OS FLOPS DE 2016/17
Por @viniciusof Assim como tem clube que investe pesado em prospecção e consegue pagar pouco por atletas de grande retorno técnico, há quem consiga gastar os tubos numa contratação de imensa margem de erro apenas para dar satisfação à torcida e imprensa. E tem vezes que se aposta alto e acerta e baixo e erra. Nesta […]
Por @viniciusof
Assim como tem clube que investe pesado em prospecção e consegue pagar pouco por atletas de grande retorno técnico, há quem consiga gastar os tubos numa contratação de imensa margem de erro apenas para dar satisfação à torcida e imprensa. E tem vezes que se aposta alto e acerta e baixo e erra. Nesta temporada europeia teve de tudo, mas destaque para as loucuras da hiperinflacionada Premier League e às exorbitâncias de novos ricos Europeus, como a Inter de Milão. O mercado não é para amadores e quem errou pagou caro (literalmente). A gente fez uma relação dos maiores erros da última janela de verão. Trata-se de uma seleta, criteriosa e debatida lista, que só quem deu muito errado conseguiu entrar.
JOE HART
“Não esperávamos tantos erros de Hart” disparou o presidente do Torino, Urbano Cairo, em entrevista à Rádio Deejay. A frase do cartola resume bem a temporada de Joe Hart pela equipe italiana e o inferno astral que o goleiro vive. Há pelo menos duas temporadas com atuações irregulares, Hart nem de perto parece aquele promissor goleiro que chegou do Birmingham em 2010. A transferência do inglês no último dia do fechamento da janela de verão já foi bastante inesperada. Seu futuro é uma incógnita. Ao que tudo indica em Manchester não terá espaço, pois Guardiola já conta com Claudio Bravo e a provável contratação do brasileiro Ederson. Seu contrato vai até 2019 e o valor de mercado, segundo o Transfermarkt, é de € 15M. Difícil imaginar que alguém se habilite a desembolsar estes milhões num goleiro que não joga bem há dois anos. Tem bobo no futebol?
MUSTAFI
Shkodran Mustafi é um bom zagueiro, mas inegavelmente se esperava mais do jogador no Arsenal. Foi contratado por € 41M junto ao Valência para ser o principal jogador do sistema defensivo, que contava com o já decadente Mertesacker e o inconsistente Koscielny. Mustafi sucumbiu com os Gunners, recebendo críticas pesadas da imprensa e da torcida por perder frequentes duelos contra atacantes rivais. Depois que o Arsenal passou a defender com uma linha de cinco jogadores o alemão apresentou um tímido progresso. Quem sabe na temporada que vem, com menos lesões e maior entrosamento, o defensor não possa repetir as atuações dos tempos de Valência.
JOHN STONES
Em agosto de 2016 o Manchester City pagou nada mais nada menos do que € 55,60M para tirar John Stones do Everton. Convocado desde os 17 anos para as seleções de base da Inglaterra e destaque do time azul de Liverpool, o defensor chegou cercado de expectativa. Foram 27 partidas na equipe titular, algumas falhas e muitas críticas. Ironicamente seu pior momento foi vivido no Goodison Park, sua antiga casa. “Ele comete erro atrás de erro”, relatou o ex-atacante Alan Shearer, que comentava a derrota de 4 a 0 do City para o Everton. O jovem de 22 anos vai precisar contar com a paciência da torcida e de Guardiola para se manter entre os 11 na próxima temporada. Potencial ele já mostrou.
RAGNAR KLAVAN
A torcida do Liverpool imaginava que nenhum zagueiro poderia ser mais inseguro em campo do que Dejan Lovren até Ragnar Klavan desembarcar no aeroporto John Lennon, em julho de 2016. O desconhecido defensor que chegou do Augsburg por € 5M a pedido de Klopp se mostrou pouco confiável em bolas aéreas e lento na recuperação de jogadas. Em determinado momento perdeu o posto de reserva imediato da zaga para o volante Lucas Leiva – e isso por si só já dimensiona a temporada de Klavan.
KRYCHOWIAK
O polonês de estatura e boa técnica vinha de uma grande temporada com o Sevilla, uma Eurocopa de destaque com a Seleção Polonesa e seria comandado no PSG por Unai Emery, técnico que proporcionou seus melhores momentos na Espanha. Não tem como dar errado, certo? E deu. Depois de um mau início de temporada o volante foi arquivado por Emery, atuando apenas sete vezes na Ligue1. Não joga desde março, quando passou treinar com a equipe de juniores do PSG. Krychowiak custou € 33,6M e é improvável que passe mais um ano treinando com os adolescentes. Deve ser vendido ou emprestado na próxima temporada. A imagem abaixo ilustra o tamanho do prejuízo.
ANDRÉ GOMES
Na relação de fracassos da temporada espanhola o sempre ácido jornal Marca resumiu André Gomes assim: “A imagem de um fiasco de €35 M”. O português custou caro ao Barça, que o contratou para ser reserva de um elenco em reformulação. André Gomes nunca se firmou na equipe: jogou 17 partidas na Liga, sendo 13 delas entrando na segunda etapa. Não conseguiu apresentar o drible e o refinamento técnico que o credenciaram a vir para um dos melhores clubes do mundo.
GÖTZE
Todos imaginaram que, de volta a Dortmund, Götze conseguiria reencontrar com naturalidade o futebol que o levou para Munique. Mas o herói alemão da Copa do Mundo de 2014 nunca entregou em campo a intensidade necessária para estar entre os titulares do Borussia de Thomas Tuchel. O clube que Götze encontrou não é mais aquele que ele deixou há três temporadas. O Dortmund está mais poderoso, conta com um elenco de mais possibilidades e, se o meia de 24 anos não se reencontrar, vai amargar o banco de reservas mais uma vez.
NICO GAITÁN
Gaitán chegou para oferecer ao Atlético de Madrid o tão cobrado repertório ofensivo. O meia canhoto de enorme habilidade custou € 25M e as expectativas eram no mínimo proporcionais ao investimento. Com a camisa do Atlético o argentino não foi nem sombra daquele extrema armador que encantou no Benfica. “O responsável por (Gaitán) não estar rendendo sou eu, porque não lhe dei tempo nem partidas para que encontre a sua melhor versão”, assumiu Simeone em coletiva. De fato não foram muitas oportunidades: 12 jogos pela Liga, dos quais 11 como reserva, e três pela Champions, tendo iniciado a partida apenas uma vez. Foi difícil encontrar uma imagem de Gaitán com a camisa do Atlético. Recorremos a foto de apresentação.
GANSO
Pouca gente entendeu a ida de Paulo Henrique Ganso para o Sevilla. O ex-camisa 10 de Santos e São Paulo nem em seus melhores momentos apresentou a intensidade necessária para jogar nos times de Jorge Sampaoli. Contratado por € 9,5M, Ganso nunca aconteceu em campo, onde foi escalado como apoiador e meia ofensivo. As cinco aparições na Liga explicam mais sua temporada do que qualquer análise.
JESÉ
Não se pode ignorar um double flop. Como se não bastasse jogar mal pelo PSG, que pagou € 25M na sua contratação, ainda fracassou no Las Palmas, clube em que esteve emprestado a partir de fevereiro. Jesé Rodríguez certamente vai querer esquecer a temporada de 2016/17, onde marcou uma vez com a camisa do PSG em oito jogos e duas defendendo o Las Palmas em 13 vezes. O promissor atacante criado na base do Real Madrid volta a Paris devendo futebol.
GABRIEL BARBOSA
De carona com a boa Seleção campeã olímpica, Gabriel Barbosa se valorizou. Em agosto de 2016 a Inter pagou quase € 30M para contar com seu futebol, que nunca apareceu em Milão. Foram nove jogos (nenhum como titular) e um gol. A reserva incomodou Gabriel e seu empresário. “Eu falei com ele porque ele não estava se sentindo bem, estava humilhado. Há três casos de humilhação, física, psicológica e moral. O pior é o psicológico. Não jogar e não ter oportunidades. Ele assinou um contrato, o que não dá essa garantia, mas ele gostaria de ter a oportunidade”, comentou o agente Wagner Ribeiro à rádio Globo. É neste clima gostoso que Gabigol tentará justificar o apelido que ganhou na base do Santos. Em dele está o fato de que jogar bem na Inter de Milão de 2016/17 era uma tarefa espartana.
ÉVER BANEGA
Mais uma vítima do barco mais furado da Itália, Banega chegou à Inter como o cérebro do Sevilla campeão da Liga Europa. Com frequentes convocações para Seleção Argentina e no auge da sua forma física e técnica, o meia era a referência que o clube precisava para o seu projeto de reformulação. Banega, no entanto, afundou junto com o time que foi comandado por três treinadores em 12 meses. Foram apenas 12 jogos como titular pela Inter, onde terminou a temporada esquentando o banco de reservas. Mas, dos males o menor: o argentino chegou de graça à Inter, que pode vende-lo ou emprestá-lo sem prejuízo financeiro.
VINCENT JANSSEN
Respaldado pelos 31 gols que anotou com a camisa do AZ Alkmaar na temporada anterior, o Tottenham resolveu pagar € 22M pelo holandês de 22 anos, Vincent Janssen. Os vídeos do ScoutNation impressionavam, mas o futebol ficou pelo YouTube mesmo. Esteve em campo por 27 vezes na Premier League, tendo marcado apenas dois gols. Muito pouco para quem chegou para ser sombra de Harry Kane e substituto do artilheiro numa eventual venda.
WAHBI KHAZRI
Concordamos ser quase impossível alguém se destacar no Sunderland, mas nem por isso vamos excluir um atleta do lanterninha da Premier League da nossa relação de flops, certo? De todos os maus movimentos do Sunderland no mercado, Wahbi Khazri foi seguramente o pior. Chegou vestindo a camisa 10, como destaque do Bordeaux na Ligue1, mas em campo nunca justificou os € 11,8M investido pelos ingleses. Foram 21 jogos, um gol e nenhuma assistência para gol. Talvez seu futebol leve de dribles apareça nos gramados embarrados da Championship.
MOUSSA SISSOKO
Este é um dos mais inesperados flops da lista. Sissoko vinha de uma boa temporada com o rebaixado Newcastle e de atuação destacada na campanha do vice europeu da França. Ao ser contratado por uma equipe de qualidade, cujo modelo de jogo já estava sedimento pelo treinador havia três temporadas, a lógica era que repetisse o bom futebol que custou € 35M aos cofres do Tottenham. Mas o que se viu foi um Sissoko ausente e pouco intenso. Começou jogando oito vezes pela Premier League e entrou no decorrer de 17 partidas. Tornou-se um simples (e caro) acessório de Pochettino para reforçar a marcação pelo lado. Sissoko pode mais.
LUCIANO VIETTO
O Sevilla normalmente é certeiro e criterioso no mercado e Luciano Vietto parecia uma contratação de pouco risco, já que havia apresentado um bom desempenho no futebol espanhol com a camisa do Villarreal. Com essa certeza o Sevilla pagou € 3M no empréstimo do jogador, que pertence ao Atlético de Madrid. O argentino começou bem a temporada, anotando alguns gols importantes, mas com o tempo foi perdendo o brilho e ficando cada vez mais ineficaz no time de Sampaoli. Terminou a temporada no banco e praticamente sacramentou seu retorno a Madrid. Ainda não se sabe se o seu futuro será por lá ou em outra equipe.
RENATO SANCHES
Nem a pouca idade de Renato Sanches o eximiu das críticas pela primeira temporada apagada no Bayern. O volante de 19 anos sucumbiu à forte concorrência no meio-campo bávaro e terminou a temporada sem gols, assistências e com baixo índice de tackles, uma das suas especialidades. Entrou em campo 17 vezes pela Bundesliga, das quais onze no segundo tempo. Com a saída de Xabi Alonso é provável que o português, que custou € 35M, ganhe mais minutos. Se isso acontecer e ele for mal novamente a gente promete uma vaga no time titular dos flops pra ele.
CLAUDIO BRAVO
Guardiola queria um goleiro de boa saída com os pés. Os ingleses foram a Barcelona oferecer a Bravo aquilo que ele não tinha na Cataluña: titularidade em todos os jogos. O chileno de 34 anos custou € 18M e algumas falhas que podem ser vistas num belo compilado feito na internet. A mais grave dela rendeu um gol no clássico contra o Manchester United. Bravo apresentou problemas inclusive com a saída por baixo que o levou para Manchester.
MUSA
Ahmed Musa era para ser o símbolo de um Leicester mais poderoso e agressivo no mercado. O nigeriano chegou no campeão inglês como artilheiro do CSKA Moscou, fez logo de cara dois gols no Barcelona num torneio amistoso de pré-temporada e parou por aí. Depois disso caiu de rendimento junto com o time e atuou como titular apenas sete vezes na Premier League. Não conseguiu se firmar nem mesmo depois da efetivação do técnico Craig Shakespeare, responsável for reerguer os Foxes. Na Inglaterra se fala que o West Ham estaria disposto a pagar £ 16M para tirar Musa do Leicester. Já temos um candidato à seleção de flops do ano que vem.
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