Maduro, o Red Bull Bragantino se aproxima de fazer história
Finalista da Sul-Americana, quinto colocado no Brasileirão, o Red Bull Bragantino chega maduro na reta decisiva da temporada.
O Red Bull Bragantino faz uma temporada de afirmação e consolidação no cenário nacional. Com o investimento da empresa de energéticos, a equipe foi campeã da Série B em 2019, acabou o Brasileirão na parte de cima da tabela em 2020 e agora, em 2021, briga por Libertadores e está na final da Sul-Americana. Uma evolução linear, a partir de um modelo de jogo bem compreendido e o crescimento de determinados atletas.
Há um ano e um mês comandado por Maurício Barbieri, o Massa Bruta é um time maduro e mais regular que na última temporada, quando começou muito mal e reagiu ao longo da competição. Desde o princípio o time se coloca na zona de classificação para a Libertadores e vem ampliando sua capacidade de adaptação a diferentes cenários, bem como sua força mental.
Na Sul-Americana, uma campanha incontestável. Após alguns percalços na fase de grupos, eliminou Independiente Del Valle, Rosario Central e Libertad com autoridade no mata-mata, abrindo boas vantagens nas partidas de ida e vencendo todos os jogos fora de casa. No Brasileirão, ocupa a quinta colocação e sempre esteve no G-6, apesar de algumas oscilações devido ao foco maior no torneio continental, além de ter tirado pontos dos três primeiros colocados.
Tudo isso praticando um futebol bem definido, com um jogo posicional totalmente compreendido pelos atletas. A saída de bola é feita com a linha de quatro na defesa montada e um volante, normalmente Jadsom, oferecendo uma opção de passe. Os pontas se colocam bem abertos, a fim de receber no mano a mano e serem sempre uma boa opção para inversões de jogo. Trocas de corredor são frequentes e vitais para o Massa Bruta.
O futebol do Bragantino dá um grande peso aos atacantes de lado de campo. Com avanços frequentes pelas laterais, eles são responsáveis por tornar o time incisivo. Devem partir para cima do marcador, levando para o fundo ou trazendo para dentro, buscando espaço para finalizar ou aproximar dos meias na entrada da área. E o principal nome nesse sentido é Artur. Partindo do flanco direito, evoluiu muito sua tomada de decisão perto do gol e tem mais confiança para finalizar. Deixou de ser aquele atleta de vários dribles e muitas chances perdidas. São 16 bolas na rede e 13 assistências no ano.
Para defender, o Red Bull Bragantino se sente mais confortável marcando na frente, forçando o adversário a se livrar da bola ou recuperando a posse perto do gol. Para tanto, equipe de Bragança Paulista não abre mão de ter vários atletas no setor da jogada. Com o bloco mais baixo, sofre um pouco para ser combativo, mas vai muito bem no contra-ataque acelerando pelas laterais.
Ademais, a dupla Fabrício Bruno e Léo Ortiz vem crescendo em aspectos defensivos. Estão defendendo melhor a área, com maior imposição e tomam menos bola na costas. Como o Bragantino coloca muitos jogadores na frente em fase ofensiva, nem sempre tem uma quantidade de atletas suficiente para fazer uma boa pressão pós-perda no meio-campo, como visto na primeira imagem. Assim sendo, os zagueiros precisam correr rápido para trás e ler bem o lance para interceptar o passe na profundidade.
O Red Bull Bragantino está na primeira final continental de sua história e buscará a glória internacional no dia 20 de novembro, no Centenario, em Montevideo, contra o Athletico. Algumas vulnerabilidades a parte, o Massa Bruta tem encarado qualquer equipe sem se intimidar, jogando de maneira agressiva, porque sabe muito bem o que fazer nas diferentes fases do jogo. Algo raro no Brasil e pode render a melhor temporada da história do clube.
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1 comentário
Um detalhe pouco mencionado e que na minha opinião é bem relevante: O fato do time ser provavelmente o mais jovem de toda Série A.
Gostaria de ver uma postagem onde abordassem pontos positivos e negativos de ter um time tão jovem.
Na minha opinião, um time jovem é sinônimo de inexperiência, falta de evolução e as vezes falta de ‘malicia’, por outro lado acho que um time jovem é sinônimo de físico excelente, poucas lesões, muita velocidade e constante evolução.
Será que faz sentido? 😀