Transições, goleada e título
Com grandes atuações de suas principais individualidades, o Borussia Dortmund conquistou o título da Copa da Alemanha 2020/21.
O Borussia Dortmund conquistou a quinta Copa da Alemanha da sua história ao golear, na última quinta-feira, o RB Leipzig por 4-1. A decisão foi realizada no emblemático estádio Olímpico de Berlim, e coroou a grande arrancada da equipe aurinegra nesta reta final de temporada. O duelo, marcado inicialmente pela postura agressiva de ambos conjuntos sem a bola, foi decidido pelas individualidades do Dortmund ainda no primeiro tempo.
A partida foi sintomática em relação ao momento/temporada das duas equipes. Isto porque novamente o Borussia foi letal em campo aberto com suas principais peças no ataque, enquanto o Leipzig mais uma vez apresentou a falta de profundidade com a bola e sentiu a ausência de uma figura goleadora nos metros finais.
Edin Terzic x Julian Nagelsmann
O jogo começou com os dois times pressionando alto e utilizando encaixes específicos. O Borussia Dortmund partiu com um 4-3-3 / 4-1-4-1, sem uma referência ofensiva já que Erling Braut Haaland e Marco Reus ficavam mais soltos por dentro, enquanto Jadon Sancho em posição aberta alternando nos dois lados. Defensivamente, o trio de frente trabalhou sobre os três zagueiros do Leipzig, Mahmoud Dahoud saltava sobre Kevin Kampl, enquanto Emre Can e Jude Bellingham variavam e realizavam coberturas. Estes principais embates dentro da estrutura de pressão média-alta do Dortmund foram suficientes para neutralizar o sistema ofensivo rival.
Do outro lado, Julian Nagelsmann novamente inovou na escalação e lançou um 5-3-2 repleto de funções em fase com bola, desde a saída 3+1, da presença entre linhas de Marcel Sabitzer e Dani Olmo, até o posicionamento aberto na direita de Alexander Sorloth – provavelmente buscando complementar com os potentes desmarques de Hwang Hee-Chan. Na prática, o time da gigante das bebidas energéticas demonstrou problemas em período de elaboração; teve pouca lucidez na hora de sair jogando, pouca fluidez e quase nenhuma continuidade em campo contrário.
O Borussia Dortmund, superior com e sem a bola – apesar dos problemas demonstrados diante da pressão alta/pós-perda adversária -, capitalizou sobre as perdas em zonas delicadas cometidas pelo time da Red Bull. Os três primeiros gols nasceram a partir de turnovers em que o BVB dispôs de espaço para transitar após a recuperação do esférico.
Neste sentido, a decisão consagrou o momento de forma de Marco Reus, lúcido em cada um dos seus toques na partida. Reus participou diretamente dos três primeiros gols aurinegros na final: desarma Kampl na origem do 0-1 e deu assistências no 0-2 e 0-3.
A resposta tardia dos Touros Vermelhos
Buscando uma épica reação no segundo tempo, Nagelsmann fez algumas alterações que melhoraram os Touros Vermelhos, adicionando no ataque jogadores de características associativas, como Christopher Nkunku e Yussuf Poulsen. O Leipzig, que impediu saídas ofensivas ao BVB em uma fase inicial após o intervalo, produziu uma série de ocasiões até o golaço de fora da área de Dani Olmo.
Porém, o jogo ficou aberto e com diversas transições para os dois lados até o quarto gol do Borussia Dortmund, marcado por Haaland – o segundo, depois do golaço brutal que anota num duelo contra Dayot Upamecano.
Por fim, a conquista da DFB Pokal acaba consolidando a reação do Dortmund em 2021 sob o comando do treinador interino Edin Terzic (o mais jovem a vencer a Copa como técnico), que, apesar da natural demora, conseguiu montar uma equipe mais coesa, competitiva e equilibrada na comparação com a Era Favre. Entre tantas outras coisas, a recuperação de Dahoud é paradigmática nesse processo. O título e a provável vaga para a próxima UCL, servirão como uma boa amostra para os times alemães que buscam treinador na temporada que vem.
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