La Xavineta arranca na Espanha

Os dias em Barcelona estão cada vez melhores.

Xavi realmente chegou para mudar tudo, e nesse caso com poucas adições foi possível uma reformulação no time titular em prol do ‘Jogo de Posição’ que não se via desde Luis Enrique. É claro que ainda é necessário muito tempo para um trabalho se firmar na Europa, mas em questão de poucos meses Xavi resolveu diversos problemas no Barcelona.

O primeiro deles com certeza foi o vestiário, que contava com medalhões em baixa e esses medalhões eram no final os líderes da equipe, já que os jovens, bem… São jovens. Essa química entre os dois grupos está em constante crescimento e o El Clásico foi fundamental para perceber isso em alto nível.

A escolha por Ronald Araújo e a determinação do ótimo Dembelé

O melhor defensor jovem do elenco, o uruguaio vem cumprindo desde que subiu do Barcelona B no último ano. É fato que a crescente também conta a qualidade, mas com Xavi é ainda mais confiante e determinante independente de jogar na zaga ou como lateral pelo lado direito.

Os duelos contra Vini foram fundamentais para distorcer completamente o ataque adversário que, sem Benzema, acabou por sobrecarregar o jogo do brasileiro.

Enquanto Araujo foi o ponto de equilíbrio no campo de defesa, Dembelé desequilibrou completamente o jogo no ataque. O ponta francês segue em conversas por conta do seu fim de contrato ao termino da temporada, mas é, sem dúvida, um dos melhores jogadores da equipe hoje. O melhor ponta além de Ansu não pode ser banco ou ser deixado de lado, e Xavi parece de fato entender que precisa dele para esse desequilíbrio. O melhor em campo para definir produção de gol e acabar de vez com o desastre que foi a partida do Real Madrid.

Meio-campo cada vez melhor

O melhor espanhol da temporada e um dos grandes destaques jovens do mundo hoje, Pedri provou (mais uma vez) que é um talento geracional. Incrível em todas as ações durante os 90 minutos, fundamental na criação de jogadas, é peça indispensável nas construções ofensivas, determinante no último terço e de uma leitura absurda em níveis até geniais.

Sua facilidade em jogar com qualquer que seja o companheiro no meio de campo é mais um motivo de Xavi conseguir recuperar o poder do setor na equipe titular.

Apesar das dúvidas recorrentes da temporada, De Jong cresceu e hoje é improvável que seja negociado. Gavi é outra peça importante e mesmo com pouca idade segue decisivo e até mesmo de uma polivalência para jogar como um meio-campista ou mais avançado pelo lado esquerdo – gera mais ações com Pedri e De Jong, mas também traz velocidade de movimentos e envolve a marcação adversária.

No Bernabéu, Sergio Busquets mostrou seu melhor nível, assim como foi contra o Galatasaray. Outro fator importante é que o veterano seja peça importante desse time titular, enquanto não acharem um substituto à altura, fura linhas como ninguém, comanda o tempo do jogo completamente e deve ser considerado como um grande aspecto desse bom nível da equipe.

Súbete a La Xavineta

Ainda que muitos briguem por DNA e filosofias, é claro que a identificação fica cada vez mais clara, mas dessa vez com o principio físico como determinação principal ou, no mínimo, secundária desse jogo de posição. Xavi entende que não há como competir num alto nível europeu sem estar com um time fisicamente acima da média.

Esses problemas ficaram bem óbvios nos últimos quatro anos de Barcelona em Champions League, mas no final era muito mais tranquilo fazer essa readaptação do que parecia. Os treinos mudaram, Xavi recondicionou muita coisa dentro do centro de treinamento, e isso é o principal destaque dessa equipe. Além do jogo coletivo com a bola, a equipe é infinitamente melhor sem ela. O pós-perda é fantástico pelo pouco tempo de trabalho do ídolo como técnico, o que deixa tudo melhor para o futuro.

Foram poucas peças adicionadas na janela de inverno em janeiro, mas de qualquer forma é importante destaca-las. Aubameyang trouxe aquela produção de números no ataque que sem Messi e Suárez fazia falta – nove gols e uma assistência em 11 jogos. Adama é de característica totalmente diferente de todos do elenco, acima em intensidade e energia, e vem num desempenho espetacular nas tomadas de decisão no último terço. E por fim, Ferrán Torres, que desses pode ser o que menos teve impacto, mas que em finalizações oferece um poderio que, sem Ansu, não é tão produtivo por parte dos companheiros.

Próximas contratações, fim de temporada e futuro

Ao se programar no mercado, o Barcelona já visa grandes contratações. Apesar dos problemas financeiros relatados desde a saída do ex-presidente Bartomeu, o clube tem em mente como conseguir se reforçar sem gastar demais. Xavi tem dedo nisso e irá estar em peso na hora de decidir as peças necessárias para tapar buracos no elenco, dentro de campo e até mesmo quando pensarmos em características de cada setor. É sempre importante ter jogadores diferentes em cada posição, porque quando você precisa se adaptar ao adversário isso é muito valioso – Xavi reconheceu isso e vem rotacionando a equipe titular em busca desses ajustes.

Os primeiros meses são incríveis, com certeza todos os culés estão deslumbrados. Primeiro pelo desastre que a equipe era nos últimos três anos, mas também por um ídolo com jogador conseguir determinar tantas coisas como treinador do clube. O futuro é bem interessante, principalmente pelas peças mais jovens que já são tão relevantes dentro da equipe titular. Mas ainda é muito marcante a questão do Xavi treinador reconhecer grandes problemas passados e resolve-los sem precisar de muita coisa, já que ele é um ídolo extremamente respeitado dentro do elenco, e como figura de ídolo ele vai conseguir o respaldo necessário para seguir crescendo junto com o Barcelona.

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