Os maiores destaques coletivos da fase inicial da Série D
Passada metade da primeira fase, a quarta divisão nacional traz consigo diversos destaques por todos os cantos do país.
Assim como acontece em toda temporada, a Série D tem alguns destaques extremamente interessantes. Seja em nível coletivo ou individual. A quarta divisão do futebol brasileiro chegou a metade de sua primeira fase. Com oito rodadas já tendo sido disputadas, algumas campanhas tem ficado em bastante evidência por diversos fatores diferentes. De uma equipe com mais de 80% de aproveitamento, a melhor defesa (em números) das quatro divisões nacionais. Abaixo, você pode conferir as análises sobre essas equipes e outros grandes destaques da competição.
RETRÔ E A MELHOR CAMPANHA DA COMPETIÇÃO
A Fênix chegou na Série D com pompa após se classificar para a final do Campeonato Pernambucano. E não só cumpriu as expectativas, como vem excedendo elas. A equipe pernambucana tem seis vitórias e dois empates nas oito rodadas, um impressionante aproveitamento de 83%. Atacando em 4-3-3, o Retrô tem um ataque baseado muito na construção pelas laterais, dando um grande destaque ao lateral direito Pedro Costa. Tentando uma aceleração no terço final e buscando preencher bastante a área. Os pontas afunilam muito as jogadas. Com essas busca incessante dos corredores, a equipe de Dico Wooley demonstra dificuldades em avançar pelo centro do campo. A construção das jogadas se inicia na saída de bola em 4+2, feita com os quatro homens de defesa e dois meias, com Gelson sendo o maior destaque.
Falando do volante, Gelson provavelmente é o maior termômetro da Fênix. O jogador cumpre bem sua função de área a área. Sendo vital em todas as fases de construção, inclusive próximo ao gol. Ao perder a bola, o Retrô tenta uma pressão para recuperar a bola rapidamente, porém, a equipe tem um problema: quando essa primeira linha de pressão é superada, os jogadores demonstram dificuldade em correr para trás. Outra parte em que o Retrô se destaca positivamente, é na questão física. Com vários jogadores fortes, ganhando embates. Um deles é o artilheiro da competição, Franklin Mascote, com 7 gols na competição até agora.
Principais jogadores: Gelson, Pedro Costa e Franklin Mascote
A MELHOR DEFESA DAS 4 DIVISÕES DO PAÍS
Na liderança do seu grupo, o São Bernardo tem um dos números mais impressionantes das quatro divisões do futebol brasileiro. A equipe paulista ainda não foi vazada na competição. São 8 clean sheets nas oito rodadas da Série D. O time de Márcio Zanardi se destaca principalmente pela fisicalidade. Com boa parte dos seus atletas sendo bastante atléticos. Defensivamente, a equipe se comporta em 5-4-1, com marcação de encaixes setorizados. Realizando uma pressão forte no portador da bola, buscando conseguir o desarme. E muitas vezes tendo sucesso. Mas em vários momentos essa agressividade gera faltas para os rivais. Outro ponto destacável, é a capacidade aérea dos zagueiros do Tigre. Vencendo diversos duelos pelo alto, com destaque em especial para o jovem Ítalo, de 20 anos.
Atacando a equipe tenta chegar com grande velocidade no gol adversário, com Vitinho e Lelê sendo os principais pontos de referência técnica nessa fase. Porém, é onde está o calcanhar de Aquiles do São Bernardo até agora. Com apenas 6 gols marcados. Nessa tentativa de aceleração, o time perde bastante a bola. Falando em perda de bola, o comportamento após o rival recuperar o controle da bola vale destaque. O jogador do Tigre mais próximo encurta o espaço do portador da pelota visando recuperá-la rapidamente ou dar tempo para os demais jogadores se organizarem defensivamente. Essa recomposição é feita de forma muito rápida. Destaque para Rodrigo Souza, que é o principal pilar do meio campo no momento defensivo. Interceptando e ganhando vários duelos.
Principais jogadores: Rodrigo Souza, Ítalo e Vitinho.
O GRANDE INÍCIO DO MOTO CLUB
Após um campeonato maranhense decepcionante, o Moto Club deu a volta por cima na Série D. Líder do seu grupo com uma das melhores campanhas da competição, o Rubro-negro tem uma classificação encaminhada para o mata-mata. Atuando em um 4-2-3-1, o Moto busca criar jogadas através de muito volume ofensivo. Sem demorar muito na construção, a equipe tenta aprofundar bastante seus ataques acionando os homens de frente. Essa velocidade em alguns momentos é prejudicial, ocasionando alguns ataques com poucos jogadores no terço final do campo. A transição ofensiva do time busca ativar os pontas em situações de 1×1, destacando o atacante Mário Sérgio. Ronald Camarão é a principal peça ofensiva. O meia constrói boa parte das chances dos maranhenses e chega com qualidade na área, tendo marcado quatro gols na competição já, contudo em alguns momentos sofre em disputas mais físicas.
Outro pilar do time é o volante Jair é um dos pilares da equipe. Apesar da baixa movimentação com a bola, desafoga bastante as jogadas na base, invertendo bem o jogo. E defensivamente mostra-se seguro. Mas se complica por não usar a perna esquerda. Falando em defesa, o Moto defende em 4-4-2 e usa suas linhas a meia altura normalmente. Fazendo o balanço para o setor onde a bola se encontra, a equipe sofre com o espaço nas costas dos volantes. Principalmente pelo fato de interceptarem poucos passes, transformando a bola na entrelinha um perigo constante. O Rubro-negro também tem dificuldade para defender a profundidade, boa parte dos lançamentos rivais geram vantagens, principalmente quando utilizam o costado dos laterais. No campo de ataque, o Moto tenta realizar uma pressão que induza o adversário para as laterais do gramado e fechando as linhas, na briga para recuperar rapidamente a bola.
Principais jogadores: Ronald Camarão, Jair Berlitz e Mário Sérgio
O TALENTO JOVEM DO NOVA VENÉCIA
Em terceiro no seu grupo, o Nova Venécia possui uma curiosidade bem interessante. A média de idade do time capixaba é abaixo dos 24 anos. Para se ter uma ideia, nos onze iniciais a equipe possui apenas três atletas acima de 25 anos. Tentando jogar um futebol bem propositivo, o time comandado por Cássio Barros preza por construções mais longas, trocando passes desde os defensores e progredindo no relvado aos poucos. Saindo em 4+2, o time tem o volante Junior Ramos se destacando para tirar a bola de forma mais limpa da defesa. Quando estabelecido no campo ofensivo, o Nova Venécia usa seus laterais bastante avançados, participando ativamente do ataque. Além disso, procuram colocar vários atletas dentro da área durante os ataques. Com cinco gols na Série D, o atacante Patrick é a referência ofensiva.
Assim que a equipe se desfaz da bola,os jogadores mais próximos tentam pressionar os rivais, para recuperar rapidamente o controle da bola, e se não for possível fazer faltas táticas. Quando se ajusta na defesa, o time venenciano se porta em 4-4-2, com encaixes setorizados. Nesse momento, vale destacar o zagueiro Yan. Com 23 anos, o jogador mostra um bom jogo aéreo, ganhando várias disputas de primeira bola, também tem bom senso de cobertura. Porém, às vezes a média baixa de idade joga contra a equipe veneciana. Com eles tendo alguns problemas para retornarem rapidamente ao jogo após tomarem um gol.
Principais jogadores: Yan, Junior Ramos, Arthur e Patrick
O ESTILO ALL IN DO CSE
Um dos casos mais interessantes do campeonato até então é o CSE. O Tricolor possui um dos melhores ataques da Série D, com 16 gols feitos. Inclusive, perdeu a primeira posição da estatística na última rodada. Porém, a defesa não acompanha a forte ofensiva. Muito pelo contrário. Os alagoanos também tomaram 16 gols. Deixando seu saldo de gols zerado. Muito da ofensiva bem executada parte da pressão alta em 4-1-4-1 realizada. Com a dupla de meias avançando para fechar espaço dos volantes adversários, enquanto os pontas focam nos laterais. Porém, essa marcação é quase um “all in”. Quando superada, a defesa fica extremamente exposta. Além de que, não é tão difícil ultrapassá-la. Já que os zagueiros não avançam a linha, uma bola esticada já é suficiente para causar problemas.
Usando dois meias de origem, o CSE atua em 4-3-3 quando estabelecido no campo ofensivo, dando liberdade para seus extremos circularem pelo campo. Matheus Régis muito importante para gerar vantagens em situações de 1×1. Enquanto o meia Vinicius Vargas cria as principais chances de gol do Tricolor, girando pelo campo todo, o atleta consegue trabalhar bem acionando seus companheiros e entrando na área. É um time que busca chegar rapidamente ao gol adversário. Sem trabalhar a bola por muito tempo, tenta criar através do volume, com passes pelo chão e levando a bola para as laterais. Para isso, contam com uma dupla de laterais agressiva, que chega sempre no fundo (ao mesmo tempo), aprofundando as jogadas. Outro ponto a se destacar é quantidade de chutes a média-longa distância que a equipe tenta por jogo. Sempre que possivel, vemos um atleta arriscando um tiro ao alvo, deixando sempre os rivais em alerta.
Principais jogadores: Junior Timbó, Vinicius Vargas e Matheus Régis
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