CONTROLE E PROFUNDIDADE, COMO O GRÊMIO VENCEU O CRUZEIRO
Por @RodrigoCout O Grêmio estreou com vitória no Campeonato Brasileiro 2018. Mesmo com um homem a menos nos últimos 15 minutos, controlou o Cruzeiro em pleno Mineirão e bateu a equipe da casa por 1×0, gol do estreante André. O centroavante teve papel fundamental na vitória não só pelo gol, mas também por ter […]
Por @RodrigoCout
O Grêmio estreou com vitória no Campeonato Brasileiro 2018. Mesmo com um homem a menos nos últimos 15 minutos, controlou o Cruzeiro em pleno Mineirão e bateu a equipe da casa por 1×0, gol do estreante André. O centroavante teve papel fundamental na vitória não só pelo gol, mas também por ter ficado mais fixo entre os zagueiros na segunda etapa e ajudado a resolver dois problemas que impediam o Tricolor de ser mais efetivo. Everton foi outro destaque individual. Pelo lado cruzeirense, muita decepção! A equipe não conseguiu impor o seu estilo e sofreu.
O Cruzeiro entrou em campo com a mesma escalação da final do Campeonato Mineiro, quando bateu o Atlético. Mano Menezes escalou Arrascaeta como titular partindo do lado esquerdo. Robinho fazendo o mesmo pela direita e Thiago Neves na faixa central com Rafael Sobis novamente na referência. Já o Grêmio não teve Luan e Pedro Geromel. Cícero e Paulo Miranda foram os escolhidos para jogar. Jael foi poupado, começou no banco, e André estreou como titular.
Pra quem gosta de uma partida com muitas chances criadas e ataques perigosos, o 1º tempo foi desinteressante. Podemos sintetizá-lo da seguinte forma: o Grêmio com a posse (63% nos primeiros 45’) na intermediária cruzeirense com muita aproximação pela faixa central e dificuldade para penetrar na área. O Cruzeiro se fechando e bloqueando a entrada em seu terço defensivo de forma perfeita. Dedé e Ariel Cabral muito bem nesta fase. Pelo lado do Grêmio, Everton era o único que conseguia ser mais agudo. Não faltava controle ao Imortal, mas em compensação não conseguia ser contundente. Finalizou só uma vez na primeira etapa.
André saía bastante da área para trabalhar na intermediária. Everton e Ramiro variavam para o centro e deixavam os flancos para Cortez e Léo Moura. Arthur, Maicon e Cícero ditavam o ritmo das jogadas, mas tiveram muita dificuldade em verticalizar o passe. O time celeste se precipitava demais com a bola. Tinha uma saída sem aproximação e rifou a pelota muitas vezes. Quando conseguia se estabelecer no campo de ataque após ganhar uma segunda bola, conseguia ser mais perigoso que o Grêmio por algumas falhas de posicionamento do tricolor, fruto de perseguições individuais mais longas que o aconselhável.
A equipe de Mano Menezes melhorou um pouco após a troca entre Robinho e Rafael Sobis. O time perdeu profundidade, mas conseguia iludir mais os encaixes gremistas a partir da movimentação do quarteto ofensivo. Não suficiente, porém, para conseguir criar uma chance clara. No intervalo, o técnico do time de Belo Horizonte sacou Sobis e colocou Sassá. Robinho voltou então ao lado direito. Na equipe de Porto Alegre a mudança foi no comportamento de André, mais fixo na área.
Tendo aquilo que faltou no primeiro tempo, o Grêmio não demorou a abrir o placar. Aos nove minutos, Ramiro e Léo Moura fizeram grande jogada pela direita e o cruzamento encontrou Everton dentro da área. A finalização do camisa 11 encontrou André muito bem posicionado para marcar. O Cruzeiro respondeu um minuto depois com uma boa finalização de Thiago Neves defendida por Marcelo Grohe. Renato Gaucho então resolveu reforçar a marcação do meio-campo com a entrada de Jailson no lugar de Maicon.
No encaixes gremistas, Jailson passou a acompanhar Thiago Neves e tentar anular o homem mais perigoso do Cruzeiro. Com mais espaços para contra-atacar, o Tricolor teve boa chance com Everton aos 16’. Driblou a marcação de Dedé e obrigou Fábio a fazer grande defesa. A fixação de André mais dentro da área, além de resolver o problema de profundidade do time, ajudou a afastar as linhas de meio e de defesa do Cruzeiro, possibilitando mais espaço para trabalhar a bola na intermediária.
Vendo a sua equipe com dificuldades para ser criativa, Mano Menezes sacou Ariel Cabral e pôs Mancuello. O Grêmio seguia controlando a partida a sua maneira, mas em uma das muitas ligações diretas do Cruzeiro, Paulo Miranda falhou na bola aérea e Kannemann foi obrigado a fazer falta violenta em Arrascaeta na entrada da área. O árbitro da partida expulsou o argentino corretamente e Renato colocou Bressan na vaga de André para recompor a sua defesa.
Mano gastou sua última substituição com a entrada de Rafael Marques no lugar de Robinho. Com o Grêmio acuado e em inferioridade numérica, o Cruzeiro passou a ficar ainda mais com a bola no campo de ataque, mas faltavam idéias para penetrar e iludir o time gaúcho. A aposta passou a ser a bola aérea, que foram neutralizadas pela defesa visitante. Apenas duas finalizações já depois dos 50 minutos levaram mais perigo. Um chute cruzado de Arrascaeta e uma batida colocada de Mancuello. Renato fechou ainda mais a equipe com a entrada de Michel na vaga de Everton nos minutos finais e conseguiu a primeira vitória gremista no Brasileirão.
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