Serie A: as notas para todos os mercados da janela de transferências de 2021
A análise para todos os mercados de transferência de verão dos vinte clubes da elite do futebol italiano
A janela de transferências de verão de 2021 acabou na Itália. Desta vez, os clubes foram menos discretos em um mercado marcado pelas grandes tendências de saída na maioria dos clubes e muita movimentação em alguns, apesar da inércia em outros que pouco investiram nesse mercado.
Mais uma vez após o fim do mercado de verão, vamos analisar como foram as janelas das 20 equipes da Serie A italiana e quais as notas que daremos a elas para quem comprou (ou não), quem deixou de comprar ou quem vendeu e deixou de vender. Vamos as notas de todos eles:
Atalanta – NOTA: 8,5
ANÁLISE: Embora as perdas de Gollini e Romero no sistema defensivo tenham demandado adaptações, o time nerazzurro de Bérgamo conseguiu manter boa parte de suas estrelas, e conseguiu melhorar ainda mais a equipe. A chegada de Musso foi considerado um “upgrade” no gol, e as chegadas de Lovato e Demiral para a zaga foram bem elogiáveis. Fora eles, vale destacar além da permanência de boa parte do time, exceto os citados e Lammers, que foi para o Eintracht Frankfurt, a boa chegada de Koopmeiners para o meio-campo, em uma boa sacada de mercado, e a de Zappacosta para a ala da Dea. Tudo isso, com um elenco mais forte, faz com que o time de Gasperini mais uma vez tenha tido um dos melhores mercados.
Bologna – NOTA: 5,0
ANÁLISE: É verdade que o time rossoblù conseguiu manter jogadores importantes como Soumaoro, comprou em definitivo os direitos de Barrow, entre outros. Mas por outro lado, perdeu Tomiyasu no final do mercado, um dos pilares de uma defesa que já não era tão forte com ele. Além disso, não repôs muito bem no mercado, e mesmo a chegada de Arnautovic, não representou um grande upgrade em relação às aspirações do time da Emília-Romagna, e tampouco a chegada de Bonifazi para a zaga representou um grande avanço. E foi só isso a disposição de Mihajlovic.
Cagliari – NOTA: 5,5
ANÁLISE: O time da Sardenha até teve bons reforços, como as chegadas de Strootman, Keita Baldé e do veterano Cáceres, embora os três não tenham tido um grande desempenho em seus últimos clubes e tentarão a recuperação. Mas por outro lado, algumas perdas, como a de Nainggolan, dão a impressão de que os cagliaritanos pioraram, mesmo com reforços em posições de titularidade, como o caso do brasileiro Dalbert na ala. Vale destacar também a saída de Gio Simeone, o que aumenta a dependência do time nos gols de João Pedro e Pavoletti, que já são mais veteranos, e se viu nesse mercado um envelhecimento maior da equipe. Será que essa experiência irá fazer diferença a favor dos comandados de Semplici?
Empoli – NOTA: 6,5
ANÁLISE: A renovação do time toscano em relação ao time que subiu da Serie B foi grande, seja na troca de treinador de Dionisi por Andreazzoli, seja na renovação das peças com as contratações, a maioria delas por empréstimo, sejam elas mais badaladas, como as chegadas de Cutrone e Pinamonti para o ataque, e a dos ex-napolitanos Tonelli e Luperto para a defesa, ou outras menos badaladas, como a de Vicario para o gol dos toscanos. Vale ressaltar que o time manteve seus talentos de Ricci e Bajrami no meio-campo para tentar a permanência, o que faz um bom mercado.
Fiorentina – NOTA: 7,0
ANÁLISE: O mercado viola foi baseado na manutenção de alguns nomes. O mais importante deles, claro, foi manter Vlahovic, o que será essencial para o projeto de Vincenzo Italiano. Na parte das saídas, o clube florentino apenas teve a saída de Pezzella como perda de valor, considerando que as saídas em definitivo de nomes como Lafont, Pol Lirola, Eysseric e o empréstimo de Kouamé não devem deixar saudades, embora outros nomes que eventualmente deixarão saudades, como Ribéry e Borja Valero, tenham ido embora por conta da idade avançada. As chegadas, acima de tudo, empolgam, já que Nico González tinha sua saída do Stuttgart disputada, e os empréstimos de Torreira e Odriozola dão boas chances de recuperação, ainda destacando a contratação por um preço baixo de Nastasic, que pode reviver seus bons momentos em Florença. Poucas contratações, mas possivelmente sendo aquilo que falta aos viola.
Genoa – NOTA: 7,0
ANÁLISE: Os genoanos conseguiram uma boa renovação de elenco, com bons jogadores a preços baixos, ou até mesmo gratuitos, como o caso de Sirigu, em boa substituição a saída de Perin, e como o caso de Maksimovic na zaga, além de bons empréstimos, como os de Vanheusden e Salcedo junto a Inter, e os de Fares e Caicedo junto a Lazio. As compras foram a preços baixos, como a de Ekuban junto ao Trabzonspor, e o empréstimo com obrigação de compra do mexicano Johan Vásquez junto ao Pumas. Algumas saídas se tornaram problemas, como a de Shomurodov para a Roma, e outros fins de empréstimo, como os de Strootman, Zappacosta e Pjaca, mas as contratações acabaram por ser boas reposições. São boas apostas que os rossoblù comandados por Ballardini fazem para fazer um campeonato sem sustos.
Inter – NOTA: 7,5
ANÁLISE: É difícil falar de um mercado em que se perde seu treinador, o seu ala-direito e seu principal atacante, ainda mais quando eles são Antonio Conte, Hakimi e Lukaku, três que estão entre os melhores do mundo em suas funções. Mas os nerazzurri, em meio a um cenário quase apocalíptico de pagamento de dívidas, conseguiram boas reposições e bons reforços. As vindas de Dumfries e Dzeko foram boas reposições, a chegada de Correa foi uma grande contratação, e até a contratação de Çalhanoglu, vindo para a vaga de Eriksen, foram bons negócios e a preços módicos, tudo isso com a chegada de Simone Inzaghi, que faz a mudança não ser tão radical de estilo. Preços esses que possibilitaram até mesmo manter outras estrelas do time e encaminhar a renovação de contrato com Lautaro Martínez. No fim das contas, os nerazzurri acabaram fazendo do limão uma limonada.
Juventus – NOTA: 6,5
ANÁLISE: A nota só é um pouco melhor porque o mercado de chegadas bianconero acabou por ser bom na medida do possível, com as chegadas de um Locatelli valorizadíssimo por conta da Euro, de um Kaio Jorge disputado por rivais e que pode ser uma boa aposta para a função, além do bom retorno do multifuncional Kean, e da manutenção de algumas boas peças na equipe, especialmente no setor defensivo. Mas por outro lado, a saída de Cristiano Ronaldo pesa negativamente contra os bianconeri, especialmente tendo em vista que foi o artilheiro da última Serie A, e era a liderança técnica da equipe. Outro fator preocupante, é que a Juve chega a temporada ainda com a indefinição quanto a renovação de contrato de Dybala, que agora assume, ao lado de Chiesa, o papel de liderança técnica juventina em busca da volta ao topo comandada por Allegri.
Lazio – NOTA: 7,0
ANÁLISE: Foi um bom mercado laziale, que conseguiu manter quase intactas suas grandes estrelas. Exceto pela venda de Correa, embora este não seja exatamente o centro das ideias de Sarri, que por sua vez, ganhou os reforços de um Zaccagni em ascensão vindo do Verona, e boas apostas de recuperação de seu pupilo Hysaj, e dos meia-atacantes Pedro, em uma rara transferência entre clubes da capital, e do ídolo laziale Felipe Anderson, além da aposta de futuro no argentino Luka Romero e nos meias Basic e Adjaoudi. Por outro lado, o clube biancoceleste não conseguiu fazer grandes saídas em vista ao excesso de contratos que tinha no clube, embora vale destacar as saídas de Fares e Caicedo, fora do projeto “sarrista” na capital.
Milan – NOTA: 8,0
ANÁLISE: Os rossoneri tiveram perdas importantes no mercado de forma gratuita, com as saídas de Donnarumma e Çalhanoglu. Mas por outro lado, o mercado de chegadas milanista acabou sendo muito bom, uma vez que garantiu as compras de Brahim Díaz (este, provavelmente para a vaga de Çalhanoglu), Tonali e Tomori, que devem se manter no elenco. E souberam repor muito bem algumas perdas e lacunas do elenco. Por exemplo, com a chegada de Giroud, que serve como uma boa alternativa para Ibrahimovic, que Mandzukic acabou não sendo na última temporada. Além disso, a reposição no gol saiu rápida e melhor que o esperado, com a boa chegada de Maignan, com a pompa de um campeão francês pelo Lille. O time de Pioli ainda fez boas apostas no mercado, com as chegadas de Adli, Pellegri e Ballo-Touré, em três tentativas de jovens para o futuro milanista, ganha uma boa peça de elenco no ataque com a chegada de Júnior Messias e faz duas tentativas de recuperação de atletas, com Florenzi e Bakayoko, que fizeram um dos melhores mercados da liga.
Napoli – NOTA: 6,0
ANÁLISE: É um mercado do “bem me quer, mal me quer”. Houve uma inércia na busca por reforços em posições vitais, em carências que não foram cobertas, como a lateral-esquerda, embora tenha coberto outras tardiamente, como a necessidade de um quarto zagueiro, com Juan Jesus, e a de um meio-campista tão pedido por Spalletti.com a chegada de Anguissa. Mas por outro lado, o time foi o único das grandes forças do futebol italiano a não perder nenhuma de suas estrelas. Ainda que o processo de renovação de contrato de sua estrela maior, Lorenzo Insigne, esteja bem arrastado e em um processo de inércia. Uma vantagem, acredite, foi o fim dos contratos de alguns jogadores como Maksimovic, Hysaj e Bakayoko. O que diz muito sobre o mercado napolitano, que poderia ser mais ambicioso em vista a boa saúde financeira do clube, embora existam os temores da pandemia.
Roma – NOTA: 8,5
ANÁLISE: Foi um grande mercado para José Mourinho, considerando que alguns jogadores que eram excessos romanistas deixaram o clube, como Bruno Peres, Olsen, Under, Kluivert, entre outros. E especialmente as chegadas acabaram por trazer boas soluções em várias posições. A lamentar, apenas a saída de Dzeko, embora ela tenha sido bem reposta pelas chegadas de Shomurodov, a manutenção de Borja Mayoral, e a grande contratação da temporada, a chegada de Abraham junto ao Chelsea. Além disso, as contratações defensivas parecem um bom caminho para a temporada com as chegadas de Rui Patrício para o gol e de Viña para a lateral-esquerda, como uma solução para a longa lesão de Spinazzola, fazendo as melhores soluções para a janela de transferências.
Salernitana – NOTA: 5,0
ANÁLISE: O mercado do time da Campânia em sua volta a elite teve perdas importantes em relação ao time que conquistou o acesso. Em compensação, vale destacar as chegadas do experiente Obi e do já rodado Bonazzoli, além do zagueiro Strandberg. E especialmente a da grande estrela da companhia, o nigeriano Simy, destaque do Crotone na temporada passada. Mas por outro lado, acabaram sendo poucas contratações, e ainda que não mudem o jeito defensivo de ser de Fabrizio Castori que levou os granata de Salerno de volta à elite, traduzem um mercado de poucas ambições, em meio a polêmica do “vende ou não vende” de Claudio Lotito, que por ser dono da Salernitana e da Lazio, tem de vender o clube campano.
Sampdoria – NOTA: 6,5
ANÁLISE: Foi um dos mercados mais lentos, que só esquentou na reta final. Como ponto positivo, a manutenção de nomes da equipe doriana, embora seja um time mais envelhecido, e mesmo com nomes cortejados e mais jovens, como os de Thorsby e Damsgaard, este destaque da Euro. A tendência de um ataque mais veterano como se viu com Gabbiadini e Quagliarella nas últimas temporadas tende a se manter ainda mais com a boa chegada de Caputo para a Samp. Vale destacar também a boa aposta por empréstimo por Ihattaren, contratado pela Juventus e emprestado ao clube da Ligúria, que pode assumir o espaço como trequartista que tinha no PSV no esquema de D’Aversa.
Sassuolo – NOTA: 7,0
ANÁLISE: As saídas foram um grande porém do mercado neroverdì. É bem verdade que a de Locatelli acabou saindo cara mesmo com o contexto mais favorável a Juve, mas a boa reposição dos nomes, com a chegada de Matheus Henrique e a compra definitiva de Maxime López fez com que a “dor da perda” dele fosse menor, além da troca de treinador, considerando que Dionisi deva manter o mesmo estilo de trabalho de De Zerbi. A manutenção de boa parte do time foi uma vantagem para o time da Emília-Romagna, mesmo com a perda de uma das estrelas, a de Caputo para a Sampdoria, considerando que a saída do veterano deve dar mais espaço a Raspadori e Scamacca, que foram bem mantidos na equipe, o que foi um grande trunfo para quem faz o mercado com pouco dinheiro.
Spezia – NOTA: 6,0
ANÁLISE: O time da Ligúria não teve grandes perdas no mercado, considerando que aqueles que saíram, como Galabinov, o goleiro Rafael e Terzi, são jogadores de idade mais avançada. Embora o mercado acabou por sair um pouco mais atrasado em meio aos problemas de um transfer ban de dois anos vindo para o clube alvinegro por contratações irregulares de jovens nigerianos na gestão de Gabriele Volpi, antigo presidente do clube antes da venda a um grupo americano. Pensando nisso, o time até em meio as condições mais escassas, conseguiu fazer algumas boas contratações, embora não tão empolgantes, com os empréstimos de Agudelo e Salcedo junto ao Genoa sendo as melhores, junto com o de Colley na Atalanta, e outros empréstimos, como os de Bourabia (Sassuolo) e Manaj (Barcelona), nem tanto. Outra maneira foi garantir a opção de compra de atletas que já lá estavam, como o caso do brasileiro Léo Sena. É uma nota na média, com as limitações dentro do que lhe era possível para Thiago Motta trabalhar.
Torino – NOTA: 6,0
ANÁLISE: O Toro conseguiu boas manutenções de algumas estrelas da companhia, como Bremer e Belotti. O time conseguiu boas contratações na reta final de mercado para contentar o treinador Ivan Juric, especialmente no fortalecimento do meio-campo com a chegada de Praet (Leicester), Brekalo (Wolfsburg) e os empréstimos de Pobega junto ao Milan e Pjaca junto a rival Juventus, que dão uma perspectiva de melhora ao time. Por outro lado, a nota só não é melhor porque o sistema defensivo, o principal problema da última temporada, mal recebeu reforços, e especialmente a perda de Sirigu no gol granata pode ser sentida na temporada.
Udinese – NOTA: 5,5
ANÁLISE: É difícil esperar algo de melhor quando o time perdeu suas duas grandes estrelas, com a saída do goleiro Musso para a Atalanta, e do meia De Paul para o Atlético de Madrid. O time bianconero até fez boas contratações, como o empréstimo de Nehuen Pérez junto ao mesmo Atlético, a contratação de Silvestri junto ao Verona para o lugar de Musso, e algumas boas apostas, como as de Samardzic, meio-campista do RB Leipzig, e Soppy, lateral-direito do Rennes, mas parou nisso, ainda que tenham vindo outros nomes como o veterano goleiro Padelli, o atacante Success e o lateral-esquerdo Udogie, este por empréstimo junto ao Verona. Muito pouco considerando a qualidade e o tamanho das perdas das estrelas do time e a ausência de indicativo de substituição, mesmo que parte do time e o treinador Luca Gotti tenham sido mantidos.
Venezia – NOTA: 5,5
ANÁLISE: A equipe de Paolo Zanetti fez um mercado de jovens apostas para a volta à elite depois de tanto tempo. Muitas delas acabam por ser desconhecidas do torcedor italiano, e tantos de fora da liga, acabam por parecer inexperientes para a Serie A, mas por outro lado, outras chegadas como as de Caldara podem dar a experiência que o time precisa. Destas apostas, vale destacar as chegadas de Ampadu (Chelsea) para a defesa, Okereke (Brugge) e Henry (Leuven) para o ataque, Peretz (Maccabi Tel-Aviv) e Heymans (Weesland), que podem dar a juventude que o time precisa, embora falte experiência, o que torna tudo uma grande incógnita e faz o mercado.
Verona – NOTA: 6,0
ANÁLISE: O time gialloblù teve boas confirmações de reforços da última temporada, como a manutenção definitiva de Ilic, Magnani, Ceccherini e Barak. Por outro lado, perdeu as três peças mais importantes da equipe, com as saídas de Silvestri, Lovato e Zaccagni, e ainda teve a troca de treinador de Ivan Juric por Di Francesco, que atua de uma maneira distinta do croata. Vale ressaltar que as reposições dos que saíram, com as chegadas de Montipò (Benevento), Caprari (Sampdoria), e os empréstimos de Simeone (Cagliari) e Sutalo (Atalanta), trouxeram boas alternativas ao modo de jogar do time do Vêneto.
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