GABIGOL E O BANCO
por @maiiron_ Gabigol fez até demais no Santos pela sua idade. 57 gols em 157 jogos, para um menino de 20 anos, é muita coisa. É o maior artilheiro sub-21 do Mundo na atualidade, foi importantíssimo junto com Luan, Neymar e Gabriel Jesus no inédito Ouro Olímpico. O Santos, que atravessa uma crítica crise financeira, viu-se […]
por @maiiron_
Gabigol fez até demais no Santos pela sua idade. 57 gols em 157 jogos, para um menino de 20 anos, é muita coisa. É o maior artilheiro sub-21 do Mundo na atualidade, foi importantíssimo junto com Luan, Neymar e Gabriel Jesus no inédito Ouro Olímpico. O Santos, que atravessa uma crítica crise financeira, viu-se obrigado a vende-lo para a Internazionale. Já a Inter, que tem dinheiro de sobra e planejamento de menos, tinha Frank De Boer no comando técnico. Meses depois trocou para Stefano Pioli. Pioli, para quem não conhece, é um treinador linha dura, que prioriza sempre o tático em detrimento do brilho técnico que um jogador possa vir a ter. Gabigol sentiu isso na pele. Quem joga é Éder, brasileiro naturalizado italiano, que precisa de uma usina para acender uma lâmpada; Perisic, Candreva e, se bobear, Pioli se escala no ataque e põe Gabigol no banco.
Pegam no pé do Gabigol por ter uma personalidade supostamente não adequada, costumam dizer que “gere mal a carreira”. Mas convenhamos, amigos, nossa carreira é bem gerida ou gostamos de apontar o dedo? Implicam tanto com o guri e esquecem do básico: o futebol. Gabigol é superdotado tecnicamente. Isso é um fato. Bate bem na bola, tem uma habilidade incomum e versatilidade para jogar em todas as posições e funções do ataque sem cair a qualidade. No Brasil, o debate vigente é sobre a reação do atacante ao ver Pioli fazendo a terceira substituição e esquecendo mais uma vez do camisa 99. Mas poucos falam do momento atual da Internazionale. Não falam que o Grupo Suning, dos chineses que compraram o clube, não tem planejamento desportivo, que o grupo contrata de baciada, sem nenhuma linha de trabalho. Não falam que a Inter não vencia há sete jogos, que o time, em campo, é pobre técnica e taticamente. Falam sobre o chilique de Gabriel. Essa é a pauta.
Gabigol precisa de espaço, precisa jogar em um cenário que contribua para o seu talento, sua capacidade técnica. A Internazionale trata tão mal um jogador que, por incrível que pareça, ainda está em formação. Ele é tão precoce, mas tão precoce, que parece jogar futebol há muitos anos, mas só tem 20 anos. Gabigol é, sem sombra de dúvidas, uma das maiores revelações do futebol nos últimos anos. Pioli transformou seu banco de reservas no divã do Gabigol e ele não merece estar num divã. Gabigol merece palco principal, que é o campo.
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