Rodrigo Muniz mostra que pode ser um centroavante completo
Com Gabigol e Pedro fora de combate, Rodrigo Muniz ganhou sequência no comando do ataque do Flamengo e roubou a cena.
Se a torcida do Flamengo ficou preocupada ao ver Gabigol e Pedro desfalcando a equipe para servir a Seleção Brasileira principal e Olímpica, Rodrigo Muniz tranquilizou todo mundo. O jovem de 20 anos, ainda com idade para jogar nas categorias de base, foi titular nos últimos quatro jogos e mostrou muita capacidade para integrar o elenco rubro-negro. No último sábado (19), contra o Red Bull Bragantino, teve sua principal atuação como profissional.
Desde sua estreia no time de cima, em janeiro de 2020, Muniz tem 32 partidas e 11 gols na categoria profissional, incluindo um breve empréstimo ao Coritiba no ano passado. Em média, marca um gol a cada 119 minutos como jogador de equipe principal. Se diminuirmos o recorte para a temporada 2021, o centroavante vai às redes a cada 95 minutos aproximadamente e é o vice artilheiro flamenguista, com nove gols, ao lado de Pedro. Gabigol é o artilheiro com 15.
Os números ficam ainda mais chamativos ao notarmos um detalhe não tão pequeno assim: de suas 19 aparições no ano, em 12 ele saiu do banco de reservas. A afirmação do jovem atacante no elenco do Flamengo aconteceu de vez nas últimas duas semanas, quando foi titular quatro vezes seguidas e marcou quatro gols. E em cada um dos tentos demonstrou uma qualidade diferente.
Apesar da pouca idade, Rodrigo Muniz é tecnicamente bem completo. Pelo alto, ganha a maior parte das jogadas, cabeceia muito bem e possui boa impulsão. Não à toa venceu 73% de seus duelos aéreos no Brasileirão até o momento. Muito forte fisicamente e alto, com 1.83m, sabe segurar a bola no pivô e girar ou ajeitar para quem chega de trás, assim como é excelente em disputas de corpo e pressiona a defesa adversária com frequência, recuperando bolas no ataque.
Contudo, o mais importante é que consegue aliar essas qualidades à sua boa finalização. Contra o Bragantino, inclusive, foram 10 arremates, recorde na competição em 2021, e sete em direção à meta. Bastante confiante e atento, resolve as jogadas com rapidez, dando poucos toques na bola, como vimos no gol de bicicleta que fez na partida com o Massa Bruta. De direita, de esquerda, de cabeça ou de fora da área, a chance de Muniz acertar na casinha é grande.
Por outro lado, é claro, tem defeitos naturais para um garoto de 20 anos. Se colocou em prática toda a sua capacidade de finalização, também perdeu gols por excesso de preciosismo em alguns lances. Por vezes, quer colocar a bola muito no cantinho ou no ângulo e peca por não tentar um gesto técnico mais simples. Além disso, precisa tomar cuidado para não se desconectar do jogo e participar um pouco mais em partidas mais amarradas.
Obviamente, é um jovem atleta e não está pronto. É necessário tempo e minutos em campo para amadurecer. De qualquer forma, já entendemos a razão de quase ter sido comprado pelo Genk por R$30 milhões e de outros clubes estarem de olho no centroavante. Por sua presença de área, força física e qualidade no arremate, Rodrigo Muniz é mais uma boa opção para o ataque flamenguista e para o futebol brasileiro acompanhar sua evolução.
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