A aposta da Inter em Kristjan Asllani e o futuro
Por que os nerazzurri apostam em Asllani para reduzir a dependência de Brozovic
Ele acabou sendo uma das melhores revelações da segunda parte da temporada da Serie A, de um Empoli com mais baixos do que altos, mas ainda assim se destacou muito, em um projeto do time toscano de sempre revelar seus jovens destaques no Primavera.
Outra joia revelada pelo Empoli é o albanês Kristjan Asllani, que começou a temporada apenas como um jovem do Primavera que ganhara minutos aqui e ali. Depois da venda de Ricci para o Torino, ele começou a ganhar espaço. Sua consolidação ocorreu especialmente após o mês de fevereiro.
Ninguém melhor para definir sua ascensão nos 20 jogos restantes da temporada que seu treinador, Aurelio Andreazzoli, que definiu o albanês como alguém que pode jogar em qualquer função do meio-campo, mas na maior parte do tempo Asllani jogou no meio-campo na frente da defesa, tomando o lugar que após a venda de Ricci passou a pertencer ao mais experiente Stulac.
Uma amostragem relativamente curta, mas que empolgou muitos, por conta de jogar em linhas baixas, movendo-se com grande elasticidade e tem um ótimo primeiro controle. Todos os recursos que o tornam rápido e preciso no gerenciamento da saída da bola por baixo no campo de defesa.
No entanto, ele tem duas características que o unem acima de tudo a Brozovic, em termos de interpretação: o desejo de influenciar o jogo da equipe e o dinamismo quase em todos os sentidos. Ele é o tipo de meio-campista que, assim como o croata, passa o jogo pedindo a bola.
Devido a essas características, ele pode naturalmente jogar bem em qualquer função de meio-campo, seja na parte mais defensiva, central ou até como meia-atacante. No jogo longo pode explorar uma excelente sensibilidade balística com a perna direita, mas também boa com a esquerda, o pé teoricamente fraco, que usa bem tanto na condução como no jogo de passes.
Vale destacar a sua parte defensiva, que tem muita intensidade e boas leituras de passe (com 2,26 interceptações/jogo, teve índice de 86% de acertos na Serie A, conforme dados levantados por L’Ultimo Uomo no post referência para este texto), embora, por ser franzino e mais baixo, possa ter problemas nas bolas aéreas, e nas segundas bolas defensivas.
Mas é por suas atuações na frente da defesa que a Inter decidiu comprá-lo, ou seja, ter alguém como Brozovic, que pelo menos não distorça as características do time, já que o treinador Simone Inzaghi pediu por um “vice-Brozovic”, e reconheceu em abril que ninguém emulava essas características tão bem na construção.
Ironicamente, Asllani voltará agora ao palco de seu primeiro gol na Serie A, ao San Siro, e para a mesma equipe contra quem marcou, a Inter, com expectativas diversas sobre seu futuro e a sua finalidade no elenco de Simone Inzaghi.
Pela função, e pelo papel, todos esperam um “vice” para Marcelo Brozovic, em um revezamento na temporada com o ídolo croata que faltou na última temporada, e poderá fazer Brozo descansar ao longo dela, além de ter um backup para ele, que foi sentido enquanto o camisa 77 esteve machucado.
Mas Asllani pode ser muito mais do que isso. Ironicamente, ele marcou gol na única vez que esteve como meia ofensivo, mas também já atuou na faixa central do campo, e mais abaixo da defesa, provando que pode ser multifuncional, que é o que se espera de um meio-campista em um elenco como o interista.
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