e flutuar na intermediária, para entrar Endrick. Com a mudança, Rony voltou a jogar como um ponta e o Palmeiras ainda não conseguiu ter fluidez nas movimentações ofensivas. Apesar do grande potencial, a mudança de características foi brusca no ataque palmeirense.
Em primeiro lugar, Rony é um jogador que sempre busca o fundo, realizando corridas em profundidade, empurrando a defesa para trás e arrastando zagueiros consigo. Já Endrick prefere esperar a bola no pé, na altura da meia-lua, para virar de frente para o gol. Pelas ponta, o atual camisa 10 do Verdão segue jogando no limite do impedimento para receber nas costas dos zagueiros, mas tem jogado mais longe do gol, onde o poder de articulação de Scarpa faz falta.
Como chega o Flamengo
Já no Flamengo a chegada de Vítor Pereira alterou a estrutura da equipe. Agora, o rubro-negro atua em uma estrutura similar a de Jorge Jesus em 2019, no 4-1-3-2. Thiago Maia é o volante e faz a saída em três no meio dos zagueiros. Gerson é o 2° homem de meio e se aproxima do quarteto ofensivo, que conta com Arrascaeta saindo da esquerda e Everton Ribeiro da direita para aglutinar jogadores por dentro. O corredor fica completamente à disposição dos laterais.
A construção da equipe tem sido rápida e vertical. Após alguns passes preparatórios na defesa, os flancos são acionados, os meias se aproximam da bola e tentam encontrar os laterais ou atacantes entrando em profundidade nas costas dos laterais adversários. Ainda falta a velocidade nesse trabalho de bola e uma maior coordenação nos movimentos para que mais espaços sejam criados.
Na parte defensiva, a prioridade é marcar alto e sobrecarregar o lado da bola encaixotando o adversário. Gerson é fundamental nisso, cobrindo possíveis falhas do quarteto ofensivo. A intenção de Vítor Pereira é evitar que o time passe muito tempo defendendo, por não ter características de recomposição. Vale lembrar que, se a estrutura de equipe é similar a de Jorge Jesus, os jogadores estão quase quatro anos mais velhos e Thiago Maia não tem a mesma imposição física de Willian Arão.
Os caminhos para a vitória
Dessa forma, podemos concluir que os pontos fracos das equipes estão relacionados ao início de temporada. O Palmeiras ainda precisa reencontrar sua forma de criar jogadas e, por isso, pode estar sofrer com a marcação alta do Flamengo. Além disso, por não estar no auge físico, a marcação alviverde pode sofrer para acompanhar as aproximações e os passes curtos do rival.
Por sua vez, o Flamengo ainda não pressiona o adversário com tanta força no campo de ataque. Ademais, espeta seus laterais em fase ofensivo, podendo oferecer espaços para Dudu e Rony. A recomposição de Arrascaeta e Everton Ribeiro pelos flancos também pode ser um problema. Ou seja, também são questões de ordem física.
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