RAIO-X: De onde saem as assistências dos líderes do quesito na Série B
Na sua reta final, a Série B desta temporada trará consigo uma briga individual pela liderança de maior assistente da competição.
Com a Série B chegando no seu momento decisivo, as coisas não vão se afunilando apenas para as equipes que disputam acesso e descenso. Mas também para os jogadores em busca de marcas pessoais. Das várias estatísticas, uma chama a atenção. No quesito assistências, seis atletas chegam fortes pela liderança. Quatro deles empatados com oito passes para gol. Cada qual com sua característica, os jogadores demostram ter armas diferentes para assistir seus companheiros e deixar suas equipes próximas da vitória.
Um dos destaques no quesito no campeonato é o atacante Vinícius, do Náutico, com oito assistências. Primeiramente, vale destacar que o jogador não produziu nenhum passe para gol oriundo de bola parada. Outro destaque é o alvo predileto de Vinicius. Das oito assistências distribuídas pelo jogador, metade tiveram como destino final o meio campo Jean Carlos. Como o jogador atua aberto pelo flanco esquerdo, a imensa maioria das suas jogadas decisivas saem de lá. Pelo setor, o atleta conseguiu servir seus companheiros seis vezes. Em quase todas, o camisa 7 mostra uma boa tomada de decisão, usando seu 1×1 e após ultrapassar o adversário, consegue o passe para trás em zonas livres dentro da área.
E já que Jean Carlos foi citado no último parágrafo, o meia do Náutico também se encontra entre os principais passadores da competição. Porém, de forma totalmente contrária a Vinicius, as assistências de Jean procedem majoritariamente de bola parada. Dos seus oito passes para gol, seis vieram com a pelota sem estar em movimento. Sendo cinco destes, saindo de escanteio. Um número muito superior a qualquer outro líder no quesito. Um padrão também notado nesses tiros de esquina. Das cobranças que resultaram em gol, quatro (80%) foram cobrados de forma rasante no primeiro pau, com os jogadores do Timbu desviando e deslocando os goleiros rivais.
Assim como Jean, outro jogador que possui grande influência dos escanteios no número de assistências, é Elvis, do Goiás. O líder isolado no ranking de assistências, com nove passes para gol, teve quatro advindos do fundamento. Porém, o grande destaque do meia esmeraldino vai para os seus passes com a bola rolando. Três assistências distribuídas com a bola em movimento por Elvis tiveram como destino o atacante Alef Manga. Outro ponto a se destacar, é que o avançado alviverde recebeu todos os passes fora da área. E utilizou sua velocidade e habilidade para concluir os lances. A outra assistência resultada de bola rolando, foi para Luan Dias, em um cruzamento que deixou o atacante livre para concluir. O outro passe dado por Elvis foi em cobrança de falta.
Voltando para o Nordeste, Diego Torres é um dos casos mais interessantes. O argentino é um dos principais destaques do campeonato e recebe olhares em todas as partidas. E olhando suas assistências nota-se o motivo. As assistências do meia são bem diversificadas. São dois gols vindos de cobranças de falta, dois de escanteios, dois em transição e um em fase ofensiva. Tendo a maior variedade nos passes para gol dos nomes citados. Diego se mostra um jogador boa capacidade para tomar decisões em velocidade, podendo atuar pelo meio numa posição entre as linhas ou aberto pela direita. Hoje, com a chegada de Jajá, que atua aberto pelo lado direito, o argentino ficou menos sobrecarregado na criação. Tendo um companheiro de enorme qualidade para trabalhar consigo.
Agora passando para um dos casos mais interessantes, o atacante botafoguense Rafael Navarro é o único centroavante e jogador mais jovem da lista. E assim como Vinicius, o avançado não distribuiu nenhuma de suas oito assistências em bola parada. Pela posição que se encontra, os passes de Navarro para seus companheiros são mais “próximos” ao gol. Sendo quatro dados dentro da área. Segundo maior número, atrás apenas de Vinicius. Algo a se notar, são as diferentes formas que Navarro participa para ativar seus companheiros. Ao observar seus passes, percebe-se que o atacante tem lances usando o pivô, utilizando desmarques e passando para dentro da área, passes para jogadores realizando o facão, etc. Uma quantidade bem diversificada no seu envolvimento com o jogo. No 4-2-31 de Enderson Moreira, o atacante é o 1 do esquema. Mais avançado e gerando profundidade no ataque. Porém, como notado, não é um jogador fixo, mas um centroavante de muita mobilidade.
Finalizando a lista, vem o meia Régis, do Guarani, que também possui oito passes para gol. O jogador tem Bruno Sávio como grande alvo. Com quatro passes para o atacante. Algo a se perceber é a quantidade de gols fora da área que Régis assistiu (3). O Jogador costuma receber a bola entre as linhas adversárias na faixa central do campo. O canhoto tenta trabalhar com Bruno Sávio para não só assistir, como também marcar gols. Graças a dupla, o time do treinador Daniel Paulista segue viva na luta pelo acesso.
Um detalhe é que mesmo com suas diferenças, todos os atletas que estão no topo da métrica atuam em equipes da primeira metade da tabela. Outra questão a ser destacada, é que atletas como Jean Carlos, Régis e Rafael Navarro estão próximos de atingir a marca de dois dígitos de gols e assistências na competição, mostrando a enorme influência que ambos tem nas suas equipes. Essas particularidades entre os diferentes passadores do torneio são interessantes para observar determinadas situações. Os diferentes estilos abordados por diferentes times dentro de um campeonato, estratégias de bola parada, características de atletas com destaque na competição. Em um campeonato disputado como a Série B, entender bem essas particularidades pode separar o sucesso do fracasso retumbante.
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