Depois de duas temporadas longe da La Liga, o Rayo Vallecano está de volta
Com muita luta e um elenco bastante diversificado entre jovens e veteranos, o acesso veio e numa virada na final espetacular.
Após um rebaixamento triste em 2019, o Rayo Vallecano lutou bastante para retornar à elite do futebol espanhol e conseguiu depois de bater na trave na temporada passada. Por conta de um ponto não conseguiu vaga nos playoffs de acesso e teve o sonho adiado por mais uma temporada.
Depois de perder em casa de virada para o Girona no primeiro jogo, o Rayo viu os últimos 90 minutos como tudo ou nada e como uma forma monumental manteve o placar de 2 a 0 construído no primeiro tempo durante todo o restante da partida. Outro ponto importante e de forte superação foi jogar com menos um depois da expulsão de Emiliano Velázquez faltando pouco menos de 60 minutos para o fim.
A defesa foi excelente e contou com boas defesas do goleiro Luca Zidane, e aí entra também outro ponto importante da equipe na busca pelo acesso. Em teoria, o goleiro titular da equipe é Stole Dimitrievski, porém o jogador foi convocado para defender a Macedônia do Norte na Euro que vem acontecendo nas últimas semanas, e por isso Dimitrievski não pôde ajudar o clube nessa luta.
Por outro lado, Luca lidou muito bem com seu primeiro grande palco desde que saiu do Real Madrid, fez boas partidas nesse tempo e apesar dos momentos ruins no primeiro jogo foi excelente no momento mais crucial da temporada. Além do jovem goleiro, Alejandro Catena foi regular durante a temporada e teve performance essencial. O zagueirão dominou a própria área como poucos conseguem – somou nove cortes durante os 90 minutos e anulou jogadas aéreas do Girona que forçou 21 cruzamentos.
Destaques primorosos na temporada e grandes criadores no último terço, Álvaro García e Isi Palazón brilharam na partida sendo o primeiro responsável por um dos gols. Palazón é artilheiro e um canhoto muito ácido no combate apesar da altura. O camisa 7 tem um mental muito forte para situações que aquele jogo impõe, e os escapes enquanto sua equipe teve a posse, forçando faltas e encorajando seus companheiros foram precisos durante esse cenário.
Álvaro Garcia foi o artilheiro da equipe no campeonato e entregou o que o clube esperava quando pagaram 5 milhões de euros nele. Um bom playmaker que domina o lado esquerdo e avança gerando profundidade, consequentemente, chances para seus companheiros.
Não podemos deixar de mencionar Bebé, um ótimo veterano que conseguiu agregar ainda mais na segunda parte da temporada e teve um 2021 importante em jogos que garantiram pontos para o Rayo. Óscar Trejo importante para comandar o meio-campo, Fran Garcia (emprestado pelo Real Madrid, mas deve ser comprado em definitivo) sendo ótima peça pelo lado esquerdo, e também dos atacantes saindo do banco e entregando ligações diretas como o veterano Yacine Qasmi e os jovens Antoñín (emprestado pelo Granada) e Andrés Martín.
É interessante ver nomes como justificativas, mas chega a ser injusto citar destaques individuais nesse cenário. O Rayo é uma equipe muito coletiva e bem ajustada pelas ideias bem equilibradas do jovem treinador Andoni Iraola de apenas 39 anos, tanto por ele quanto pelos jogadores que buscam isso em campo também e vão de acordo com o que a situação pede. Não é nada brilhante e de encher os olhos, mas é como se o clube precisasse de pouca força da natureza como o campeão Espanyol por exemplo, e nisso o equilíbrio faz o restante.
Esse equilíbrio será fundamental para se manter na primeira divisão. A La Liga hoje pede muito mais das equipes menores do que anos atrás, e essa progressão e pressão cai mais forte nos que acabam de subir, tanto que poucos conseguiram se manter e até mesmo evoluir subindo de nível e/ou patamar como o Granada. O fator defensivo precisa ser o foco principal, já que isso definiu muita coisa nas últimas temporadas de La Liga.
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