6 destaques da fase de grupos da Euro sub-19
Chegamos às semifinais e houveram muitos destaques coletivos e individuais. Depois de dois anos sem acontecer, a competição voltou e nos presenteou com ótimos talentos da geração 2003/2004.
A fase de grupos da Euro sub-19, iniciada na última semana, chegou ao fim nesse sábado (25). França, Itália, Inglaterra e Israel disputarão as semifinais a partir do dia 28, e garantiram vaga na próxima Copa do Mundo sub-20, que acontecerá na Indonésia no primeiro semestre de 2023. A quinta e última vaga a ser preenchida por seleções europeias será decidida entre Áustria e Eslováquia, terceiros colocados de cada grupo.
Foram 40 gols, grandes duelos e muitos destaques que abrilhantaram a tão esperada competição que teve o cancelamento decretado nos dois anos anteriores por conta da pandemia de COVID-19. Nas qualificatórias, algumas seleções que já faturaram o título do torneio ficaram pelo caminho, como Alemanha, Espanha, Portugal e Ucrânia. Mesmo com as ausências, pudemos notar um bom nível técnico e jogadores desempenhando bem seus papéis.
Separei alguns destaques que desequilibraram nos três jogos com gols, participações decisivas e muita qualidade técnica. Nomes que chamaram a atenção e terão caminhos duradouros em suas respectivas seleções:
O trio ofensivo francês, envolvido em 72% dos gols da equipe
Alan Virginius (Sochaux), Ange-Yoan Bonny (Parma) e Loum Tchaouna (Rennes), todos nascidos em 2003, formaram o trio mais letal da fase de grupos e somaram oito gols e cinco assistências. Foram essenciais para uma França poderosa no terço final e com vasto repertório de jogadas que em sua maioria se iniciaram pelos lados. Com um jogo associativo que contribuiu bastante para que a bola chegasse com qualidade principalmente nos pés dos extremos (Virginius e Tchaouna), atraiam marcação para gerar espaços por dentro e facilitar a entrada dos meias na área. Assim, o centroavante Bonny se movimentava com certa liberdade para definir. Outro ponto positivo da equipe é a consistência defensiva e maturidade para manter a primeira linha organizada — foram apenas dois gols sofridos. Certamente chegarão fortes para a semi e terão uma base interessante não só para o Mundial, mas também para os Jogos Olímpicos em 2024.
Carney Chukwuemeka e a enorme capacidade em ser onipresente
O que já se via no Aston Villa e em outras ocasiões pelas seleções de base da Inglaterra, vem se confirmando e gerando uma enorme expectativa. O talentoso volante de bom passe, físico e eficiência no apoio é um dos pilares da seleção inglesa que fez uma boa e convincente campanha na primeira fase. Chukwuemeka (2003) dita o ritmo e demonstra grande capacidade construtiva. Joga de cabeça erguida, rompe blocos e pisa na área com frequência. É daqueles jogadores que desequilibram com facilidade. Ao lado de Tim Iroegbunam (2003), companheiro também de clube, demonstrou qualidade para proteger a defesa e contribuir no controle da posse principalmente quando o jogo se concentra pelo meio. Foram dois gols e duas assistências.
Oscar Gloch (2004), um talento geracional em Israel
O camisa 10 da seleção israelense teve grande destaque nesta fase da Euro pela técnica refinada, a grande capacidade para conduzir e dar passes com alto grau de dificuldade pegando as defesas desorganizadas. Não é um jogador de muita intensidade e bom porte físico, mas com a bola nos pés teve boas soluções para gerar oportunidades de gol. Foi um dos principais nomes na boa campanha da seleção que se classificou para a semifinal e de quebra garantiu a inédita vaga para o Mundial. O empate (2×2) diante da Sérvia e a vitória (4×2) sobre a Áustria foram essenciais.
A resiliência da anfitriã Eslováquia
O início não foi nada positivo para os donos da casa, que sofreram uma goleada avassaladora para a favorita França (5×0) logo na estreia. Claro que as expectativas não eram altas, mas o fato de terem o apoio da torcida e estarem jogando em seu território traria um pouco de esperança. Em um grupo com França e Itália superiores em todos os quesitos, que foi confirmado em campo com derrota para ambas as seleções, brigar por uma vaga no Mundial através da disputa entre os terceiros colocados seria abraçar a realidade — e foi o que fizeram.
Chegaram na última rodada zerados, assim como a Romênia, e duelaram visando o play-off. Foi um jogo complicado entre duas equipes que pouco souberam gerar perigo e aproveitar as chances que foram criadas. Tudo se encaminhava para um 0x0 que seria o pior dos cenários para a Eslováquia, que ficaria com a lanterna do grupo e daria à Romênia a chance de lutar por uma vaga no Mundial. Até que, nos acréscimos, Adam Griger (2004) colocou os donos da casa em vantagem aproveitando rebote no escanteio. Agora, enfrentam a Áustria e quem vencer estará na Indonésia no ano que vem. Independente do resultado, ficou a lição para a equipe e quais caminhos percorrer a médio/longo prazo. Há o que tirar de positivo.
O promissor conjunto italiano
Mesmo terminando a fase de grupos sendo goleados pela França, os italianos vêm mostrando há um certo tempo sua força coletiva que passa muito pelos bons nomes e suas trajetórias nas respectivas equipes. A maioria, assim como na França, já provou que nas camadas jovens não há mais o que entregar. O salto na carreira é mais que necessário. Diego Coppola (zagueiro, 2003 – Hellas Verona), Fabio Miretti (meia, 2003 – Juventus), Filippo Terracciano (volante, 2003 – Hellas Verona), Riccardo Stivanello (zagueiro, 2004 – Bologna) e Tommaso Baldanzi (meia, 2003 – Empoli) já figuraram em suas equipes principais na temporada que se encerrou em maio, e certamente terão ainda mais tempo de jogo na próxima. Além, claro, dos que ainda não chegaram a entrar em campo. Dois dos destaques da Azzurra estão mostrando que serão nomes certos não apenas nas seleções de cima, mas também nas suas equipes: Cesare Casadei, meia da Inter, e Giuseppe Ambrosino, atacante do Napoli. O segundo, mesmo com o clube utilizando pouco seus talentos, tem potencial e não será daqueles jogadores com destaque somente nas categorias de base. Olho na Itália. Seguirá incomodando e evoluindo.
A esperança de dias ainda melhores na seleção austríaca
Yusuf Demir (2003) é um dos bons nomes da geração no futebol europeu. Com bom controle de bola e técnica acima da média em comparação a seus companheiros de seleção, cria jogadas com muita facilidade. Avança com a bola colada no pé e gera muito perigo, além de aliar bem o drible e rapidez para tomar decisões. Sua passagem no Barcelona não foi como sonhava, entretanto o prestígio na seleção segue intacto. Com um gol e uma assistência, foi sempre participativo e fundamental para manter vivo o sonho da participação no Mundial sub-20. A última rodada foi determinante para o futuro da geração, que terão a chance de mudar o cenário atual com desempenhos convincentes – vitória por 3×2 sobre a Sérvia, com gols da dupla de zaga Leopold Querfeld (2x) e Lukas Wallner.
Os confrontos da semifinal estão definidos e acontecerão na terça-feira (28)
Inglaterra x Itália, 12h
França x Israel, 15h
Playoff por uma vaga no Mundial sub-20 acontecerá no mesmo dia
Eslováquia x Áustria, 12h
Comente!