Final da Copa Sul-Americana: muitas semelhanças e equilíbrio total
Athletico e Red Bull Bragantino fazem a grande final da Copa Sul-Americana neste sábado e um duelo de equipes parecidas e equilibradas entre si.
Neste sábado, dia 27 de novembro de 2021, às 17h (horário de Brasília), Athletico e Red Bull Bragantino vão ao gramado do histórico Centenario, em Montevidéu, decidir o campeão da Copa Sul-Americana. Cada um ao seu modo, são equipes que se destacam administrativa, financeira e esportivamente, ganhando protagonismo nacional e continental. São muitas semelhanças que apontam para uma partida extremamente equilibrada e decidida no mínimo detalhe.
O cenário de grande equilíbrio se dá por serem times de bom nível, com modelos de jogo bem estabelecidos, adeptos do jogo posicional, da marcação por zona pressionante e não serem discrepantes em qualidade individual. Dessa forma, três tendências cruciais do futebol de 2021 ganham ainda mais importância: a pressão na bola, a briga ferrenha por espaços e a força mental.
Esses três elementos estão fortemente conectados dentro do jogo. Furacão e Massa Bruta gostam de marcar no campo de ataque, cortando as linhas de passe do adversário pelo centro, obrigando o oponente a tentar jogar pela lateral e fazendo uma forte zona de pressão no lado do campo para roubar a bola. A abordagem de marcação precisa ser extremamente combativa, pois os dois times tem facilidade para trocar passes ou inverter a jogada e podem deixar metade da equipe rival para trás se pressionados sem intensidade.
Pensando na batalha por espaços, serão muitas as disputas nos lados do campo. Quem estiver defendendo, tentará pressionar na lateral com maior número de jogadores, tirando o espaço dos atacantes. Quem estiver atacando, tentará ter mais jogadores na zona da bola, para conseguir eliminar a pressão e acionar o flanco oposto, mais vazio, com o bendito do espaço disponível para lances de mano a mano.
Há um dilema estrutural nas equipes. O Bragantino joga com dois meias, dois pontas e um centroavante posicionados para entrar na área e buscar uma finalização. O Athletico, por sua vez, deve defender com cinco defensores, no 5-4-1, tendo igualdade ou superioridade numérica perto do próprio gol. Além disso, o time paulista deixa somente um volante mais recuado para transições defensivas, o que pode significar Nikão e Terans puxando contra-ataques com liberdade. Por outro lado, os meio-campistas do Massa Bruta podem jogar menos enfiados, povoando mais a região central e encontrando linhas de passe na frente dos volantes do CAP, que não têm tanta “pegada”.
Por fim e, talvez o mais importante, a força mental. Será necessário controlar os nervos, evitando que a tensão atrapalhe tomadas de decisão e tire a concentração ou a confiança dos atletas. Para executar a zona pressionante nas laterais e mover a bola com rapidez, os jogadores precisam estar soltos, alertas e realizando movimentos automaticamente, sem hesitar. Nesse ponto, a maior experiência athleticana em decisões pode pesar, porém o Red Bull Bragantino faz um mata-mata impecável.
Aberta, indefinida e imprevisível, a decisão do sábado reserva uma conquista marcante. Seja o terceiro grande título em quatro anos para o Athletico, consolidando o momento mais glorioso da história do clube paranaense, seja o primeiro troféu internacional de um dos clubes mais tradicionais do interior de São Paulo.
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