Martinelli e Yago Felipe: os pulmões das Laranjeiras
Martinelli e Yago Felipe são dois pilares do bom início de temporada do Fluminense. Entenda o papel de alta exigência física e tática exercido por eles.
O Fluminense surpreendeu na temporada 2020 ao se classificar diretamente para a Libertadores, quando todos esperavam uma campanha mais modesta. Em 2021, classificado para as oitavas de final da Copa do Brasil e da competição continental, o Tricolor continua tendo ótimos resultados. Entre os jogadores mais destacados neste bom momento, estão dois pilares da equipe: Martinelli e Yago Felipe.
Os dois volantes do Flu formam o ponto de equilíbrio que compensa algumas deficiências dos atacantes em fase defensiva e os serve com qualidade no ataque. O mais curioso é o fato deles terem assumido tamanho protagonismo na equipe sem pré-temporada e depois de um 2020 no qual não foram titulares absolutos do início ao fim. Vamos entender um pouco mais sobre o papel exercido por eles na equipe de Roger Machado:
Martinelli
É o primeiro volante da equipe. Principal homem da saída de bola, exerce uma função importantíssima que é a de acionar os corredores laterais, rota muito utilizada para o time avançar ao campo ofensivo. Martinelli oferece uma opção de “retorno”, um passe de segurança sempre que um companheiro está pressionado e é muito hábil para fazer inversões. Além disso, possui bom aproveitamento em passes progressivo e pode explorar mais sua capacidade de condução e finalização de média distância.
Defensivamente, é o homem responsável por fechar a entrada da área. Sempre preocupado em ocupar o espaço correto na frente da defesa, tem muito vigor para balançar de um lado para o outro, realizar coberturas e pressionar a bola. No início da temporada, antes de Roger Machado mudar o esquema para o 4-1-4-1 em fase defensiva, jogava em dupla com Yago e se desdobrava para compensar a falta de intensidade de Nenê e Fred para incomodar os volantes rivais.
Em suma, demonstra uma leitura de jogo e concentração acima do comum para alguém de 20 anos. Não é à toa que em pouco mais de seis meses desde sua estreia no profissional já é titular absoluto e deu três assistências na fase de grupos da Libertadores. Ao todo, são 33 partidas na equipe principal, 30 desde o iníciogo. Para mensurar a importância dele para a equipe, basta ver a dificuldade que o Fluminense teve para sair da pressão alta do Red Bull Bragantino no último domingo (13), pelo Campeonato Brasileiro. Foram dois gols sofridos em erros de passe no setor defensivo.
Yago Felipe
É quem dá versatilidade para esse time do Fluminense. Quando a equipe quer jogar em contra-ataque e utiliza uma defesa menos agressiva, Yago marca como um meia pela direita no tripé de meio-campo do time carioca. Sabe o momento de proteger o espaço, dar dois passos à frente para pressionar a bola e de cobrir Samuel Xavier na lateral.
Além disso, é uma das principais armas quando Roger escolhe uma marcação sufocante. Pressiona lá no alto na maior intensidade possível e retorna com muita rapidez se a pressão falhar. É muito eficiente quando sai da sua posição para gerar superioridade numérica nos lados do campo, região na qual o Tricolor aperta o adversário para roubar a bola. Por fim, sua capacidade de atuar em diferentes alturas do gramado é explorada nos momentos em que o Flu quer administrar o resultado e volta a marcar com duas linhas de quatro. Nessas horas, ele se alinha à Martinelli na frente da área e viabiliza a mudança.
Em fase ofensiva, participa das constantes trocas de posição no campo de ataque. Pode oferecer apoio na iniciação das jogadas, distribui a bola no meio-campo, aciona os pontas e também chega na área. Só com uma forma física impecável ele poderia cobrir uma faixa tão extensa do gramado e ter fôlego para decidir o jogo contra o River Plate, na Argentina, nos minutos finais.
A importância da dupla
Se o começo de temporada do Fluminense é satisfatório, deve-se muito a esses dois. Cada um a sua maneira, conseguem dar segurança defensiva a equipe, compensam deficiências de companheiros, e auxiliam na construção de jogadas. O desafio de Roger Machado é desenvolver alternativas para que a ausência deles não seja tão sentida quando não puderem jogar.
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