Campeão da Copa do Rei, Barcelona domina o Athletic e busca o doblete

Depois de um jogo quase único entre defesa e ataque, o Barcelona se coroou campeão da Copa do Rei e garantiu sua primeira taça na temporada 2020/21. Como os estudos e análises de Koeman vêm dando resultado e o que foi necessário para isso?

Enquanto o Athletic realizou poucas ações no campo de ataque, os primeiros 45 minutos da final foram por completo do Barcelona. Apesar de tantas chances criadas, o time blaugrana finalizou poucas vezes no gol e os zagueiros bascos, além de Unai Simón, conseguiram defender a área na medida do possível.

Marcelino tinha uma ideia simples e objetiva: se defender e jogar por uma bola. O problema é que tudo isso era muito arriscado. Diferentemente da final da Supercopa da Espanha, as entrelinhas eram dominadas por Pedri e Messi, enquanto Jordi Alba avançava pela lateral e De Jong ignorava as linhas de marcação. O sistema com três zagueiros, querendo ou não, mudou o conceito se compararmos os dois jogos.

Durante toda a partida, o Barcelona criou chances atrás de chances com base em três jogadas oportunas –– ações de Busquets desde a base da construção, os alas Alba e Dest avançando até a linha de fundo, infiltrações de De Jong e Messi sendo Messi. Ainda que o argentino seja o melhor do mundo, o diferencial passou pelo holandês. Participando diretamente de três dos quatro gols marcados, Frenkie basicamente ditou o ritmo que sua equipe precisava para chegar cara a cara com Simón.

Os melhores ataques partem das excelentes decisões que De Jong tem no último terço, e ter Busquets na base facilita ainda mais. O retorno de Pique é de extrema importância, pois ter um zagueiro que seja excelente nessa função da mais liberdade para De Jong e faz com que Busquets não precise recuar tanto e perca campo – como foi no El Clásico, por exemplo.

O crescimento de De Jong com Koeman vem sendo um dos principais motivos para o Barcelona seguir na busca por grandes resultados.

Por outro lado, o Athletic pouco transitou em contra-ataques, Iñaki Williams não teve uma bola para partir em velocidade e praticamente não participou do jogo. O mesmo erro da final contra a Real acontece. Ao subir as linhas, Marcelino expõe ainda mais o que já estava fácil para o adversário. A saída de Muniain também implica nisso, já que é o melhor do time e por aquele lado tem Dest que ainda é frágil nos combates mais físicos.

Pensando em toda a reformulação necessária, Koeman precisou abrir mão de muitas coisas. A saída de Suárez, apesar dos equilíbrios físicos, era sentida por conta da naturalidade em que o Barcelona sempre jogou alinhado à profundidade. O uruguaio era um apoio para as ações de Messi, mas tudo isso muda quando o sistema com três zagueiros é escolhido por Koeman.

Jordi Alba quase como um ponta, além de De Jong pisando na grande área com mais frequência e Griezmann consequentemente com mais liberdade. Assim, a falta de um centroavante de ofício é menos sentida e os aspectos físicos também – ao perder a bola, é tudo bem encaixado para superar esse último problema, enquanto os três zagueiros apoiam a transição defensiva junto com Busquets e os alas que retornam vez ou outra quando necessário.

A posse de bola nem sempre ilustra superioridade durante 90 minutos, mas nesse caso o contexto é plenamente a favor do Barcelona. A partir dos dois primeiros gols, Marcelino deixou o bloco baixo de lado e seus jogadores pressionavam lá em cima. Nos poucos momentos que não a teve, os culés também se movimentavam para recuperar e finalizar logo em seguida – foram sete chutes no segundo tempo, todos na direção de Unai Simón e quatro gols.

O atributo alt desta imagem está vazio. O nome do arquivo é 1d837cae-fda4-42c4-ac70-02a75f195cce
A equipe cresceu coletivamente e desde março vem fazendo ótimas partidas.

Em busca do título da La Liga, as ideias de Koeman acrescentaram bastante no que se diz respeito à necessidade atual do contexto que o Barcelona está inserido. Sair com dois títulos de uma temporada como essa seria mais do que admirável, já que, por mais que não seja por completo, uma reformulação vem acontecendo.

O futuro é bastante promissor, e no curto prazo vem conseguindo competir mesmo com um time fisicamente abaixo dos adversários do mesmo escalão. O ‘fico’ de Messi pode ser a cartada final para algumas decisões, porém, na atual temporada, a equipe segue acima do esperado, ainda mais depois de tomar uma goleada preocupante na última Champions e pela eliminação recente para o PSG.

Compartilhe

Comente!

Tem algo a dizer?

Últimas Postagens

A prospecção do Grêmio ao mercado Sul-Americano

A prospecção do Grêmio ao mercado Sul-Americano

Lucas Goulart
Cinco jogadores que se destacaram na Copa América

Cinco jogadores que se destacaram na Copa América

André Andrade
As influências dos campos reduzidos na Copa América

As influências dos campos reduzidos na Copa América

Douglas Batista
FIQUE DE OLHO: Jogadores Sub-23 que podem se destacar na Copa América 2024
André Andrade

FIQUE DE OLHO: Jogadores Sub-23 que podem se destacar na Copa América 2024

A EVOLUÇÃO DE GABRIEL SARA NA INGLATERRA

A EVOLUÇÃO DE GABRIEL SARA NA INGLATERRA

Douglas Batista
EURO 2024 | COMO CHEGA PORTUGAL

EURO 2024 | COMO CHEGA PORTUGAL

Gabriel Mota
EURO 2024 | COMO CHEGA A BÉLGICA

EURO 2024 | COMO CHEGA A BÉLGICA

Vinícius Dutra
EURO 2024 | COMO CHEGA A FRANÇA

EURO 2024 | COMO CHEGA A FRANÇA

Gabriel Mota
EURO 2024 | COMO CHEGA A HOLANDA

EURO 2024 | COMO CHEGA A HOLANDA

Lucas Goulart
EURO 2024 | COMO CHEGA A INGLATERRA

EURO 2024 | COMO CHEGA A INGLATERRA

Vinícius Dutra
EURO 2024 | COMO CHEGA A ITÁLIA

EURO 2024 | COMO CHEGA A ITÁLIA

Lucas Goulart
EURO 2024 | COMO CHEGA A ESPANHA

EURO 2024 | COMO CHEGA A ESPANHA

Vinícius Dutra
EURO 2024 | COMO CHEGA A ALEMANHA

EURO 2024 | COMO CHEGA A ALEMANHA

Lucas Goulart
O crescimento de Andrey Santos no Strasbourg

O crescimento de Andrey Santos no Strasbourg

Douglas Batista
Os treinadores de bolas paradas no futebol e a importância de Nicolas Jover no Arsenal

Os treinadores de bolas paradas no futebol e a importância de Nicolas Jover no Arsenal

André Andrade