A final do zagueiro, lateral e meio-campista John Stones
O zagueiro inglês completou uma grande atuação na conquista da primeira Champions League do Manchester City
O Manchester City venceu a sua primeira Champions League da história ao derrotar a Inter de Milão por 1 a 0, contemplando assim sua temporada com a conquista da Tríplice – igualando o feito do Manchester United de 1999.
Partindo do princípio pragmático do Real Madrid de que “las finales no se juegan, las finales se ganan”, os citizens não foram superiores em boa parte da decisão, não encantaram por toda tensão envolvida e fizeram o suficiente para garantir a Orelhuda. A mudança da estrutura ofensiva para esse jogo colaborou para uma atuação mais travada, mas esse movimento arriscado de Pep Guardiola também fez John Stones aparecer como o melhor jogador do City na final.
Para entender a atuação do camisa 5 sky blue, antes é necessário compreender a organização ofensiva da equipe inglesa e o contexto tático da partida considerando também o trabalho defensivo realizado pela Inter. Guardiola partiu para o jogo utilizando um 3-1-5-1 (3-1-3-3), formando uma espécie de losango no meio de campo onde começou com Rodri na base da jogada, Kevin De Bruyne e Stones como meias e Gündogan na entrelinha.
Colocando mais jogador nas costas de Marcelo Brozovic, a estrutura 1+3 no centro do campo visou criar vantagens sobre o exercício de pressão nerazzurri . Isso porque a Inter usou encaixes e perseguições individuais longas a partir dos duelos de Dumfries e Dimarco contra contra Grealish e Bernardo; Barella sobre Aké; Brozovic sobre Rodri; os zagueiros exteriores, Darmian e Bastoni, em De Bruyne e Stones; e Çalhanoğlu sobre o jogador na entrelinha (inicialmente Gündogan e mais tarde Foden).
O caso é que Bastoni precisou medir sua agressividade em pressão na comparação com seus companheiros em relação aos seus pares por conta da presença de Haaland, que também fixava Acerbi por dentro. Com isso, John Stones era frequentemente o homem livre que o próprio Manchester City demorou a identificar no primeiro tempo da decisão.
Stones terminou a partida com 33 de 37 passes completados (89% de acerto). Foi chave recebendo no ponto cego do trio de meio-campistas da Inter e tomando boas decisões em campo. Ofereceu bons apoios para companheiros, ganhou metros conduzindo, girou sobre marcadores e gerou desequilíbrios até mesmo com o fintas. Quando o City ainda estava tenso e em seu pior momento no duelo, ele foi um desafogo importante produzindo também jogadas de efeito e deixou o jogo com 7 de 7 dribles realizados, três a mais do que qualquer outro jogador da final.
O gol do título do Man City, marcado por Rodri, não contou participação direta de John Stones. O 1 a 0 nasceu de outra jogada em que os citizens exploraram o meio-espaço, como fizeram ao longo da temporada inteira. No entanto, 2022/23 foi de afirmação para Stones como um “produto de Guardiola” no sentido de ser utilizado como meio-campista em fases com a bola e ter entregado o que o sistema pedia. Seja como zagueiro, lateral-direito ou volante, ele apareceu quando o City mais precisou.
Comente!