Detalhes da Copa do Nordeste: Grupo B

Assim como no grupo A, citado na última semana, o grupo B da Lampions apresenta destaques curiosos

Com a sequência do artigo publicado na última semana, agora apresentamos detalhes importantes relacionados ao grupo B. Apontado desde o início como a chave mais complicada, pode-se perceber de cara com a diferença entre as pontuações dos dois grupos. Com o penúltimo colocado do grupo tendo a mesma pontuação do Sport, quarto colocado do Grupo A. E claro, as oito equipes apresentam padrões bem definidos (nem sempre bons) e com destaques individuais. Abaixo, listamos alguns.  

BAHIA E OS PROBLEMAS COM BOLAS DESCOBERTAS E PASSES EM PROFUNDIDADE

Recentemente rebaixado para a segunda divisão, o Tricolor de Aço começou a temporada muito oscilante. A equipe de Guto Ferreira ocupa a quarta colocação do grupo B. Com cinco partidas jogadas, o Bahia já sofreu 7 gols no torneio. Tendo um clean sheet apenas no goleada contra o Globo (quando venceu por 5×0). Muito dessa dificuldade defensiva vem de problemas para bloquear passes longos rivais. A famosa bola descoberta. Explicando, quando os adversários do Bahia tem a bola, por vezes a marcação deixa os atletas na base da jogada sem pressão e sem “fechar” a possibilidade de bolas longas. 

Com tempo, liberdade e sem pressão da zaga baiana, os rivais se sentem confortáveis em lançar bolas no costado dos defensores. E com isso vem outro problema.  A dificuldade da última linha em cobrir esses espaços. Sempre que as bolas longas entram, o tempo de reação deles é muito lento. Permitindo que o rival domine a bola e consiga se ajustar corporalmente para ir em direção ao gol. Com isso o Bahia tem sido quase que exclusivamente dependente das recuperações de Ignácio e do goleiro Danilo Fernandes para conter os ataques adversários. Até o momento não tem sido suficiente. E permanecendo o problema, o Tricolor poderá se complicar em outras rodadas.  

LUCAS PERRI E O MURO ALVIRRUBRO 

Após a saída de Anderson, titular incontestável nas últimas duas participações do Náutico na Série B, o Timbu necessitava de um substituto de alto nível. E a aposta em Lucas Perri tem se mostrado muito acertada. Mesmo com a equipe tomando 8 gols em seis partidas, o goleiro tem se destacado ao ponto de ser um dos melhores da competição. Assim como o Bahia, citado anteriormente, o Nautico tem vários problemas para defender passes no costado da defesa. E Perri se mostra um goleiro muito ativo saindo do gol para cortar esses lançamentos, fazendo a cobertura e impedindo que os rivais criem chances claras. 

Com a bola nos pés, Lucas mostra-se bastante ativo e com potencial. Mas seu grande ponto chave tem sido debaixo das traves, principalmente em situações de mano a mano. O arqueiro apresenta frieza pra tomar decisões na hora certa. Fechando bem o ângulo dos atacantes. Seu tempo de reação também é muito bom. Precisa acertar mais o tempo da bola em algumas situações, principalmente nas saídas citadas no parágrafo  anterior. 

MOVIMENTAÇÕES NA DUPLA DE ATAQUE DO CEARÁ 

Invicto, dono da melhor campanha e da melhor defesa da Copa do Nordeste, o Ceará tem exercido com autoridade o seu papel de favorito ao título. Apesar da quantidade impressionante de gols perdidos, o Vovô tem mostrado uma grande capacidade de empilhar chances durante suas partidas. Muito disso vem da interação entre seus atacantes. Tiago Nunes vem atuando com Vina mais como um segundo atacante ao lado de Zé Roberto. Ambos são jogadores de muita movimentação, principalmente o centroavante. Em vários momentos, Zé recua para atuar ativamente na construção de jogo e entra na área recebendo a bola de frente para o gol.

O centroavante utiliza de sua boa qualidade para trabalhar junto de Mendoza e Lima, com essas trocas de posição, a equipe alvinegra passa a envolver os adversários e começa a criar. A dupla de laterais, Victor Luís e Michel, tem grande participação nessa criação. Dando amplitude as jogadas e chegando muito na linha de fundo. Importante ressaltar que isso também ocorreu mesmo quando os cearenses atuaram com Cleber no ataque. A grande questão para o Vozão agora é conseguir transformar essas ocasiões em gols. Mesmo tendo marcado 9 vezes na competição, a sensação é que esse número poderia e deveria ser mais alto. 

BOTAFOGO E OS PROBLEMAS OFENSIVOS 

Por pouco o Belo não conseguiu um acesso histórico em 2021. Grande calcanhar de Aquiles dos paraibanos na campanha, o ataque da equipe ainda está pouco efetivo. Dono de um dos piores números ofensivos da competição, a time de Gerson Gusmão só conseguiu balançar as redes adversárias quatro vezes em cinco partidas. Com um elenco modificado, problemas antigos ainda persistem. 

Atacando em 4-2-3-1, o Botafogo possui quase que exclusivamente volantes que ficam na base da jogada (destaque para o capitão Pablo). E a principal mente pensante do ataque alvinegro, Anderson Paraíba, se movimenta muito buscando os lados. Logo, é muito comum enxergar um vazio enorme na intermediária ofensiva do time. Com um formato de “U” no meio campo, o Belo não consegue reter a bola por muito tempo e deixa seus ataques muito lentos. Facilitando o trabalho das defesas. E por consequência, diminuindo a participação de Gustavo Coutinho (artilheiro da equipe na temporada) no jogo. E com pontas com mais características de 1×1 do que criação, Gerson Gusmão precisará encontrar alternativas para deixar a fase ofensiva de sua equipe mais fluída, e assim consertando sua maior debilidade.

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