O início de Nicolas Larcamón no Cruzeiro
Tentando melhor os resultados em 2024, a Raposa foi atrás do atual campeão da Concachampions.
Após uma temporada de 2023 para se esquecer, quando brigou contra o rebaixamento até as últimas rodadas do Brasileirão, o Cruzeiro inicia o ano buscando fazer diferente. A equipe celeste foi ao mercado de maneira discreta, tentando atacar inicialmente as principais fragilidades do elenco, mas a contratação que atrai a maior curiosidade na torcida está no banco de reservas.
O escolhido para comandar a Raposa foi o argentino Nicolas Larcamón, que chegou após conquistar a Concachampions pelo Leon. Na equipe mexicana, o treinador partia em um sistema com três defensores e usando um jogo mais direto, buscando muita bola no pivô e ataques rápidos. Porém, essa forma traz alguns questionamentos sobre a forma de aplicação no Cruzeiro, mas algumas coisas já puderam ser notadas nas primeiras atuações sob o comando de Larcamón.
Iniciando pela parte defensiva, a Raposa porta-se em 4-4-2. Deixando Dinneno e Matheus Pereira na primeira linha de marcação. Usando uma marcação mais zonal, o Cruzeiro tenta induzir os passes do adversário para as laterais, para intensificar a pressão no portador da bola, com seus laterais e meias sendo mais agressivos. Contudo um problema que tem ficado bem claro nesses primeiros momentos, é a dificuldade da equipe em defender o cruzamentos atravessando a área entre o lateral e zagueiro.
A pressão na saída de bola do adversário é realizada em encaixes setorizados, sempre tentando atrair o rival para um lado do campo e fechar todas as opções de passe, criando uma vantagem numérica e espacial no setor, para poder recuperar a bola.
Com bola, Marlon não sobe e fica na mesma linha dos zagueiros. Sendo um dos pilares na primeira fase de construção, o lateral não só encontra Arthur Gomes aberto, como também é responsável por encontrar bons passes na intermediária ofensiva.
Os volantes também participam, deixando a saída em 3+2, como no Leon. A priori, buscando mais passes a média distância pelo chão, tentando encontrar os companheiros nas zonas entrelinhas. Porém, assim como foi no León, Larcamon faz uso de muito jogo direto, buscando Dinneno no ataque, ou alas que estão completamente projetados em campo ofensivo.
O centroavante argentino, inclusive, é um fator chave para esse funcionamento ofensivo. Dinneno além de bom no jogo direto, tem bom controle de bola, conseguindo dominar bem e manter a posse com a equipe mineira. Para isso, também tem um bom jogo de costas, conseguindo proteger bem a bola. Apesar da boa presença de área, o centroavante toma algumas decisões precipitadas com relação a finalizações. Além de não ser um atleta veloz, dificultando para carregar a bola em transições. Nesse cenário, funciona mais fazendo um pivô rápido e acionando seus companheiros.
Nas alas, Arthur Gomes e William ficam bem abertos. Com a equipe tentando se movimentar para criar situações vantajosas para os dois, em siatuções de 1×1. Com o extremo sendo mais acionado nesses momentos. Essa função poderia ser realizada também por Gabriel Veron, contudo sua lesão no pé vai tirá-lo de combate por alguns meses. O ex jogador do Porto chegou na Raposa para acrescentar em drible e versatilidade. Veron tem capacidade de atuar nas duas pontas e também como segundo atacante. Tendo uma velocidade acima da média, boa aceleração e arrancada em longa distância.
Completamente saudável, a equipe Celeste tem como sua maior estrela Matheus Pereira, que começa a temporada tendo mais liberdade pelo centro do campo, movendo-se na entrelinha e criando oportunidades para seus companheiros com passes em profundidade nas costas da defesa.
LUCAS ROMERO DE VOLTA
Sem fazer sua reestreia, Romero vai dar mais velocidade ao meio de campo do Cruzeiro. O volante é um jogador de boa velocidade, conseguindo ocupar bem o campo ofensivo. Mesmo não sendo um especialista em passes, Romero tem um giro de pescoço regular, conseguindo se desfazer da bola com certa velocidade. Mas tem uma grande dificuldade recebendo o passe de costas, ou quando precisa utilizar seu pé não dominante. Seu tempo de reação é bom, mostrando boa disposição para pressionar em campo rival. Além disso, Lucas deve ter facilidade de adaptação, já que atuava com Larcamon no futebol mexicano.
TRABALHO COM JOGADORES JOVENS
Nos dois primeiros jogos da temporada, a Raposa teve o atacante Robert (05) em campo. Na estreia, o meia Japa (04) foi titular, já na segunda rodada Ian Luccas (03) tomou sua vaga. A questão é que alguns jovens tido oportunidade nesse princípio de temporada. E com o Cruzeiro obtendo destaque nas competições de base, sendo o atual campeão da Copa do Brasil sub-20 e vice campeão da Copinha, cria-se uma expectativa para a entrada de alguns atletas na equipe principal. Sobretudo do atacante Fernando (05), principal nome cruzeirense na base.
Porém, mesmo com jovens de boa qualidade, é inegável que o Cruzeiro precisa de reforços. Principalmente de um volante com bom jogo de costas, algo que nenhum dos atletas no elenco atual possui. Também seria importante a chegada de mais um zagueiro. Contudo, os primeiros movimentos de Nicolas Larcamon já são bem claros e com um Matheus Pereira saudável, a temporada Celeste pode vir a ser mais otimista.
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