As novas caras do São Paulo para 2023
Após uma temporada de altos e baixos, o Tricolor vai ao mercado buscando ter um destino diferente em 2023.
Após o vice-campeonato da Copa Sul-Americana, o São Paulo anunciou algumas contratações visando ter mais sucesso na atual temporada. Comparado a última onde o Tricolor teve dois vices e não conseguiu se classificar para a Copa Libertadores da América. Mantendo Rogério Ceni no comando técnico, a equipe deverá repetir alguns padrões da temporada passada, contudo saídas importantes aconteceram. Patrick, Léo e Reinaldo deixaram os paulistas, e mesmo não tendo a unanimidade da torcida, são três jogadores que eram presentes na equipe titular com frequência. Com isso, o plantel teve chegadas importantes para tentar elevar o nível do elenco.
A chegada de Alan Franco contrasta bem com a saída de Léo para o Vasco da Gama. Tal qual o ex-defensor do Tricolor, Franco é um zagueiro de boa qualidade com a bola. Arriscando bastante na construção, buscando passes que colocam seus companheiros em boas condições. Seu jogo aéreo é bom, vencendo sobretudo duelos em lances de jogo direto. E tem boa leitura e postura defendendo em campo aberto. Contudo, próximo ao gol, o argentino se mostra afobado em algumas situações, errando a leitura de algumas jogadas.
Para jogar a frente da área, chegou Jhegson Mendez. Após ter grandes atuações na Copa do Mundo, o equatoriano desembarcou no Brasil com status de titular. Mendez mostrou na Copa boa qualidade pressionando no campo do adversário. O jogador servia como ponto de retorno para reorganizar os ataques de La Tri. O volante tem boa assertividade nas bolas longas, achando inversões de qualidade. Também consegue trabalhar de forma curta, porém, não é um atleta tão móvel para ir progredindo. Na seleção, Jhegson recuava e participava ativamente na saída de bola, se colocando entre os zagueiros. Um ponto a se ficar atento, são as faltas. O jogador se coloca em situação de muito risco no combate durante as partidas. Seu jogo com a perna não dominante também não é bom.
Wellington Rato chegou ao Tricolor após uma dura batalha contra o Fortaleza pela contratação do atleta. E o rendimento do meia atacante ajuda a entender esse duelo. Rato é um atleta bastante dinâmico, que busca se movimentar por todo o campo ofensivo. Tendo uma boa leitura nos seus movimentos, explorando bem situações entre as linhas dos adversários ou recebendo mais livre aberto. Também tendo boa capacidade para entrar na área no costado dos defensores.
Mostra-se bem em cenários de transição, podendo correr com a bola, ou usar sua capacidade física em alguns movimentos de ruptura. Com a posse da bola, o meia tem boas ações com a bola, facilitando bastante a circulação da bola no campo ofensivo. Seu controle de bola com o pé não dominante (o direito), não é bom, tendo preferência com a perna esquerda.
Primeira contratação oficializada na temporada, o extremo Pedrinho chega inicialmente para compor elenco. O atacante destro tem dificuldade em trabalhar com seu pé esquerdo. O que influencia seus dribles, que normalmente são para o centro, cortando para o pé dominante. Pedrinho busca conduzir a bola próxima ao corpo e sente-se mais confortável em situações que tem campo para correr, destacando-se por ter uma boa aceleração.
Consegue ajudar na rotação de bola, mas não é um especialista em passe. Também não gera um grande volume ofensivo. Defensivamente, o extremo se mostra bastante aplicado – mesmo tendo alguns erros de leitura. O atleta tem problemas disputando duelos mais físicos.
Marcos Paulo é um caso interessante a se falar. No Mirandés, atuava bastante aberto pela esquerda. Quase sempre recebendo a bola próximo à linha lateral. Contudo, o ex-Fluminense apresentava um baixo índice de vitórias em lances de 1×1. Tendo mais destaque encontrando passes para a frente, acionando jogadores em ultrapassagem ou em zonas entrelinha.
Com isto, nota-se que o ideal talvez seja testá-lo em zona mais central do campo, com um meia atacante ou segundo atacante. Marcos também possui um bom perfil físico, tendo boa altura, pernas ideais para correr longas distâncias. Contudo, por vezes o atleta se mostra desconcentrado durante os jogos, com uma postura muito relaxada e demorando a reagir em determinados momentos.
Para além dos homens de linha, chegou o goleiro Rafael, que estava no Atlético Mineiro. Será interessante observar o uso de Rogério Ceni com o arqueiro, pois o atleta se caracteriza por não ter um bom jogo com os pés, o que foi um dos motivos de sua perda rápida de espaço no Galo. Com Ceni dando peso nas saída a seus goleiros, ver as adaptações com Rafael é um dos principais pontos do São Paulo.
Ainda sobre o funcionamento coletivo, caso opte por atuar com três defensores novamente, Rogério pode dar mais responsabilidades a Franco com a bola, o que seria favorável a seu jogo. Assim como Rato pode se beneficiar caso o treinador opte por atuar com uma dupla no ataque. Situações e contextos que podem facilitar e guiar o Tricolor do Morumbi em uma temporada que começa sob forte atenção de sua torcida.
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