O bom início do Cruzeiro de Pezzolano em 2022
O Cruzeiro está iniciando o ano com um novo dono, um novo técnicos. Além disso, está iniciando um ano como há muito não conseguia: bem.
Com novo dono, novo treinador e novos reforços em 2022, o Cruzeiro tem um ano decisivo para sua história. A chegada de Ronaldo na administração no clube e a volta da torcida às arquibancadas representam uma receita um pouco maior, ainda que insuficiente, e uma esperança real de novos tempos na Toca da Raposa. O início de 2022 deixa o torcedor otimista com um acesso que evitaria o quarto ano seguido na Série B.
Escolhido à dedo pela nova diretoria, o uruguaio Paulo Pezzolano, de 38 anos, chegou como um treinador capaz de lidar com poucos recursos e atletas jovens. Contudo, não é só de juventude que viverá o Cruzeiro na temporada. Nomes como Maicon (ex-São Paulo, Porto e Galatasaray) e Sidnei (ex-Benfica e Real Bétis), destaques da última Série B como Pedro Castro, Rafael Santos, Matheus Bidú e o artilheiro Edu dão maior peso para o elenco. Além disso, jogadores relevados pelo clube, à exemplo de Marco Antônio, Thiago e Lucas Ventura estão mais maduros para o futebol profissional.
Com 15 pontos em 18 disputados no Campeonato Mineiro, a Raposa está no topo da tabela e demonstra traços bem promissores para um início de temporada. Evidentemente, pensando nos campeonatos nacionais, a equipe deve melhorar, porém os primeiros sinais são bons e de um time convicto na ideia do treinador. E essa convicção é perceptível na iniciação das jogadas, quando laterais avançam gradualmente e os zagueiros tomam a iniciativa de conduzir a bola e arriscar passes verticais.
A ideia é não demorar muito para tirar a bola lá de trás e rapidamente invadir o campo de ataque. Isso tem sido feito pelos flancos, por meio de combinações entre laterais, meio-campistas e atacantes dentro do 4-3-3. O cenário mais encontrado pela Raposa na temporada até aqui foi o de atacar defesas muito fechadas. A estrutura da equipe, aliada a dificuldade dos meias em se colocarem nos espaços vazios para receberem por dentro, favorece o uso de cruzamentos. Nesse sentido, o centroavante Edu, ótimo pelo alto e dono de um bom pivô, se mostra uma grande arma ofensiva.
Em suma, essa ideia de triangular por fora, atacar rápido e chegar com muita gente dentro da área está sendo bem compreendida e executada. Além dos gols em jogadas aéreas, o Cruzeiro tem a leitura necessária para identificar o momento de cruzar ou quando deve ter um pouco mais de paciência e rodar a bola. Nesse aspecto, os meias Giovanni, João Paulo, Daniel e Pedro Castro funcionam como “coringas”, sobrecarregando o setor da jogada e mantendo a posse.
No momento da perda da bola, a transição defensiva, a ordem é encurtar a marcação e forçar um erro do oponente ou, ao menos, atrasar o contragolpe. Os jogadores de meio precisam realizar essa ação com mais velocidade e ímpeto, contudo, os zagueiros têm demonstrado uma ótima recuperação quando o rival tenta um lançamento nas costas da defesa. Em fase defensiva, Pezzolano normalmente pede um bloco mais alto, defendendo com encaixes para cortar as linhas de passe no campo ofensivo, porém pode recuar quando necessário, adotando uma postura de maior preocupação com os espaços.
Você deve ter percebido a grande quantidade de jogadores citados ao longo do texto e que não há um 11 inicial claro no campinho acima. Isso se dá por conta do revezamento promovido pelo treinador nestes jogos iniciais da temporada, visando preparar o elenco todo para os campeonatos mais importantes do ano. Quando a Série B e a Copa do Brasil chegarem, será importante vermos algumas evoluções, como uma reação pós-perda mais rápida e, principalmente, mais soluções perto da área para um dia em que o cruzamento não funcionar. De qualquer forma, o Cruzeiro começa uma temporada como há muito tempo não começava: bem.
Comente!