OS ADVERSÁRIOS DE MINAS NA LIBERTADORES, PARTE II
Por Léo Gomide Após a estreia na última semana, Atlético e Cruzeiro voltam a campo novamente pela Copa Libertadores nos próximos dias. Com os mandos de campo invertidos e em situações opostas depois da primeira rodada: enquanto o Galo foi derrotado em casa, o time celeste venceu como visitante. Nacional, do Uruguai, e Deportivo Lara, […]
Por Léo Gomide
Após a estreia na última semana, Atlético e Cruzeiro voltam a campo novamente pela Copa Libertadores nos próximos dias. Com os mandos de campo invertidos e em situações opostas depois da primeira rodada: enquanto o Galo foi derrotado em casa, o time celeste venceu como visitante.
Nacional, do Uruguai, e Deportivo Lara, da Venezuela, serão os adversários para Levir Culpi e Mano Menezes, respectivamente. Como feito antes do primeiro duelo, chegou a vez de trazermos uma análise sobre os oponentes da 2ª rodada da fase de grupos da Libertadores.
NACIONAL x ATLÉTICO
A derrota para o Cerro Porteño no Mineirão já traz para o Atlético um caráter de decisão diante dos uruguaios. Mais um revés pode obrigar o Galo a ter uma mínima margem de erro para os quatro jogos que ainda serão disputados pelo Grupo E.
E algo pode ser utilizado pelo Atlético para se recuperar na competição: a instabilidade do Nacional neste início de temporada.
Os Albos passaram por um grande reformulação no elenco para 2019, incluindo a chegada do técnico argentino Eduardo Domínguez substituindo a Alexander Medina. Jogadores identificados com o clube, como o lateral Fucile e os meio-campistas Barcia e Viúdez saíram. Ao todo, 12 jogadores foram dispensados ou não tiveram o contrato renovado. Em contrapartida, o experiente meia Lorenzetti, ex Universidad do Chile, o volante Arzura, ex-River Plate, e o volante Cardaccio, ex-Defensor, foram contratados. Atualmente, 26 dos 34 jogadores que compõem o elenco são formados na base do clube.
Tal “reconstrução” e a metodologia de Eduardo Domínguez tem custado uma irregularidade ao Nacional no começo das competições. Até aqui, foram seis jogos oficiais: um pela Supercopa Uruguaia (título conquistado nos pênaltis contra o Peñarol após empate por 1×1 no tempo regulamentar), quatro pelo Torneio Apertura (3 empates e 1 derrota) e a estreia frente o Zamora na Libertadores. A única vitória em 2019 aconteceu diante dos venezuelanos.
Mesmo com a escassez de vitórias, Domínguez não tem aberto mão de uma idéia: ter o controle do jogo através da posse da bola. Uma equipe não pode ser mecânica ao jogar, mas necessita de mecanismos para ser superior e neutralizar o adversário. E os mecanismos que o treinador argentino quer implementar no Nacional são perceptíveis.
Em quatro dos seis jogos disputados em 2019 Eduardo Domínguez optou pelo 5-3-2 como o sistema tático da equipe em fase defensiva (veja imagem 1). Postado em fase defensiva busca sempre estar em superioridade numérica perante o adversário, seja pelos lados do campo ou na faixa central, por isso raramente utiliza marcação por encaixes individuais. A linha de “3” do meio-campo tem importante papel em fazer uma flutuação para estar sempre próxima ao centro do jogo. Na transição defensiva tem por comportamento fazer uma pressão no setor onde perdeu a bola com o objetivo de, ou retardar o contra-ataque do adversário e se reorganizar, ou já recuperar a posse no campo ofensivo.
Na bola parada defensiva se organiza com uma marcação mista, com 3 ou 4 jogadores protegendo a pequena área e os demais encaixados com algum adversário. (veja na imagem 2).
Como dito anteriormente, Dominguez preza pela posse da bola. Ao se organizar ofensivamente o Nacional se posiciona em um 3-5-2. (veja imagem 3). Ataca preferencialmente pelos lados do campo, com tentativa de troca de passes constante e suporte de algum companheiro para quem está com a bola. Atacantes concentrados por dentro para estarem próximos à zona de finalização.
Em alguns momentos tenta induzir o adversário para o lado, tirar rapidamente a bola desta zona de pressão e terminar a jogada pelo lado contrário acionando um jogador livre em contexto favorável para finalizar. Exemplo: no gol contra o Zamora o Nacional esteve por mais de um minuto com a posse realizando 18 passes com a participação de 7 jogadores. Progressão pelo lado esquerdo que terminou com o arremate de Bergessio. (veja imagem 4). Dos seis gols marcados no ano, metade foram em ataques com o time em organização ofensiva, o que chamamos de ataque posicional. Os demais saíram em bola parada.
Vale ressaltar que este desejo em ter o controle do jogo através da posse da bola demanda tempo e assimilação por parte dos jogadores. Eduardo Domínguez ainda não repetiu a escalação nos seis jogos disputados na temporada. Há uma idéia de jogo, porém, ainda executada de forma insatisfatória.
CRUZEIRO x DEPORTIVO LARA
O Lara é dirigido pelo venezuelano Leonardo Gonzalez. O treinador está no clube desde julho de 2016, e já soma 91 partidas comandando o Deportivo Lara. Classificou o Lara à Libertadores após o vice-campeonato nacional em 2018. Apesar de um modesto elenco, avaliado em aproximadamente 5 milhões de euros segundo o site Transfermarkt, Alvarez tenta fazer do Lara um time que, ao menos na fase inicial de construção das jogadas e tentativa de progressão ao campo adversário, uma equpe que trabalha a bola pelo chão. Com limitações, mas há esta busca.
Se organiza em um 4-2-4 em fase ofensiva, (veja imagem 5). Seja em um tiro de meta ou falta no campo defensivo, o objetivo é trabalhar a bola pelo chão, desde os zagueiros e passando pelos dois volantes. Os extremos Di Renzo ou Vargas, que atuam pela esquerda, são frequentemente acionados para tentar imprimir velocidade contra o lateral-adversário. Há pouco apoio dos laterais, e quando isso acontece, os cruzamentos para a grande área dificilmente partem da linha de fundo, são realizados do setor de intermediária. Não se caracteriza por atacar com um grande número de jogadores. Busca um ataque ataque rápido, ou seja, tentar chegar ao gol adversário com menor número de passes.
Ao se defender o time de Leonardo Gonzalez procura se posicionar no 4-4-2, mas como a marcação é feita por encaixes, muitas vezes estas linhas são quebradas devido às longas perseguições individuais contra o oponente. (veja imagem 6)
Tal estratégia acaba por ter um efeito dominó quando o adversário consegue se desvencilhar destes encaixes, muitas vezes chegando próximo ao gol em superioridade numérica para finalizar.
Na bola parada defensiva também utiliza marcação individual. (veja imagem 7).
Para fechar as análises dos adversários dos clubes mineiros voltaremos em breve para abordarmos Emelec, do Equador, e Zamora, da Venezuela.
Obrigado!
Até lá!
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