Emerson, uma joia lapidada no Real Bétis
Brasileiro se consolida na posição desde o desembarque na Espanha e chama atenção de Barcelona e Tite pela capacidade de adaptação a diferentes contextos
Emprestado ao clube de Andaluzia pelo Barcelona, o lateral direito Emerson segue sua adaptação (e evolução) no futebol espanhol. Um dos destaques da posição no Campeonato Brasileiro 2018, o jogador rapidamente se tornou titular dos Béticos e vem surpreendendo como um dos melhores da posição nesta edição de La Liga.
No Real Bétis de Rubi, os laterais são peças importantes para atacar os adversários. Não é por acaso que Emerson tem um alto número de participações em gols do clube na Liga 19/20. São 4 assistências – líder da equipe no quesito – e dois gols marcados nestas 14 partidas disputadas pelo jogador até o momento.
Sendo um time que utiliza muito os lados do campo, o lateral participa ativamente da saída de bola, algo que acontecia também quando atuava no Atlético/MG. São, em média 64 toques por jogo. Números que valem alguma reflexão se compararmos com os laterais direitos das principais equipes da Liga: Trippier (65), Sergi Roberto (74), Jesus Navas (82) e Carvajal (90).
Numa era onde pedimos que os laterais sejam “completos” e possam atuar nos diferentes momentos do jogo, Emerson tem se destacado não apenas pelos bons números no setor ofensivo, mas também pela consistência defensiva – ainda mais quando falamos de uma equipe que passeou na zona de rebaixamento.
Números defensivos de Emerson no Bétis:
– 2.8 desarmes por partida;
– 0.7 interceptações por partida;
– 65% dos duelos aéreos ganhos por partida;
– 58% dos duelos pelo chão ganhos por partida.
Dados do Whoscored
Com apenas 20 anos, Emerson ainda tem muito a crescer. Oscilações serão normais para o garoto paulista formado na Ponte Preta e que despertou olhares do Atlético/MG antes de ser contratado pelo gigante Barcelona. Em um novo país, com culturas diferentes, já mostrou credencias para brigar por uma vaga na Catalunha em 2020/21.
Aproveitar o momento de desconfiança da torcida com Nélson Semedo e Sergi Roberto pode ser a chave para dominar uma posição que teve um brasileiro, Daniel Alves, como expoente da equipe na década. E cabe ressaltar, que não há comparação em qualidade técnica de ambos, mas de características que podem ser desenvolvidas por Emerson a ponto de tornarem o jogador peça importante no elenco.
Em Barcelona, o lateral direito tem funções bastante particulares que o jogador tem mostrado capacidade para reproduzir. O atual titular, Sergi Roberto, precisa compensar os movimentos de Messi que parte da direita para o centro com muita frequência. Para isso, ele ajuda na circulação da bola, sem deixar o lado do campo uma “zona morta” do campo.
Alias, se o sonho do jogador é retornar ao Barcelona, Emerson também chamou atenção da Seleção principal. O técnico Tite chamou o lateral para integrar a equipe nos amistosos contra Argentina e Coreia do Sul.
“Tenho claro em minha cabeça que vou para o Barcelona, que vou jogar para ganhar a Liga dos Campeões e outros títulos. Me motiva a fazer o melhor”
Emerson, em entrevista para o Mundo Deportivo
O Brasil que teve momentos distintos para seus laterais. Até a Copa do Mundo de 2018, muita participação na base das jogadas com Daniel Alves. Com a ausência do jogador, Fagner era o encarregado de dar profundidade no setor e, por fim, na Copa América, o retorno do lateral mais criativo com o atual capitão da equipe. Funções que o jogador está acostumado a fazer nas categorias inferiores.
Além disso, sua participação na Seleção Olímpica de André Jardine tem ajudado o lateral a interpretar melhor o jogo. Acostumado a utilizar sua força física e velocidade para chegar na linha de fundo, se adaptou ao contexto de atuar na base da jogada e criar mais linhas de passe por dentro com Antony sendo o extrema.
A evolução de Emerson é notável desde sua saída do Brasil e não parece impossível que, em breve, vejamos atuando no Barcelona e na Seleção Brasileira com mais frequência.
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