A filosofia de jogo do técnico Marquinhos Santos
Sem clube após deixar o Ceará em 2022, o treinador Marquinhos Santos concedeu uma entrevista ao Footure, explicando mais sobre seu modelo de jogo.
Obtendo destaque recente ao levar o América Mineiro para a Copa Libertadores da América pela primeira vez em sua história, o treinador Marquinhos Santos concedeu uma entrevista ao Footure abordando seus métodos de trabalho. Adepto ao jogo de posição, Marquinhos falou sobre o modelo em si, formas de pressionar e saída de jogo, além do trabalho no dia-a-dia para dar confiança aos atletas.
Em 2021, o comandante conseguiu realizar duas boas campanhas durante a Série A, com Juventude e América Mineiro, algo bem raro devido as condições da competição. Ao abordar sobre como conseguiu sucesso em dois cenários bastante distintos, seja em expectativa ou na característica dos elencos, o treinador atribui principalmente ao entendimento dos atletas do modelo pré determinado. A lém disso, Marquinhos comenta que o uso de ferramentas de análise de desempenho e de aplicativos de mensagens para “bombardear” os jogadores com informações também ajudou.
Focando um pouco mais no trabalho no coelho, Marquinhos aproveitou para discorrer sobre a importância do volante Lucas Kal no momento em que a equipe pressionava, direcionando seus companheiros no momento da marcação pós perda da posse. “No desenho tático do 4-1-4-1, na pressão pós perda que nós executavamos, o Lucas Kal era nossa referência, ele tinha o comando da Ordem de pressão”, comenta o treinador. E Marquinhos aproveita para comentar que usou outros meio campistas nessa função, como João Paulo e Dawhan no Juventude.
Contudo, essa função de direcionar a pressão não é exclusiva dos volantes, o técnico aproveitou para relembrar um momento em sua passagem pelo América em que o responsável nessas situações era o centroavante W. Paulista. “Assim que ele determinava que ele induziu o adversário para o lado mais frágil, ele já dava o comando de voz, ou até mesmo corporal, no qual ele direcionava o corpo para onde os atletas deveriam fazer a pressão”. Porém, o centroavante não tinha como única função a marcação, pelo contrário, o homem mais avançado acaba por ter uma importância grande na construção de jogadas no modelo do treinador e Marquinhos abordou isso.
A ideia do treinador consiste em fazer seus atacantes flutuarem mais, jogando mais em zonas entrelinhas e abrindo espaço para os extremos ou meias entrando na área. “Eu gosto desse camisa 9 que tem uma leitura tática para jogar na entrelinhas, que tenha uma qualidade técnica de preparar jogada, mas que abra espaços para que os extremas possam fazer o trabalho da diagonal”.
Marquinhos relata que gosta normalmente de usar uma saída com 3 na segunda fase de construção: “eu gosto muito (de usar) em especial na segunda fase (de construção). Onde eu pego as equipes com o bloco médio-baixo, um pouco mais compactas, e eu consigo colocar mais atletas no entrelinhas. E ai entra a movimentação, pré determinada dos laterais, dos médios e até mesmo dos centroavantes, que acabam preenchendo esse espaço e acabam construindo muitas vezes com um quadrado ou um losango no meio”.
E falando um pouco sobre o jogo de posição em si, Marquinhos fala que não é um modelo que tira a criatividade dos atletas, pelo contrário, na sua visão ajuda-os a desenvolverem argumentos táticos para desenvolver as situações do jogo. “Eu tenho relatos de atletas experientes e não tão experientes que chegaram depois de um certo executando esse jogo de posição e relataram que tiveram uma evolução tática que não tinham até então observado pelas equipes que passaram”.
A entrevista completa você confere abaixo:
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